quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Seu Pensamento

Adriana Calcanhoto

A uma hora dessas
por onde estará seu pensamento
Terá os pés na terra
ou vento no cabelo?

A uma hora dessas
por onde andará seu pensamento
Dará voltas na Terra
ou no estacionamento?

Onde longe Londres Lisboa
ou na minha cama?

A uma hora dessas
por onde vagará seu pensamento
Terá os pés na areia
em pleno apartamento?

A uma hora dessas
por onde passará seu pensamento
Por dentro da minha saia
ou pelo firmamento?

Onde longe Leme Luanda
ou na minha cama?


*Onde quer que esteja, estou certa que o pensamento d'ocês não está aqui, no blog. Este é meu singelo desejo de Ano Novo para vocês - que seus pensamentos voem longe, que seus planos não conheçam muros, que suas loucuras não sejam anestesiadas em 2009.
Jaqueline Costa

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Página de Fim de Ano

White Christmas no dos Outros é Refresco

Eu sei, amiguinhos, eu sei. O diário está parado, eu nem desejei um Feliz Natal à minha lista, o peru não é saudável, não é Sadia, e o preço da Barbie está um roubo!
Aqueles que conhecem esta pessoa há algum tempo sabem que o mês de Dezembro é sempre atarefado, numa tentativa insana de, entre os dias 18 e 25, ver a TODOS os meus amigos e ganhar vários muitos abraços. Tentativa insana mas que vale totalmente à pena.
Natal para mim é secundário, nada mais que um dia em que um outro JC qualquer faz aniversário.
Claro que este ano veio também a preocupada correlação entre esta JC, aniversariante de Dezembro, e AQUELE JC, também aniversariante de Dezembro, e todas as complicações em sua vida após os 33 anos. Ou seja, até que eu complete 34, não passo nem perto de cruzes! Nem sinal da cruz! Nem ponto-cruz! Cruz-credo!

Além de envolvida com a organização da maior festa do ano de Aberdeen (o que não chega a ser um fato memorável. Qualquer reunião de gatos-pingados que passe das duas da manhã já está concorrendo ao título), também estou às voltas com a busca de um lugar para morar. Sim, eu sou agora uma sem-teto. Mas sem-teto no Reino Juntinho. Coisa chique.
Tenho certeza que todos já passaram por isso alguma vez na vida: a busca do apartamento perfeito. Quando o apartamento é bom, o lugar é ruim. Quando o lugar é bom, o apartamento é horrível. Quando o lugar é bom e o apartamento consegue abarcar todas as suas coisas, então o aluguel é incompatível com suas finanças. Resumindo: um saco. E pensar no trabalhão de empacotar/desempacotar os bagulhos depois que encontrar um lugar habitável não ajuda nada...

Resolvi dar um tempo nessa busca insana e preparei a mega-festa de aniversário. Que deve ter sido muito boa, mas ninguém se lembra. A quantidade de álcool consumida é comparável à produção anual de uma pequena destilaria, e a variedade de tipos e países de origem também imipressiona: cervejas belga, mexicana, reino-unidense e holandesa, rum venezuelano, aguardente colombiana, a África representada pela conhecida Amarula, um licor ucraniano (!!!), vinho francês e italiano, além dos óbvios whisky escocês e cachaça brazuca.
O problema com o meu aniversário é que eu nasci no dia errado. Comemorando por 14 horas seguidas, me sobra pouco tempo depois para limpar a bagunça, descansar, limpar o corpo e purificar a alma para o Natal. Fácil compreender porque esta página veio atrasada.

O Natal, geralmente uma data mais tranquila para mim, que passo com a família, aquela ceia tradicional à base de peru, pernil e chester caramelizado que deixa todo em ritmo de jibóia depois de engolir uma rês, é meu período de concentração para o Ano Novo – mesmo porque, com minha filosofia de não comer carne de bicho morto, a orgia alimentar não me afeta e eu estou totalmente refeita no 31 de Dezembro, quando respeitosamente rendo minhas homenagens à rainha do mar, pulo sete ondinhas, faço meus desejos, como doze uvas, abro o champanhe e cerimoniosamente enfio o pé na Jaque. Depois das duas da manhã eu volto para casa abrindo doze champanhes, fazendo sete uvas e pulando 31 despachos.
Longe de casa, fui apresentada ao tradiciional Natal colombiano. Cujas músicas natalinas são em ritmo de salsa (quem quiser saber como é, aqui vai o link para a mais cantada, arbolito de navidad: http://www.youtube.com/watch?v=1KOBeUxUyqI) e a ceia é seguida de uma tradicionalíssima rumba.
Até de manhã.

Resumo da ópera: meu descanso pós-aniversário vai ficar mesmo é pra Quaresma.
É isso aí, galera! Feliz Ano Novo! Boas Festas! E vamos que vamos!

Jaqueline Costa
Procurando o Bom Velhinho, Silvio Santos

ELA VOLTOU!

Pra quem andava com saudades da Sueca Peituda, que se afastou das páginas do diário depois que saiu do apartamento, eis que ela retorna das cinzas!
Estava eu, lépida e fagueira, escrevendo a página 26 do diário, quando ela apareceu ao meu lado, para chorar suas mágoas com seu equipamento que não funciona nem cantando 'quer boleteeee? Toma bolete! Toma bolete!"
Ela estava aqui, agorinha, cinco minutos atrás. Contando as histórias. Coitadinha, como é triste. E eis que eu vejo enojada que ela precisa urgentemente limpar o nariz.
Ai Deusa, o que foi que eu fiz de errado?????

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Recarregando Baterias

Ultra-mega evento de aniversário. Ainda estou me recuperando. Prometo colocar as fotos e os detalhes em breve.
Assim que a preguiça abandonar este corpitcho...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Escala em São Paulo

A Inexplicável Animosidade Entre Sampa e Eu

Definitivamente, São Paulo não gosta de mim.

Eu sempre desconfiei do fato dado que, em anos e anos de interação, a única coisa boa que eu recebi do estado foi uma irmã Paulixta. Certo que ela compensa, de longe, todas as aguras que passei. Mas a bem da verdade, sua ‘tecnologia de fabricação’ foi trazida de outro estado...

Nas incontáveis vezes que já pisei em solo paulista, 90% delas o tempo estava nublado ou chuvoso. Até aí, Neves, dirão vocês. Afinal, o que esperar de SP senão tempo nublado sujeito a chuvas?
Mas isto não é tudo. Em todos esses anos de alma nômade, as únicas vezes em que minha bagagem se extraviou foram quando fiz escala por São Paulo. Na primeira delas, ainda tive como saldo uma alça quebrada na mala.
O único namoro com um legítimo representante da terra da garoa que tive terminou por total ausência de entendimento: nós nunca chegamos à conclusão sobre quem era o idiota da relação. E aquele suspense me matava!

Agora, em mais uma ingênua tentativa de passar incólume pela capital financeira do meu país, mais uma vez eu fui brindada com essa intolerância invisível, embora quase palpável, de Sampa para com esta escriba.
Primeiro, na breve passagem por lá, a caminho de Santiago, perderam (oh! Surpresa!) minha bagagem. Já conhecedora de todos os procedimentos cabíveis, encaminhei-me ao balcão da empresa aérea, deixei nome e telefone de contato, e segui para o shopping para uma compra emergencial de roupas.
A volta seria mais traumática.

Escala em SP a caminho do Rio. Despacho malas na capital chilena direto para o aeroporto do Galeão/RJ, a fim de economizar tempo e pernas em SP, evitando assim a retirada das malas apenas para despachá-las novamente. Como em Santiago eu recebi os dois cartões de embarque (Santiago-Guarulhos e Guarulhos-Galeão), ao chegar em São Paulo fui direto para o portão de embarque.
Lá me disseram que eu precisava voltar ao check-in da TAM para trocar o boleto.
Ok, lá vamos nós para o balcão da TAM. Já no check-in, e como gata escaldada que sou (aliás, esta é a única forma de me definir como ‘gata’, então eu não vou desperdiçar a oportunidade!), aviso ao tiozinho do balcão que tenho dois volumes que foram despachados em Santiago para o Rio. Para minha surpresa, e a despeito do que tinham me informado em Santiago, ele diz que eu tenho que voltar, retirar as malas, e despachar de novo!
Ai, Jesus, Maria, José e o burrico! Vou ao balcão da LAN – minha passagem era um Frankenstein aéreo. Eu comprei pela Air France, mas voei AF, TAM e LAN – e os funcionários, depois de vários minutos, aparecem com meus pacotes.

Volto ao balcão da TAM para despachar a bagagem. Para quem conhece o aeroporto de Guarulhos, dá já para calcular o quanto esse ir e vir significa em passadas. Se eu tivesse um cartão de fidelidade do aeroporto, já teria milhagens suficientes para voltar de graça para minha casa na Grande Britânia, esta nação fabricante de ventiladores!
Malas entregues e boarding pass trocado, sigo novamente para o portão de embarque. E o tiozinho me pára de novo, para me informar, como se fosse uma novidade muito grande para mim, que eu tenho três garrafas na minha maleta de mão. Sim, três garrafas de vinho, lacradas. As mesmas três garrafas que saíram do Chile, na mesma maleta. De mão.
Do Chile pra SP pode, de SP pro Rio, não.
O paraíba me perguntou se eram garrafas do Duty Free. Não, mas qual a diferença?
Do Duty Free pode.

Ele então me explicou que eu não podia levar na bagagem de mão porque era um embarque pelo setor internacional. Sim, eu disse, mas eu estou vindo do Chile, com esta mesma bagagem de mão, insisti. E ele “ah, é, mas é que aqui é embarque internacional”.
Eu perguntei pra ele em que estado do Brasil ele acha que fica o Chile...

Volto para o balcão da TAM. Peço para lacrar e etiquetar com frágil minha maleta. De volta para o setor de embarque. Embarque às 20:30h, no portão 4A. E estava eu ali, esperando pelo embarque e já pensando nesta página do diário quando, às 20:30h, uma voz avisa de sopetão que, por questões de rearranjo (cósmico, presumo eu), o embarque tinha sido transferido para o portão 11A. E era, obviamente, embarque imediato.

Acelerando minhas passadas em mais um momento fast forward de minha vida, vou conferindo os portões: 7, 8, 9, 10... e descubro também que Guarulhos deve ser o único aeroporto em que o 11 vem depois do 13! ! !

Jaqueline Costa
Não é Paulixta

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O Último Titã

Buscando o Lendário e Imaginário Monstro de Loch Ness

Aberdeen, embora seja a terceira maior cidade da Escócia, tem parcos 200 mil habitantes. Pequena assim, as opções de diversão são totalmente exploradas em menos de um mês. Resumindo em duas frases:

  1. Se Aberdim é a terceira, não quero nem imaginar a quarta!
  2. Fim-de-semana sem embarque é sinônimo de “vamos inventar algo para fazer”.

Eu ainda arrastava comigo os resquícios de ressaca da estada Brasil/Chile quando o fim-de-semana apresentou-se livre para mim e para minha amiga colombiana, fiel escudeira de aventuras highlandesas.
A proposta: ir até Inverness, cidade onde se encontra o lago Ness, tão famoso pela lenda do monstro-serpente que habita suas águas. Serpente lacustre, porque pra ser marinha teria que ir um pouco mais pra fora. Viajando de carro, para conhecer realmente as Highlands (que, para quem não sabe, são apenas uma parte, e não toda a Escócia. Aberdeen seria, digamos, parte das Mediumlands. Ou Boringlands, ainda estou pesquisando essa parte) e, de quebra, as destilarias pelo caminho Coisa que eu nem gosto, só fui para poder escrever este relato a vocês, porque sou uma alma gentil e caridosa.
Na véspera de botar o pé na estrada, fomos ao supermercado Mega-Seu-Manel-da-Padaria da esquina para comprar víveres, já que iríamos acampar na beira do lago. Entre uma barra de cereal e outra, eis que divisamos a super-promoção da semana: 12 garrafas de cerveja belga, a nossa querida Stella Artois, por meras 8 libras.
2 pares de olhos brilharam. E a proposta de um fim-de-semana saudável teve morte súbita.

De manhãzinha, apontamos nossos narizes (e o capot do carro) para o Norte e vamos que vamos! Primeira parada, Destilaria Glefinddich, lar do whisky homônimo. Agora tentem falar ‘homônimo’ e ‘Glefinddich’ com umas doses de whisky no carburador – já sabendo que isto seria impossível, falamos sobre o whisky durante a visita, e pra noite ia ficar mesmo assuntos mais comuns, com palavras mais simples.
Entre tonéis envelhecidos gigantes e sbroubles áreas e maneiras diferentes de fermentação de malte, sentíamos o nível alcoólico subir só pelo cheiro das salas. Claro que isso não melhorava a qualidade das piadas, mas para a salvação de nossa moral, ninguém ali entendia espanhol.
Até o final daquela noite, com a mistura etílica que faríamos, nem eu entenderia.

Aliás, nem a colombiana.

Entramos na sala escura onde a bebida é envelhecida. Diferentes tipos de madeira nos tonéis para dar diferentes sabores. Explicações feitas, o desafio: cheirar 3 barris diferentes e adivinhar qual whisky era 12, qual 16 e qual 21 anos.
Só digo uma coisa: se fosse pra acertar sabor de refrigerante eu estava danada. Mas na destilaria... eu deveria receber um salário por isso!
Final do passeio e degustação, que afinal nós viemos aqui pra beber E pra conversar, e voltamos ao ousado peugeot e reiniciamos a viagem. Próximo destino: Strathisla Distillery. Se não soou nenhum sino em sua cabeça, é apenas porque você bebeu pouco, mas é lá que se fabrica o famoso Chivas Regal.
Entre um whisky e outro, já era quase hora do almoço. E o dia estava lindo, e nós estávamos perto da praia. Desnecessário dizer, embicamos o carro na direção do litoral e tivemos um típico almoço latino: numa mesa na calçada, de biquini, e tomando chopp. Não tão gelado quanto me agradaria, mas não suficientemente quente para me deixar de mau humor. Até porque, só de olhar a cara de espanto dos locais, olhando aquelas duas figuras de frente pro sol usando biquini já rendia ótimas gargalhadas.
A um momento eu quase estendi minha mão a um dos passantes e disse “leve-me ao seu líder”.

Ao final da tarde, chegamos a Inverness. Uma agradável cidade que dá a impressão de ser muito maior que Aberdeen. Impressão falsíssima, sua população é de minguados quarenta e poucos mil habitantes. Um estádio de futebol, por assim dizer. E tudo ali respira Nessie. Bonequinhos, bonecões, revistas, livros, filmes, chapéus, chaveiros, a cerveja do monstro, lanterna pra buscar o bicho no escuro (uau! Mas que delícia!), relatos, fotos, postais, chá, biscoitos, quebra-cabeças, o baralho a quatro pra jogar sueca.
Se fosse no Brasil também teria samba-enredo e um carro-alegórico de 50 metros de altura empacado na entrada da cidade.
A noite já se anunciava, então fomos ao camping esticar nossos sacos de dormir e nos preparar para a caça ao monstro do dia seguinte.
‘Nos preparar’ significa basicamente tomar todas as cervejas trazidas e arrematar com o whisky comprado no meio do caminho. Se a intenção era ver monstro, já nem precisávamos mais ir até o lago.
O domingo amanheceu solidário à nossa ressaca, chuvoso e frio. Entramos no barquinho para o passeio pelo lago, e qual não foi a boa surpresa de ver que no barquinho tinha bar. Coronas em punho, vamos lá caçar essa cobra d’água!
Um sonar ligado mostrava a movimentação abaixo de nós, e dizia a profundidade, enquanto o narrador com seu sotaque de bárbaro escocês contava toda a lenda de Nessie. Para minha decepção, descubro que o ‘profundíssimo’ lago Ness tem, em seu ponto mais crítico, meros 300 metros de lâmina d’água. Ah, fala sério! Profundo de cu é rôla! Com essa piscininha Toni eles querem me enganar que eu vou ver serpente?

Pior: monstro escocês na água? Como se algum habitante destas paragens fosse chegado num banho!

Jaqueline Costa
Não viu o monstro

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Fórmula 1

Vocês acham que foi ruim o Glock (que deve ser mesmo só 9 milímetros. E fino!) ter aberto a porta e as pernas na última curva, deixando o Hamilton passar e tirando o campeonato que já todos comemoravam das mãos do Massa?
Então experimentem viver tudo isso na Grà-Bretanha!
E sendo a única brasileira no trabalho!
Assisti a corrida entre latinos, mas foi só a bandeira quadriculada tremular para o piloto gameboy da McLaren para eu receber uma mensagenzinha engraçada de um cálega de siuviço. Inglês, óbvio.
Segunda de manhã, ainda de mau-humor com essa história, ainda ouço mais uns três marmanjos fazendo piadinhas. Pior, escoceses - ora, vão ver em que posição ficou o Coulthard!
Aí, quando achei que já tinha acabado a rodada de piadinhas, eis que meu futuro-novo-chefe, escocês, começa seu round. Que durou o dia todo. E eu educadinha já que era chefe...
Lá pela terceira gracinha, lembrei que ele não fala português e mandei tomar no cu. Ora pílulas!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Depois eu que sou portuguesa...

Only two things are infinite, the universe and human stupidity, and I'm not sure about the former
Einstein

Eu preciso tirar minha carteira de motorista reino-unidense, porque, após um ano morando nesta aprazível terra, sou considerada moradora fixa e não posso mais dirigir apenas com minha licença internacional.
Para dar início aos trâmites legais, tenho que mandar um formulário preenchido, fotos e um documento de identidade, que pode
1) Carteira de Identidade UK
2) Passaporte UK ou Europeu
3) Passaporte internacional

Caso a pessoa esteja na opção 3, também precisa pedir que uma pessoa com endereço fixo em UK assine no verso das fotos enviadas, atestando que você é você. Detalhe: não pode ser parente, não pode viver na mesma casa, e essa pessoa precisa declarar que conhece você há pelo menos 2 anos.

Agora, vamos às contas: se você precisa tirar a carteira depois de um ano residindo aqui, onde é que você vai encontrar alguém que te conheça há dois anos ou mais?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Rádio Ligado no Blog

Não basta ser sincero, ter caráter, ser honesto
Gotta work, like Kirk e o Vulcano
Oh meu Deus, quanta luta, quanta luta, quanto treino,
Insistindo e brigando, quanta força, e doendo
Oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus...
Não seria mal, oh meu Deus
se eu fosse errado, eu sei
sustentado pelo mundo
A Etiópia é assim, o Subaquistão é assim...

(Il ne suffit pas d´être sincère, honête et avoir du caractère
Gotta work, like Kirk et il Vulcan
Ah mon dieu, que de lutte, que de lutte, d'entrainements,
insistant, se battant, que de force, malfaisante
Ah mon dieu, ah mon dieu, ah mon dieu
Ah! Ça ne serait pas mal, ah mon dieu
Si j'étais, c'est faux, je sais
entretenue par le monde
L'Ethiopie c'est ainsi, Le Subaquistan c'est ainsi...)

é que eu nasci pro trabalho
me arruma um trabalho
menos estranho...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Só o Cume Importa!

A subida – e a DESCIDA – de El Colorado

Até agora o diário estava light, coisas básicas como tomar um pisco sour aqui, um laxante acolá... mas férias com a Jaque é sinônimo de aventura, adrenalina, medo, muito medo!
Nem que seja medo da Jaque aparecer na sua casa. Mas que dá medo, dá!
Nossa viagem estava neste pé: conheceramos Viña del Mar e o Oceano Pacífico, esta incógnita para nós, amantes latinos do Atlântico; déramos uma passada na casa de Neruda, para um cafezinho; foto em frente ao estádio Sausalito; e várias muitas caminhadas ‘al rededor’ de Santiago, que então já conhecíamos como a palma suada de nossas mãos.
Faltava o mais importante: subir um dos ‘nevados’, ir a uma estação de esqui!
Havíamos marcado a subida a El Colorado para a manhã da sexta-feira, já que domingo era o dia em que a realidade bateria às portas avisando que a viagem acabou. Tudo combinado com o serviço ao turista perdido, e a van nos pegaria às sete da manhã, horário nada cristão, em frente ao hotel.
O dia amanheceu chuvoso. Aliás, tormentoso. E água em Santiago é sinônimo de nevasca nas montanhas. Depois de um bom par (ou trio) de horas esperando no Mc Donalds, o ‘seu motorista’ veio nos avisar que o passeio estava cancelado, as estradas estavam fechadas e o BigMac estava em promoção.
Só que eu sou vegetariana.
O passeio só não foi completamente perdido porque durante o tempo de espera PC e eu pudemos ver a seleção feminina de futebol avançar para as finais nas Olimpíadas, enquanto a Josie e a Tati puxavam um ronco num sofazinho maroto que havia na lanchonete.
Humildes turistas perdidos que somos, colocamos a viola no saco e a mochila nas costas, e fomos afogar nossas mágoas no Mercado Central, afinal não há tristeza que resista a uma tarde de compras arrematada com pisco sour.

Sábado de manhã, nova tentativa. Ivy e Miguel valentemente juntaram-se a nós neste desafio de conquistar a montanha de gelo. Conquistar de van, mas conquista é conquista!
Do pé da montanha até o cume, já que só o cume interessa, são contadas, através de placas, quarenta curvas-cotovelo. Depois da quadragésima, os santiaguenses cansaram ou a tinta acabou, mas as curvas seguiam firmes e fortes!
No início tudo era motivo para fotos, “uau’s”, “oh’s” e “ah’s”. Até que o gelo começou a aparecer não só nas cordilheiras à nossa volta mas também na estrada sob nós. Conforme subíamos, mais e mais carros páravam nos semi-acostamentos para colocar as correntes nas rodas. Menos o tiozinho da van, que, ousado, seguia o rumo como se estivesse pilotando um tanque do exército russo entre as geleiras da Sibéria.
Cada vez que a roda da van dava uma escapada, os rostos de Josie e Tati mais combinavam com a paisagem branca. Já naquela situação em que não lhe passaria nem agulha, Josie comenta com Tati, num fio de voz: - Por que ele não coloca a corrente? EU AJUUUUDO!
Tati, na mesma situação: - Eu tambéééem!
Para o alívio destas duas pessoas tão corajosas, na penúltima curva o tio colocou as ‘cadenas’.

E chegamos a El Colorado! Que fica à esquerda, ou à direita, de Valle Nevado. Depende de quantos pisco sours você tomou antes de subir, e a quem você pediu informação. Mas estávamos lá, a estação de esqui bombando, snowboarding, teleférico, saltos pra cá, neve espirrando pra lá...
Diante de tanta ação, pegamos uma mesa, uma rodada de pisco, e começamos a jogar truco.
‘Mas vocês subiram tudo aquilo, passaram todo aquele perrengue, só pra jogar truco?’ vocês hão de me perguntar. E orgulhosa respondo: NÃO! Também jogamos sueca, sambamos na neve, e fizemos guerra de bolas de neve, num memorável round “Todos Contra Tati”. Até churrasquinho arrumaram lá em cima. De carne congelada, eu presumo.

Claro que tudo que sobe, tem que descer. Mas pra baixo todo santo ajuda, a gente tem essa falsa idéia.
Bem, o problema é que, com neve, quando o santo ajuda, atrapalha. E, na hora em que os carros começaram a descer, começaram também os acidentes. Freia um carro sobre o gelo, que eu quero ver! E, se a subida nos tomou quase três horas, a descida nos levou as últimas seis horas do dia. Felizmente, como bons farofeiros que somos, tínhamos conosco um suprimento de biscoitos apenas superado pelo estoque da Nabisco, e fome não foi o problema.
Problema mesmo é que aquela van parecia mais uma ambulância ortopédica, e ficar na mesma chata posição durante seis horas estava fazendo maravilhas para meu tornozelo e meu joelho. Mas quem sou eu pra reclamar, já que a van tinha o isolamento da porta quebrado, e todo o ventinho gelaaaado do morro tratava de fazer a crioterapia em meus membros inferiores.
Entre uma cãimbra e outra, os planos de voltar a El Colorado. Dessa vez, quem sabe, pra passar um fim de semana, fazendo um legítimo pagodão brasileiro. Afinal, com neve ou sem, morro é morro...

Jaqueline Costa
Sentindo saudades de Santiago

terça-feira, 21 de outubro de 2008

ERRATA*

Escrevi certo no caderninho que carreguei comigo por Santiago, mas digitei errado quando transpus para as paginas do diario. O rio que corta a cidade chama-se MAPOCHO, e nao Mapacho. Minha mana paulixta, guia cultural e Mestra Jedi, Ivy que me corrigiu... mas, enfim... Mapocho, Mapacho, Capacho... eh tudo a mesma merda!

*Erro nao.... ligeiro engano. Afinal, a gente nunca enramos, seus indiotas!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Uns dias de ferias...

Ferias soh do blog, eu estou ralando. Alias, eh por isso que o blog estah parado: novamente embarcada, com estes terminais gringos que nao entendem acento nem aceitam um penisdrive...

As paginas do diario estao sendo escritas e, assim que meu Habeas Corpus for assinado, eu juro que coloco no ar!

Enquanto isso, uma novidade na familia: minha filhinha jah eh mae, o que significa que eu jah sou avo. Abaixo, a foto da pequena Mayla cuidando da cria...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Rádio ligado

Citizen of the Planet

Alanis Morissette

I start up in the north
I grow from a special seed
I sprinkle it with sensibility
From French and Hungarian snow
I linger in the sprouting
Until my engine's full

Then I move across the sea
To European bliss
To language of poets
As I cut the cord of home
I kiss my mother's mother
Look to the horizon

Wide eyed, new ground
Humbled by my new surroundings

I am a citizen of the planet
My president is Kwan Yin
My frontier is on an airplane
My prisons, homes for rehabilitating

Then I fly back to my rest
I fly back with my nuclear
But everything is different
So I wait
My yearn for home is broadened
Patriotism expanded
By callings from beyond

So I pack my things
Nothing precious
All things sacred

I am a citizen of the planet
My laws are all of attraction
My punishments are consequences
Separating from source the original sin

I am a citizen of the planet
Democracy's kids are sovereign
Where the teachers are the sages
And pedestals filled with every parent

And so the next few years are blurry
The next decade's a flurry
Of smells and tastes unknown
Threads sewn straight through this fabric
Through fields of every color
One culture to another

And I come alive
And I get giddy
And I am taken and globally naturalized

I am a citizen of the planet
From simple roots through high vision
I am guarded by the angels
And my body guides the direction I go in

I am a citizen of the planet
My favorite pastime edge stretching
Besotten with human condition
These ideals are born from my deepest within

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Pede pra Sair, Número 2!

Humor escatológico. Tá com nojinho, Aspira?

Devo pedir desculpas a quem tem uma alma sensível, mas este página está na merda. Literalmente.
Peço aos mais afetados que virem a cara pro lado até eu terminar de contar. Se fizer biquinho não ganha bala.

A pequena Josie há muito tem dificuldades em seu relacionamento com Sir Toilet Seat. Ainda não descobrimos se é por timidez ou a diferença de culturas que impede um diálogo mais, digamos, profundo. O fato é que já se conhecem há anos (com trocadalho), mas não evoluem da paquera para algo mais estável.
Embora para alguns casais uma viagem de férias ajude a quebrar o gelo, no caso deste estranho par é exatamente o contrário, e a menina trava. Trava meeeeesmo.
Não foi diferente em Santiago.

Os dias passavam e as risadas se multiplicavam feito gremlins no climinha chuvoso de Aperteen, e Josie não engatava uma conversa mais próxima com Señor Latrina. Claro que ela tentava nos fazer entender sua preocupação com o rumo que a relação tomava, receosa de um divórcio litigioso, e claro que nós, tão amiguinhos que somos de Monsieur Toilette, não dávamos a mínima.
Com o desespero batendo, ela veio pedir socorro pra mim, eleita a tradutora oficial da turma:
- Jaque, se eu não conseguir hoje, você vai ter que comprar um remédio pra mim.
- Josie, deixa eu te explicar uma coisa: eu aprendi espanhol com Shakira e Juanes. E a colombiana nunca cantou pra prisão de ventre!
Não teve jeito. Com a menina inchando e sem uma válvula de escape para tudo aquilo – quer dizer, válvula tinha, mas emperrada – tive que encontrar uma maneira de explicar pra moça da farmácia que a gente precisava dum Roto-Rooter. Laxante comprado, leio a bula pra ela – 20 gotas, uma vez por dia, dá descarga e alegria!
Ela tomou 40 de manhã, mais 30 de noite.

Nessa mesma noite resolvemos não sair para jantar, já que nos dias anteriores tínhamos andado mais que carteiro de Caxias, e PC e eu já havíamos chegado a Santiago em situações precárias – eu com o tornozelo torcido, ele com uma unha – quase uma garra de gavião – encravada, encalacrada e entubada. Aquela noite o quarto do BBB estava mais pra ambulatório do SUS, e pedimos uma pizza gigante para acompanhar aquele joguinho maroto de sueca.

Meu caro amigo PC não gosta de pimentão. Por 4 vezes eu pedi à tia da pizzaria pra não colocar pimentão na pizza.
Que, obviamente, veio com pimentão.

Inicialmente, achávamos que a aversão de PC ao vegetal fosse por seu sabor com, digamos, personalidade. No decorrer da noite, e com a verborragia do menino aumentando e aumentando, em quantidade e não em qualidade, chegamos à conclusão que ele tem é medo dos efeitos alucinógenos que a hortaliça lhe causa.
PC ficou doidão.

Entre uma partida e outra de baralho, Josie entrou no banheiro. Afinal vai, pensamos. Claro que o besteirol continuou enquanto a menina estava na casinha. E, no meio de qualquer besteira, ela de lá sai com um comentário. PC, possesso:
- Gente, ela quer interagir! CAGA EM PAZ, JOSEANE!
Porém, para nossa decepção, não seria daquela vez que ela faria as pazes com o troninho.

E como nada se passava sem que tirássemos um duplo sentido, ou, neste caso, um duplo sentado do assunto, Josie comentava com Tati:
- Hoje eu não tomei o remédio
Tati:
- Ah, mas não é bom mesmo tomar todo dia! Quer dizer... às vezes é...
Depois da risada inicial, PC quis saber porque ela tinha abdicado do laxantinho que vale por um bifinho. E ela resolveu explicar a ciência para PC, ignorante destas situações, este menino para quem basta um belo prato de sucrilhos para transmutar-se em pato. Josie, esta PhD da constipação intestinal:
- Laxante funciona, mas você fica dependente...
PC, pensativo:
- Tem gente que é viciado em cocaína, a Josie é viciada em laxante!
Josie, desfiando seu expertise:
- Mas é! Eu conheço todas as marcas do mercado!

O assunto ainda renderia, e a gente já estava até pensando em comprar um bolo pra comemorar quando ela finalmente conseguisse expor a sua obra. Foram ainda uns bons dias à base de purgante para que ela finalmente se aliviasse.
Celebramos com pisco sour.

Jaqueline Costa
E as páginas seguem! Próximo capítulo, El Colorado!

Gente, Olha o Tamanho do Bagulho!

A Seleção das Frases Non-Sense de Santiago

Promessa é dívida, e dívida a gente rola... até a hora em que os cobradores se amontoam na porta ameaçando colocá-la abaixo.
Obviamente que nada disto aconteceu, mas eu tive uns pesadelos esquisitos sobre o assunto.
(Talvez seja hora de checar a conta do cartão de crédito).
Enfim! Eu havia prometido na página 20 que a página 21 viria com uma seleção das piores frases de Santiago. E já comecei no título, uma enigmática frase da Tati diante de uma escultura em Santiago.
Algumas das frases merecem uma ambientação para serem melhor apreciadas, outras são auto-elucidativas (ou tão loucas que nenhuma explicação seria suficiente). Para seu deleite:

Tour pela cidade. O guia avisa pelo áudio que à nossa direita está o rio Mapacho, palavra que, em Mapudungun, prucurundun, ziriguidun ou qualquer que seja a língua dos índios chilenos, significa água que penetra na terra. Olhamos à direita e só vemos pedras, quase nada de água, já que era época de seca. Tati, imediata:
- É, tá todo penetrado!

PC, revelando o segredo que o mundo já sabia: Quando eu falo que a Tati é espaçosa, ninguém me entende!

Josie, ao ouvir a conversa sobre o restaurante da noite anterior sem ligar o nome ao cardápio: Onde é Azul Profundo?
Jaque, criando novos sentidos para velhos verbos: Onde a gente ‘restaurou’ ontem.

Josie, sobre as narebas chilenas: Por isso que o ar aqui é rarefeito!

Tati: Eu aprendi a funiculoar com o Felipe!

Tati: PC, eu quero que você tire uma foto daqui pra lá, com o negócio atrás...

Triste constatação de PC, depois que uma onda traiçoeira lhe molhou tênis, meias e calças em Viña del Mar: Gente, ficar seco é tão bom. Quando a gente está seco a gente não dá valor...

Tati, estendendo a câmera para PC: PC, bate uma pra mim?

Na casa de vinhos, diante da bomba de vácuo para preservar a bebida, Josie neologista: É o vacuorizador!

Tati num momento de falso puritanismo: Mas tira da minha cara!

No metrô, depois de pegar uma bela chuva nos cornos. Tati deita a cabeça no ombro de PC.
PC: Tati, tá molhadinho...
Tati: Mas que delícia!

Museu de História Natural de Santiago. Por uma, acredito eu, homenagem à arquitetura lusitana, os salões do segundo piso não se interligam. O que significa que, para sair de uma mostra e ir a outra, há que se descer escadas, atravessar o salão do primeiro piso, e subir tudo de novo. Iniciávamos essa peregrinação quando PC, sempre bem antenado com a situação, pergunta: Onde vamos?
Jaque: Descer. É que no outro salão tem...
Tati, mais rápida que The Flash: Escada!!!

E, por último mas não menos importante, o jantar no Restaurante Giratório. Parada obrigatória, este lugar fica no alto de uma torre e seu salão de jantar, circular, gira vagarosamente, mostrando então toda a cidade de Santiago. Um barato pra maluco nenhum botar defeito, e de fazer engenheiro lembrar cálculo de velocidade angular. Já tínhamos dado umas duas voltas no carrossel quando Tati, que já havia comentado ter gostado muito da cidade de Santiago, diz: Gente, adorei aqui. Tô mesmo muito a fim de vir morar aqui.
Josie: Aqui, aqui?
Tati: É.
Josie: Ai... eu ía ficar tonta!

E é isto. Não percam os próximos capítulos, com a incrível saga da Josie em suas tentativas infrutíferas de sentar no troninho, e a subida a El Colorado pra esquiar na maionese!

Jaqueline Costa
Que ainda vai colocar as páginas em dia. Sou brasileira e não desisto nunca!

sábado, 4 de outubro de 2008

Grossa, eu? Ah, não fode! II - A Missão

Conversa via MSN. Só mudei o nome do calango pra BrazucaPerdido, e acrescentei as Teclas SAPs para quem não conhece Aberdeen ou minha frescura alimentícia. O resto está como se passou...

404 Jackie Not Found (H): agita com o povo por aí. Não sei se vão querer jantar antes ou qualé....
BrazucaPerdido: pois e... eu tenho aquele voucher pra jantar...
BrazucaPerdido: o pessoal esta pensando em se encontrar entre 9:00 e 09:30...
BrazucaPerdido: eu poderia ir para a Soul (Tecla SAP: Soul é um pub+restaurante daqui) antes disso, jantaria e nos encontrariamos la, dai poderiamos decidir e ir para outro lugar... o que acha?
404 Jackie Not Found (H): jantar na Soul? Cara, lá não me dá mtas opções (Tecla SAP 2: sou vegetariana)
BrazucaPerdido: vc queria jantar tambem?
404 Jackie Not Found (H): ah, não.... fico legal olhando os outros jantando!

Eu pergunto: POR QUE?????
O mesmo sujeito hoje me chamou no MSN. Vejam:

BrazucaPerdido: vai ter birinight hoje?
404 Jackie Not Found says: é bom
BrazucaPerdido: gostou do meu nariz nesta foto?
404 Jackie Not Found says: se eu gostei do seu NARIZ? Essa foi a pergunta mais bizarra q eu já li no msn...

Quanto mais eu rezo, mais quadros de Salvador Dali me aparecem...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Grossa, eu? Ah, não fode!

cTenho um licor de whisky que é um espetáculo. Comprei na visita que fiz à destilaria, no caminho para o Lago Ness. Mas é tradicionalíssimo daqui e, quando me perguntaram se só teria láááá na destilaria, eu disse que não seria difícil encontrar aqui mesmo em "Aperteen".
Ok. Uns dois dias depois a brasileira (Deus, por quê? Por quê? Isso acaba com a nossa moral...) me pergunta desta maneira:
- Jaque, você acha que naquela loja que vende bebidas na Union St eu encontro aquele licor?
Union St é a maior rua da cidade, a mais comercial, com o maior número de lojas. E a gente está na Escócia, até na Igreja se vende cachaça. COMO ALGUÉM FAZ UMA PERGUNTA DESSAS?
Me recusei a responder. Olhei pra ela e caí na gargalhada.
Acho que ela ficou putinha...

PS: pra publicar post aqui tem que digitar umas letras randômicas, pra evitar sobrecarga no servidor devido a bots. Bem, as letras para este post são SFOWJ.... numa tentativa de fazer disto uma palavra, acho que a pronúncia seria 'sifôuji"... bem apropriado!

PS2: Um amigo acabou de me lembrar, nos comentários - esta é a mesma brasileira que se surpreendeu com a quantidade de escoceses que trabalham aqui....

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Serviço de Utilidade Pública

Retornando ao blog, ainda com a lesêra agarrada às costas qual carrapato vampiro, Mas eu não posso me deixar vencer por este inimigo invisível, e tenho que pensar na (in)sanidade mental de vocês, queridos leitores. Além do mais, se eu não encher o seu saco, vou encher de quem? Jä falei antes aqui, minha expressividade se sente podada na terra do bardo.
E já que voltei a postar o diário, volto também ao Serviço de Utilidade Pública, iniciado e mantido apenas aqui, neste incrivelmente bem-humorado e bem-escrito blog!
(Mais uma coisa: se eu não elogiar, quem vai?)
Vou então discorrer sobre este fato tão inevitável quanto inexorável, mas nem por isso tem que ser escroto.

O Pë na Bunda - Este Fenômeno da Natureza

O Poetinha já escreveu uma vez "a solidão (é) fim de quem ama". Quem sou eu pra discutir? O fato é que o único relacionamento que jamais acabará é aquele que nunca começou. Calma, calma, amigos, não estou dizendo pra deixarem de acreditar, de amar, de mandar rosas nem pra se pendurarem numa corda num quarto de hotel barato, ou beber whisky vagabundo na penumbra ao som de Maysa.
Nada é justificativa para beber whisky vagabundo.
Só estou dizendo que o pé na bunda faz parte da vida - e, como eu já disse antes, quem nunca levou um que atire o primeiro gelol! Eu já levei inúmeros, e é pra isso mesmo que eu malho os glúteos.
Enfim... dar um pé na bunda não faz do rapaz um canalha, nem de nós, moças, biscates. Tudo é a maneira como se dá o pé na bunda. Dependendo da graciosidade dos movimentos, a pessoa chutada vai até agradecer.
Engraçado ver que, sob pena de ser execrada pela generalização - e, diante disto, volto a dizer que este Serviço de Utilidade Pública é destinado a entender a média da população, feminina e masculina, e não atende a casos particulares; portanto, poupem-me! - mulheres, embora não sejam praticantes contumazes da arte do pé na bunda, têm toda uma leveza de gestual e expressões que, não raro, deixam o malandro aturdido e confuso se tomou ou não um cartão vermelho, o que leva o pobre rapaz a seguir incondicional fã da mão que afaga, mesma que apedreja. Homens, ao contrário, embora habitués nesta posição, tratam isto mais como um esporte olímpico, fazendo uso de fórmulas rápidas e fáceis, de modo a passar logo para a segunda etapa.
O que, é claro, além de uma enorme indelicadeza é nos tomar por idiotas.
Lições de casa para você, amante latino que quer presentear sua atual com um cartão de seguro-desemprego:

1. Esqueça clichês. Não há nada mais irritante que ouvir "não é você, sou eu". Ora, é claro que é você. Óbvio que é você. E, se não for você, é aquela louraça belzebu que você conheceu. Mas eu que não sou!
2. Seja cortês. Você teve um relacionamento com a moça, ela foi sua namorada, não a vendedora de cachorro-quentes da esquina que lhe causou uma dor-de-barriga de um fim-de-semana inteiro. Entenda que ela pode ter uma reação não exatamente tranqüila à situação - afinal, é você quem está terminando, não ela (veja o parágrafo acima). Seque suas lágrimas com a ponta dos dedos (isso é o máximo), e diga que sua amizade é um bem muito importante que você não gostaria de por a perder por insistir num sentimento que você não traz realmente em si.
3. Seja gentil, não seja canalha. Não a leve pra jantar, depois cinema, depois motel e então venha com aquela história de "nós precisamos conversar". A menos que ela seja surdo-muda, nas últimas seis horas vocês estavam, entre outras coisas, conversando, e esta frase é o eufemismo dos eufemismos para "legal te comer. Te vejo amanhã". Por favor, poupe-nos.
4. Não citem nomes, por mais que insistamos nisso. Se você já está apaixonado, fazer o quê. Mas não admita, fuja dessa raia. Você vai evitar aborrecimentos futuros, caso sua ex-atual seja daquelas psicopatas que ligam para a casa da futura falando barbaridades. Além de estressante, você vai perder pontos no caminho de conquistar a futura.
5. Todo mundo sabe que existe geladeira. Existe pra você também, não vou ser hipócrita. Mulheres usam o freezer, lazanha congelada ainda é opção para madrugadas insones e parêntesis entre relacionamentos, e é sempre melhor se você já conhece a marca, sabe o gosto. Mas não deixe óbvio que está nos congelando. Pode estragar e lhe dar indigestão no futuro.
6. Tenha certeza que quer terminar. Dar o pé na bunda e depois ficar de ladainha porque viu a moça com outro rapaz é palhaçada. Ela tem o direito de beijar outra boca, e uma vez que você tirou o seu do páreo, deixa a menina apostar em outro pangaré.
7. Se existem contas em comum, ou dívidas de cartão de crédito, acerte tudo duma vez só. E, da próxima vez, nem faça. Se ela pedir pra usar o seu cartão, esqueça a dívida. Se você não tem cartão, não faça a dívida.
8. Ela chorou? Berrou? Chamou você de filho-da-puta? Isso acontece. São os hormônios. Deixe a menina bater, somos o sexo frágil - não se preocupe, não vamos quebrar nenhum osso. Depois de ter certeza de que ela entrou em casa, ligue o carro e vá para a sua. Mande flores no dia seguinte, um enorme cartão lamentando a bifurcação em seus caminhos. E só. É canalha mas é lindo.
9. Não fique com a amiga dela. Isso é demais.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ado! A-Ado! Pé na Estrada em Santiago!

Quando Santiago Quase Deixou de Ser Católico

Como prometido no blog, a página 20 do diário eu deixei pra depois das férias, uma questão de homenagem. Ao meu Brasil ame-o ou deixe-o, meus amigos queridos, vitaminados, sarados, salve salve, e à minha família que me ama e atura (ou atura porque ama, sei lá). Aí, sabem como é... voltei de lá, bateu uma preguiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiça... e o diário só voltou agora. Debaixo de esporro!

O Rio de Janeiro... bem, continua lindo. Maravi, eu diria. E a cerveja CONTINUA GELADA! Alguém deveria ensinar aos habitantes das terras altas e saias curtas o prazer que há em saborear um chopp estupidamente gelado, de frente pra praia, com um sambinha ao fundo. Mas é querer demais.

Aproveitei que estava no Brasil para conhecer mais um país da América do Sul. Desta vez, um pulim ali no Chile. Aliás, fiz logo uma excursão, mais um dos eventos Jackie Pé na Estrada. Tati, PC e Josie me acompanharam a Santiago, onde Ivy já nos esperava.
Claro que não prestou, e trago a vocês aqui a compilação dos eventos hilariantes qiue presenciei nesta viagem.
Já na primeira saída, as raízes brasileiras se mostram. Em direção a Bella Vista, bairro boêmio da capital chilena, optamos pelo bom e velho metrô, prático, rápido, barato, não requer prática nem tampouco habilidade. E não é que, mesmo sendo baratim baratim, Josie deu balão na roleta? Marginal é assim... enfim, entramos no vagão e a pequena Josie quase cai, no solavanco. Segura na barra, criança, eu falo. Ela vai em direção da barra que a Tati estava. Esta, nervosa, manda:

- Ôw! Mas você vai segurar JUSTO NO MEU???

Ficou a dúvida se ela reclamou porque estava machucando ou era vergonha de público...
Escolhemos um pié súcio cualquier para abrir os trabalhos, na base de pisco sour e cerveja de Itu. Como os outros na mesa estavam com o espanhol na base do sorbete de morááángo (Ivy não nos acompanhou neste dia), sobrou para esta criatura que mal fala o português as vezes de intérprete. La garantia soy yo. Peguei o cardápio para escolher os petiscos. Estava lá, entre otras cositas, papas fritas con carne pica. Não resisti:

- Tati, quer carne pica?

Tati me devolve imediatamente:

- Mas é grande?

PC, pobrecito, ainda não acostumado com nossas piadas (mas vocês verão, nas histórias seguintes, que a adaptação foi rapidinha), semi-envergonhado disse:

- Gente, GENTE, eu tô aqui!

Tati:

- Por que, PC? É grande? Se não for, não se manifesta...

Daí pra frente, qualquer referência a GRANDE era diretamente enderaçada ao PC.
E CLARO que eu perguntei ao garçom se a pica era grande...

E assim foi o início da viagem. Entre visitas a Concha Y Toro, ao estádio Sausalito – onde jogou a brava seleção de 1962, bicampeã mundial! – ida a Viña del Mar, café na casa do Pablo Neruda – tentando fazer amizade, vai que rolava um churras no fim de semana? – dança do quadrado nas ruas de Santiago e subida a El Colorado pra jogar truco e sambar (acreditem!), passamos 9 dias em Santiago, e foi tanta abobrinha que um diário só não vai dar pra contar. Vou terminar a página 20, então, já prometendo a seleção das melhores frases na página 21.

Later, Aligator!

Jaqueline Costa
Ão ão ão, o nosso forte é a rima!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Jackie's Back!

Isso aí, gente, voltei pra Aberdim, aqui no Reino Juntim. Mas ainda não escrevi o diário. Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa, mas é que me dá uma leseeeeeeeera...

Entre o último post e hoje, fui ao Brasil, ao Chile, voltei ao Brasil, voltei à Escócia, fui conhecer Loch Ness e buscar o monstro escocês - vá lá, o monstro escocês QUE GOSTA DE ÁGUA, porque monstro toalha seca, tem um monte aqui. Todos esses assuntos estão aqui, desordenados na minha mente, querendo atenção. E eu nem aí pra eles.
Povo me cobrando, cadê tu, cadê tu, cadê o diário, kct?
Não tenho nem mais desculpas pra arrumar. Não é excesso de trabalho, não é falta de computador, não é falta de energia, nem de internet.
Falta só a danada da coragem. Mas um dia ela vem, eu tenho fé!

Aguardem.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

domingo, 24 de agosto de 2008

AAAAAAhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh cabou

É, tem jeito não... alegria de pobre dura pouco e o pão cai sempre com a manteiga pra baixo, no tapete que é pra dar mais trabalho pra limpar.
Como ainda não consegui aquele patrocínio que vai me sustentar ad eternum tostando na praia, numa pesquisa científica dos efeitos eletromagnéticos da água de côco na mente carioca, minhas férias acabaram e eu voltei pra Together Kingdom... well...
Histórias, muitas histórias. Mas tenho que organizar o diário, então tenham paciência e não deixem de acompanhar os capítulos desta saga emocionante na busca da piada perfeita!
F
U
I

quarta-feira, 30 de julho de 2008

CARIOCAS - to chegando!

CARIOCAS SÃO BONITOS
CARIOCAS SÃO BACANAS
CARIOCAS SÃO SACANAS
CARIOCAS SÃO DOURADOS
CARIOCAS SÃO MODERNOS
CARIOCAS SÃO ESPERTOS
CARIOCAS SÃO DIRETOS
CARIOCAS NÃO GOSTAM
DE DIAS NUBLADOS

CARIOCAS NASCEM BAMBAS
CARIOCAS NASCEM CRAQUES
CARIOCAS TÊM SOTAQUE
CARIOCAS SÃO ALEGRES
CARIOCAS SÃO ATENTOS
CARIOCAS SÃO TÃO SEXYS
CARIOCAS SÃO TÃO CLAROS
CARIOCAS NÃO GOSTAM
DE SINAL FECHADO

Embarque Escandinavo

As paginas estao congeladas, mas o blog continua.
E continua porque algumas coisas eu PRECISO compartilhar com voces.
A Sueca Peituda estah embarcada comigo. PIOR: na mesma cabine.
Vai que, de noite, depois do meu terceiro banho do dia, ela finalmente fez a pergunta que, estou certa, esteve cozinhando seus miolos pelos ultimos meses: pra que tanto banho?
Estive por um pentelhesimo de distancia de confirmar suas suspeitas dizendo que tinha uma rara doenca de pele que me obriga a esfregar minhas partes todos os dias com sabonete pra pulgas. Mas fui boazinha, o bom humor de ir para o Brasil me fez dizer apenas que esse eh o habito comum em meu pais. Ela entao diz "um por dia, tudo bem, mas dois, tres?"
Ou seja, um por dia eh aceitavel. Well...
E entao ela foi tomar o seu banho (deve ter sido o primeiro da semana). Saiu com a toalha parcialmente enrolada nela - onde qualquer pessoa com um minimo de nocao de area perceberia que seria mais facil ela cobrir a toalha que o contrario. Ok, bem, concentrei-me em meu livro para nao ter nenhuma visao desagradavel.
Ela sentou-se na cama, com apenas o edredon que segurou sob os bracos lhe cobrindo, e comecou a passar creminho no pe. Ok, ok, ela estah apenas passando creminho, depois vai colocar a roupa.
HA! Ledo engano! Dormiu assim!
Fechei as cortinas da minha cama pra poupar-me da visao do inferno, e fiquei imaginando como seria a cena se o alarme de abandono soasse na madrugada...

terça-feira, 29 de julho de 2008

Trilha Sonora

Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Dos meninos que têm fome

Eu ando pelo mundo - e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor, cadê você?
Eu acordei, não tem ninguém ao lado
(Esquadros - Adriana Gafanhoto)

Vickingolandia

As historias do diario vao dar um tempo. Nao que eu nao tenha nada pra contar mas, por uma questao de homenagem, resolvi que a pagina 20 sera escrita apos a viagem ao Brasil. Meu Brasil brasileiro, mulato izoneiro, mais que merece!
E, como voces podem ver por este post completamente desacentuado, estou novamente embarcada. Desta vez, na Noruega, terra dos fiordes, dos vickings, dos homens grandes e bronzeados. Paraiso!!!!
Encontrei o homem da minha vida no voo pra ca. Infelizmente eu desci em Bergen, ele seguiu rumo a Oslo. Tudo bem, eu tenho certeza que encontro outro homem da minha vida facil facil aqui.
O problema eh a concorrencia, a mulherada tambem eh linda.
Pra dar uma ideia, fiz o check out no hotel com a Gwyneth Paltrow.
Mas... vamos que vamos! Blog continua, sem acento mas com humor. E as passagens marcadas para meu Rio de Janeiro. Minha cidade eh um poema, todos sabem que eu sou, sou carioca da gema!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

O Estranho Mundo de Jackie

Quanto Mais eu Rezo...

Aparentemente, o produtor da minha vida, em conchavo com o diretor, resolveu fazer dela uma refilmagem de Além da Imaginação. Meu mundo segue seu rumo em direção ao bizarro. Mas como o personagem é meu, as pinceladas cômicas prosseguirão.
Um dia de verão em Aberdeen. Minha amiga americana e eu, duas marginais globalizadas, demos uma linda corcova no trabalho, saída pela direita, leão da montanha. Colocamos nossos biquinis e nos escarapichamos na praia.
Ali estávamos, ungidas em protetor solar, falando todas as bobagens com que sempre brindamos uma a outra, quando vejo caminhar pela areia um sujeito ímpar: shorts negros, camiseta negra, luvas negras, meias e botas negras.
Olho para Steph e pergunto: “what’s that fuckin’ porra?”. Ela faz sua cara habitual de “não tenho a mais vaga noção”. Ok, beleza.
O cara párou em frente a nós. Olhou prum lado, pro outro, e veio falar comigo: “você se importa se eu sentar com vocês?”
“Sim, me importo”, respondo sisuda. E ele sentou.
Ai puta que pariu, falei. Steph, que já está sabendo as expressões básicas em português, já riu. Ok. Voltamos a conversar.
Mas o maluco queria fazer amizade. Perguntou de onde eu era. Falei um “Brasil” entre dentes, pra ver se o cara sacava que eu não tinha a menor intenção de socializar. Virei o rosto pra Steph e segui conversando unilateralmente. Steph estava rindo mais, e eu não sabia do que.
Descobri quando o sujeito perguntou o que eu estava fazendo no Reino Juntinho. Eu viro pro cara e... bem, ele tinha tirado os shorts (segundo me conta a americana depois, ele ficou nu, se trocando ali na praia na maior. Graças à Deusa, essa eu perdi) e colocado sua sunguinha, negra, óbvio – e a parte da frente, mínima. Com tufos ruivos, praticamente uma floresta amazônica em sépia, saindo pelos lados!
Foi demais pra mim, segurando o vômito e sem responder absolutamente nada ao cara, virei pra Steph e disse q ia nadar. Quem sabe assim ‘Señor Creepy’, como nós carinhosamente o chamamos agora, entenderia seu status de persona non gratta’.
Quando piso na água escuto o cara vir trotando igual um cavalo para mergulhar comigo! Párei, estática, ele passou e deu aquele salto magnífico, mistura de sapo sentindo cãimbras com albatroz pousando – e eu vejo que sua sunga por trás é um fio dental!
Viro-me rapidamente e vejo que minha amiga está com a cara afundada na toalha, rindo horrores. Cato minhas coisas e sento do outro lado. Eu sinto que fiz algum mal à Deusa do Amor, e estou sendo duramente castigada com este maldito magnetismo pra psicóticos!

Pausa para almoço em restaurante mexicano, já que eu sigo uma dieta balanceada onde figuram os 5 principais grupos alimentares: verduras, frutas, fibras, laticínios e tequila golden. Os pratos vegie têm todos um lagartinho verde ao lado de seus nomes no cardápio, facilitando muito minha vida. Escolho as fiestafajitas – prato que, caso a pessoa seja fake vegie, pode ser acrescido de frango por apenas uma libra. O que significa que eu estava além de tudo economizando essa libra. Show.
O prato vem. Primeiro pedaço e... caralho, isso aqui é frango!
Chamo o tio da bandeja, falo que o prato veio errado. Ele me diz que entendeu que eu havia pedido fiestafajitas. Beleza, isso aí, eu PEDI. Fiestafajitas É com frango, diz o cidadão.
- Aaaaaaaaaaaaaaah, né não. Traz o menu aí.
Ele não traz, mas diz que vai trocar o prato. Ok, espero. E, quando traz, ele me diz que, por cortesia da casa, eu não teria que pagar pelas outras fajitas.
Poupei seus fracos neurônios aberdonianos não lhe dizendo que seria mais fácil ver Bento XVI dando a bunda na Praça São Pedro que eu pagando por algo que não pedi!

Jaqueline Costa
É veggie que não come carne

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Trilha Sonora

Meu amor me deixou
Levou minha identidade
Não sei mais bem onde estou
Nem onde há realidade...

Ah, se eu fosse marinheiro
Era eu quem tinha partido
Mas meu coração ligeiro
Não se teria partido...

Ou se partisse colava
Com cola de maresia
Eu amava e desamava
Sem preso e com poesia...

Ah, se eu fosse marinheiro
Seria dôce meu lar
Não só o Rio de Janeiro
A imensidão e o mar...

Leste, Oeste, Norte, Sul
Onde o homem se situa
Quando o sol sobre o azul
Ou quando no mar há a lua...

Não buscaria conforto
Nem juntaria dinheiro
Um amor em cada porto
Ah, se eu fosse marinheiro
Não pensaria em dinheiro
Um amor em cada porto
Ah! se eu fosse marinheiro...

Viagens da Jackie – Página 18

Comendo Couve em Bruxelas

E eis que finalmente tive uns dias livres e aproveitei pra dar um pulinho ali na Bélgica. Sim, eu sei, eu estou ridiculamente escrota, e como eu sei que vocês gostam é de ler sobre minhas derrotas, não vou encher-lhes a paciência contando como as cidades são lindas e a cerveja é boa..
Primeiro, um belo vôo Aberdeen-Paris. Pra meu tormento, o único horário possível era às seis da matina de sexta-feira. O que significa estar no aeroporto às quatro, coisa nada cristã. Claro que uma pessoa de bom senso e noção da realidade iria dormir cedo para estar bem-disposta na manhã seguinte.
E é claro também que essa pessoa não sou eu.
Quinta à noite, a máfia já formada abre os trabalhos na Igreja já conhecida. Entre um whisky e outro, párei de dançar lá pelas duas e sbroubles da manhã. Tempo exato de ir pra casa, tomar banho e pegar o táxi.
E o vôo pra Paris é curto.
Chego ao famoso Charles de Gaulle, e ouço os avisos de segurança – algum demente esqueceu sua bagagem em uma das saídas do MEU TERMINAL (claro! O aeroporto é gigantesco, mas claro que tinha que ser no terminal em que eu estava descendo!) e, como nào aparecia pra buscar, a despeito de todos os avisos, o assunto foi tratado como de risco.
O que significa dizer que ninguém entra, ninguém sai.
Como meu celular estava já morrendo, e eu precisava do danado pra ligar pra minha amiga que já estava na França, fui procurar uma tomada pra plugar o infeliz. A única que encontrei foi no espaço de Baby Care. Perfeito, liguei o carregador, sentei na pia e comecei a ler. Não podia ir pra lugar nenhum, mesmo.
Eis que surge o faxineiro. Eu, num francês que faria corar de vergonha qualquer criança de 6 anos com um mínimo de Frere Jacques no ouvido, expliquei que estava ali apenas para carregar o telefone. O bruto, ao ver minha camisa do Brasil-Il-Il, logo começa aquela velha conversa de gringo, aqui já com tecla sap:

- Brasil? Futebol!
- Sim, sim, futebol....
- Pelé!
- Sim, sim, Pelé...
- Ouí! Ouí! Garrincha!
- É, Garrincha, Ronaldo...

E eu só queria um espaço tranquilo pra carregar o telefone e ler meu livro. Mas vá lá. Foi quando o cidadão começou a falar das mulheres brasileiras, as mais bonitas. Agradeci, ainda em dúvida se ele sabia que eu sou brasileira ou se achava que eu estava fazendo uma homenagem ao país. Então ele diz que nós temos fama de população que gosta de sexo. E de pornógrafos. Ensaio um peraí, mermão, não é bem assim... e sou salva pelo gongo, com a entrada de uma senhora e seu bebê. O sujeito sai, eu desço da pia, a moça troca as fraldas da criança, eu retomo meu posto.
E o cara volta. E então, num momento tão surreal que eu pensei fazer parte dum quadro do Dali, se ofereceu pra me comer no banheiro!
Eu não sabia se ria ou se dava uma porrada no cara que, pensando que eu não tinha entendido o que ele disse em francês, começou a fazer mímica de beijinho e dizer ‘L’amour! L’amour!’
Peguei minhas e coisas e me mandei. Hospitalidade francesa é um troço muito esquisito.
Enfim. Um dia mais na cidade-luz, desta vez arrasando num agradável verão – que obviamente ainda não chegou em Aberdeen – e com salsa até 3 da matina, depois de carro até Bruxelas na manhã de sábado, à caça de cerveja, couve e chocolate. Dos três, a única coisa que não vi foi a verdura, o que me faz pensar que minha mãe inventou o nome pensando que sua filha tão chique só comeria vegetais importados.
Pra não perder tempo nem a dignidade, já que de bêbado não tem dono, arrumamos um hotelzinho já na rua da muvuca. Assim, caso o álcool atingisse um nível mais alto, o caminho da cama não era tão complicado.
Mistura de Lapa com Europa, não preciso dizer que fiquei apaixonada, e também doente de ter que sair dali. Bem, menos uma noite de sono, mas dormir pra que....
Depois de um domingo de sol, cerveja e mais risadas, desmaio no avião pra voltar pra cidade de granito.
Nos poucos momentos em que estava desperta, o sol maravilhosamente brilhava num céu limpíssimo. Foi quando o piloto gentilmente informa: “senhores passageiros, preparem-se para o pouso, estamos chegando a Aberdeen”.
Pronunciado o nome da cidade, magicamente o fog se fez presente diante de nós. Quase chorando, pergunto à aeromoça se o nome do piloto é David Coperfield.

Não era. É praga mesmo...

Jaqueline Costa
Que Nunca Mais Lê em Baby Care Room

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Serviço de Utilidade Pública

Segunda Parte - Respostas a Perguntas que Não Deveriam Ser Feitas

Eu sei, eu sei. Mulher é bicho esquisito, e todo mês sangra, como diria Rita. Mas é assim mesmo, não adianta reclamar. E só piora com a idade!
Enfim... mulheres gostam de fazer perguntas para as quais não há resposta correta. Qualquer resposta dada será motivo de uma briga. Ou de discutir o relacionamento. Ou de fazer aquela cara de manga-chupada tão conhecida, que quer dizer exatamente "você SABE porque eu estou puta".
E você, claro, não sabe.
(Abrindo um parêntesis totalmente pessoal e intransferível, tenho a dizer em minha defesa que, seja pelo espírito prático que ocasionalmente habita este corpitcho, seja pelos anos de engenharia com cachaça e limão, acompanhada de vários amigOs, eu não tenho essa psiquê auto-destrutiva. Mas este serviço é generalista, não individualista).
Vamos às dicas então:

1. Angelina Jolie
Você está numa mesa com sua namorada/noiva/piriguéti da vez, e alguma outra mulher. Eis que elas começam a comentar sobre o último filme da Angelina Jolie. Em cinco minutos, pode ter certeza, elas vão começar a falar como La Jolie é bonita.
Fique esperto: ao primeiro sinal de que a conversa irá para esse lado, levante-se com a desculpa de que vai buscar chopp ou, se estiver num restaurante, que precisa ir ao banheiro. Ao retornar, ignore completamente qual o assunto em questão, apenas sente-se ao lado da sua companheira, alise sua perna, lhe dê um beijo e diga como ela está bonita naquele dia. Isso nunca falha. Para manter-se em campo neutro, inicie imediatamente uma conversa acerca de alguma coisa muito engraçada que aconteceu no escritório. Se não aconteceu nada, invente - quem manda trabalhar em escritório chato?
Falar sobre a beleza da Angelina Jolie é um campo minado sobre o qual você não quer andar.
Se vocês concordam conosco que ela é realmente muito bonita e muito chique, então imediatamente nosso complexo de patinho feio que Deus nos deu e mamãe regou é ativado. As mais tranquilas vão fazer você passar longe de qualquer filme que cheire a Angelina. Algumas, mais psicas, vão começar a ver sósias da atriz em tudo quanto for morena que aparecer na sua frente, com ciúmes até da Lassie. Inferno puro.
Se, por outro lado, vocês discordam, tentam fazer um agrado, dizem que ela é até meio sem graça, e que gostosas mesmo somos nós (ou melhor, sua companheira, que lançar esse caô no plural é muita canalhice), nós sorrimos, agradecidas. E vocês acham que fizeram o dia, que são muito espertos, que hoje a noite vai ser boa.
Tolinhos.
Amigos, nós somos mulheres, não ignorantes. Nós SABEMOS que a Angelina é linda. E chique, rica, cheirosa e casada com o Brad Pitt. A vaca só tem qualidades. Então, se vocês são capazes de mentir sobre uma coisa tão óbvia, o que dirá de coisas mais subjetivas como as perguntas "você me ama" e afins?
PS: dica válida para Giseles Bündchens, Anas Paulas Arósios, Fernandas Cândidos, Alinnes Moraes e demais absurdos da natureza.

2. "Você viu como a Aninha engordou?"

Melhor resposta
: "Quem é Aninha?". Responder que sim ou que não apenas significa que você tem olhado muito pra bunda da Aninha.

3. A sogra

Toda mulher do mundo tem problema com a mãe. Faz parte do nosso destino, uma troca feita na saída do Paraíso pela habilidade de fingir orgasmos, tão importante para a tranqülidade matrimonial. Infelizmente pagam as saias-justas pelas secadoras, e quem tem orgasmos reais também sofre com mãe.
Que, graças a Deus, só tem uma.
Mais dia, menos dia, você será envolvido em uma novena de reclamações acerca do comportamento super-protetor possessivo sufocante exigente da mãe de sua consorte. É a vida. Não se desespere, e não caia na armadilha do comportamento fácil de concordar. Mãe é mãe, paca é paca. No calor do momento sua companheira se mostrará feliz por ter encontrado em você alguém que compreenda suas angústias. Isso dará a você a falsa impressão de que poderá reclamar com ela quando sua sogra começar a pegar no seu pé - coisa que invariavelmente ocorrerá.
Claro que, quando repetir as reclamações já ouvidas, sua atual imediatamente se voltará contra você. Afinal, quem é você para falar da mãe dela?
Dica: esta é realmente difícil. Falar lhe trará problemas no futuro, não falar lhe trará problemas agora, pois você pode passar por insensível. Então, use a terapia do abraço, diz que tudo vai passar. Só isso. Não diga que ela não deve se zangar por tão pouco - isso nos faz pensar que vocês acham que somos paranóicas. Não tentem minimizar a situação, por mais ridícula que lhe pareça (e, provavelmente, é mesmo). E, sobretudo, não tentem conversar com sua sogra.

4. "Onde você foi ontem?"

Sua ex-namorada faz aniversário. Vocês terminaram há anos, mas continuaram ótimos amigos. Sua atual, obviamente, não vai com a cara dela. Nós nunca vamos com a cara de ex-namoradas excelentes amigas. Se forem bonitas, então, fudeu.
Claro que a gente diz que é uma parada de energia, de santo, que ela "passa uma coisa ruim".
A única coisa ruim que ela deve passar é camisa de jersey, que é foda mesmo. Mas e daí? O que não tem explicação complicado está.
E aí, todos os seus amigos vão estar na festa. Que nem vai ser uma feeeeeeeeeeeeeeeesta, vai ser só um chopp no Amarelinho e olhe lá.
Sua atual tem uma dor de cabeça tsunâmica, quem diria. Tão forte, nem quer sair. Quer só ir pra casa depois do trabalho, tomar um banho e dormir.
Você fala com ela por telefone. Depois dá uma passada no Amarelinho. Dois chopps, três piadas, pega o carro e vai embora.
No dia seguinte, tudo vai bem, almoço com a namorada, ela sorrindo pergunta se você foi na festa.
Por que, EU pergunto, se fazem perguntas para as quais não se querem as respostas? Uma vez que é ÓBVIO que você foi à festa - para um chopp ou um barril, não faz diferença. Se você diz que foi, começa a briga porque você foi. E, se diz que NÃO FOI, começa a briga porque você está achando que ela é idiota.
(Novo parêntesis, só para reclamar sobre o terceiro milênio, as novas tecnologias, a revolução sexual e a queda da Bastilha, todas essas coisas que geraram estranhos seres como os 'homens sensíveis'. Já encontrei uns fresquinhos pela vida que também tinham a irritante mania de perguntar e depois reclamar da resposta que ouviram).
Enfim, ainda não encontrei uma solução para esta charada. Em meu caso, como pessoa paciente que (não) sou, eu simplesmente viro pro calango e mando: "simplifiquemos nossa vida e encurtemos meu aborrecimento: qual a resposta que você quer ouvir? Diz aí que eu repito"
Claro que isso não é muito bom para o relacionamento em si, mas eu também não estou aqui para namorar Leão Lobo.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Scotish News – Página 17

Num Ninho de Mafagafos

Algumas palavras sobre meu trabalho anterior, para quem não me conhece, e sobre o novo.

Trabalho nesta linda e absolutamente apaixonante indústria petrolífera, lar de pessoas educadas, afáveis e bonitas feito capa da Vogue.
E eu sou uma empada. Com azeitona.
Enfim... meu trabalho anterior consistia em coletar dados de pressão e temperatura durante testes nos poços. Sem muitas delongas, eu programava na superfície equipamentos eletrônicos que eram então descidos no tal poço. Depois de terminado o teste, recolhiam-se os registradores, eu fazia o download dos dados para o computador, e entregava ao cliente junto com um lindo e florido relatório.
O maior risco do trabalho era com as baterias de lítio dos tais registradores. Caso rompesse o invólucro, o contato do lítio com água poderia causar sobre-aquecimento e até explosão. Mas quem nunca usou um celular debaixo de chuva que me sufoque com sua apólice de seguro de vida.
Atualmente, recolho amostras de fluido direto do reservatório, mantendo na pressão original ou, mais freqüentemente, acima dela. Então eu basicamente uso nitrogênio e óleo sintético para pressurizar uma câmara cilíndrica a 15 ou 20 mil psi. As câmaras são baixadas no poço, a amostragem é feita, e eu as recolho e transfiro o petróleo para os cilindros de transporte.
Claro que, quando as câmaras voltam do poço, estão cobertas de óleo, escorregadias que só. E, para facilitar, eu tenho que carregá-las escadaria abaixo, segurando-as na longitudinal (nerd é o caralho! Vocês sabem do que eu estou falando). Pra quem nunca visitou uma plataforma (99% desta lista), uma surpresa: as escadas não são limpinhas. Então eu tenho óleo nas luvas, nas câmaras cilíndricas, nos degraus e nos corrimãos.
E, obviamente, está ventando. Sempre.
E chovendo, 50% das vezes.

Em resumo: deixei minha tranqüila vida de ajustadora de relógio para poder manusear mísseis balísticos no agradável clima do Mar do Norte.
Mas eu gosto assim!

Para quem achou meu trabalho complicado, tenho a dizer que é moleza se comparado com a impossível tarefa de arrumar uma paquerada que seja nesta cidade. Começo a achar que os escoceses não são muito chegados.

Mas eu sou brasileira, não desisto nunca!

Jaqueline Costa
Tinha sete mafagafinhos

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Inaugurando Servico de Utilidade Publica

Como sao muitos os amigos que vem confusos confessar a mim a velha frase "nao consigo entender voces, mulheres", resolvi usar este blog (que nao serve pra nada mesmo) pra explicar. Alias, explicar nao, que eu tampouco me entendo ou as minhas pares. Vou soh dar uns conselhos praticos e extremamente uteis para voces menininhos manterem relacoes saudaveis e sua sanidade mental.

Primeira Parte - A Danada da Dieta

99% das mulheres do mundo estao de dieta. 1% restante fica por conta da populacao da Etiopia e daquelas abencoadas pela Deusa com um metabolismo virado no 600. Estas ultimas sao odiadas pela sociedade normal, obvio.
Estar de dieta eh uma condicao normal da mulher. Intimamente, soh falar a frase "nao, obrigada, estou de dieta" jah nos faz sentir com 2 quilos a menos.
Embora a maioria dos meus amigos jah tenha entendido isso e passe ao largo do assunto com a graca e leveza de um mestre-sala da Mangueira, vejo que alguns meninos ainda se perdem neste assunto.
Entao, vamos a dica: o unico comentario possivel diante da frase "nao, obrigada, estou de dieta" eh "dieta? Pra que? Voce esta LINDA!"
Ponto. Fim. Nao tentem nada diferente disso. Nao digam que mulher eh tudo pirada, psica com dieta. Nao mostrem um pedaco de picanha sangrando.
(Sobretudo para veggies como eu).
Agora, acima de tudo: nao entrem em conversas de calorias e gorduras e culotes e o escambau.
Dieta eh pra menininha. Como Playboy eh pra menininho.
Homem de dieta eh uma situacao um tanto non-sense para nos. Algo meio Alem da Imaginacao.
Eh como pensar em seus pais transando. Eles ateh podem transar, mas imaginar a cena eh tosco.
Entao, menininhos, se voces estao de dieta, guardem o assunto para voces. Nao contem calorias, nao mencionem o que cortaram das refeicoes.
E, principalmente, nao contem AS NOSSAS CALORIAS.
Uma simples observacao do tipo: "cuidado pra nao engordar, hein?" diante de nosso pao-de-queijo com requeijao pode rebaixa-lo da condicao de "simpatico/chances de uma cervejinha" para a categoria de "bicha feia e invejosa".

Esses posts horrorosos

Nao, galera, eu nao emburreci, nao passei a falar miguxes nem estou fazendo minha propria reforma gramatical.
Os posts nao tem acentos porque esta porcaria de dumb terminal eh DUMB MESMO.
Mas volto hoje para casa, depois de 16 dias no mar (tenho certeza de que vi guelras no espelho hoje pela manha), e poderei voltar a honrar a ultima flor do Lascio.
Ateh lah, tome h no lugar de agudo!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Conversas via msn

Num bate-papo virtual com uma amiga que ha muito nao vejo, falavamos de relacionamentos diversos, inicios e fins. Ela com um historico de separacoes, eu com uma ficha enorme no pro-cardiaco.
Eu, jah escoladissima na arte de ser delicadamente posta pra escanteio, em meio a conversa compartilho um pensamento que ela, de tanto rir, resolveu usar como frase do MSN. Entao, resolvi publicar aqui.
Totalmente by Jackie:
'Quem nunca levou um peh na bunda que atire o primeiro gelol!
Eh pra isso que eu exercito os gluteos...'

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Nem o futebol...

Flamengo perdeu para o Sao Paulo.
A selecao perdeu para o Paraguai - que vergonha! Como se pode perder para um pais que metade veio de Taiwan?
E empatou com a Arrrghhhhentina!
Portugal acabou de perder para a Alemanha. Tadinho de papai.
O negocio agora eh babar soh pelas coxas espanholas e peitorais italianos...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

New Employee

Contrataram outra engenheira brasileira para estas bandas. Meu gerente, bonzinho, me pediu para ajuda-la a se adaptar. \Ok, ok... depois de um tour pela base e algumas explicacoes sobre os equipamentos, tea time. Enquanto eu checava meus emails, ela fez algum comentario sobre o ingles, a dificuldade em entender. Falei para ela nao se preocupar, o problema nao era o ingles, mas o escoces.
Ao que ela, abismada, compartilha comigo sua surpresa: "ah, tem bastante escoces por aqui, ne?"
Deus, afasta de mim esse povo boca-aberta!

domingo, 15 de junho de 2008

Marisa Monte cantando...

Eu não sou da sua rua,
Eu não sou o seu vizinho.
Eu moro muito longe, sozinho

Estou aqui de passagem...

Eu não sou da sua rua,
Eu não falo a sua língua,
Minha vida é diferente da sua

Estou aqui de passagem...
Esse mundo não é meu,
Esse mundo não é seu

sábado, 31 de maio de 2008

Hoje

Da primeira vez que me assassinaram
Eu perdi o sorriso que tinha
Depois, em cada vez que me mataram,
Levaram alguma coisa minha
(Mário Quintana)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Day's Quote

For every person who thinks up a magnificent breakthrough idea, there are a hundred who are nothing more than mindless and unimportant implementers of the idea. The reason for the imbalance in numbers is that the implementers tend to kill the people with the great ideas in order to cut down on the workload.

sábado, 17 de maio de 2008

Dick Cheney foi pescar

O vice-presidente da grande (im)potência foi pescar. Um fim-de-semana de paz mundial sem o medo de que ele bata em nossa porta buscando por armas de destruição em massa.
Mas, sendo os americanos quem são, uma pescaria não poderia ser apenas uma pescaria. E eis que surgiu toda uma discussão em trodeo do que está refletido nos óculos de sol do cara. Juram os nerds do mundo inteiro que é uma mulher nua (e eu pergunto: e se for? E daí? Mudou minha vida?)
Mas bom mesmo foi a declaração da porta-voz Meagan Mitchell, para dar fim à polêmica:

"Claramente, a foto mostra uma mão segurando uma vara."

Preciso comentar?

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Blog às moscas...

Hora de fazer alguma coisa pra colocar este espaço nas cabeças...
Sexo sexo sexo sexo sexo sueca peituda flamengo campeão sexo sexo

Pronto... isso deve ter colocado o Pé na Jac em primeiro lugar no Google!

Diário da Jackie - Página 16

Whisky com Champagne
COMUNICADO IMPORTANTE: esta crônica contém informações de conteúdo forte relativas a DEUS, piadas politicamente incorretas e religiosamente pagãs. Todo cuidado é pouco. Se você é evangélico, judeu, islâmico, ateu, católico apostólico romântico ou qualquer outro tipo de xiita, leia por sua conta e risco, mas não diga que eu não avisei. Só não vai depois xingar minha mãe.

Algumas histórias da França eu não tive tempo de contar, e já aconteceram outras tantas aqui na Escócia. Como organização não é o meu forte, vai vir tudo misturado nesta página.
Primeiro, uma palhinha sobre a culinária francesa, tão famosa no mundo e para a qual eu literalmente andei. Andei e andei. Fois gras, faisão, escargot... não me dizem absolutamente nada. Aliás, mesmo antes do vegetarianismo esses negócios já não tinham uma boa oratória comigo.
Mas o curso era multi-cultural, polissaturado, e eis que uns dos alunos, um dia depois de ter comigo vinte e oito – VI-NTE-E-OI-TO – escargots, comentava comigo a façanha. E disse “você tem que provar”. Diante da minha expressão de “não, obrigada. Estou sem muita fome e com muito nojo”, ele emenda: “ei, é bom. Não tem gosto de lesma!”.
Imediatamente falei: “de onde eu só posso concluir que: 1 – tem gosto de frango, este genérico da Natureza; e 2 – você se amarra em comer lesma”.

Barrio Latino, a despedida da noite parisiense. No Brasil, como vocês sabem, fim de festa é sinônimo de forró, Legião Urbana ou Kid Abelha cantando “fazer amor de madrugada”. Quando o DJ coloca algo assim pra tocar, você já automaticamente se vira para o caixa, vai pagar sua conta e tentar descobrir o caminho da sua casa, porque é sinal de que a boate vai fechar.
Em Paris, a “deixa” é sempre uma música lenta, daquelas anos 80s. Algo bem Love Story, coisas do tipo.
No Barrio Latino, foi Dirty Dancing, aquele negócio de boy now I had the time of my life... e por aí. Um dos árabes do grupo me puxou e ensaiávamos alguma coisa que passava loooooooooooonge de Patrick Swayze e sua partner, mas não estávamos pagando nada mesmo (além do mico). Um outro casal, à parte de nosso grupo, se empolgou e também começou a dançar.
Finalzinho clássico, o árabe me jogou pra trás e puxou de volta, lindo, um espetáculo. A outra dupla resolveu fazer o mesmo. Infelizmente para a moça, o rapaz, seja pelo álcool, ou porque não é engenheiro, não tinha um cálculo de espaço tão bom quanto meu amigo. E foi assim que ele puxou sua namorada/parceira/amiga/peguéti com toda a pressão, nariz de encontro ao meu cotovelo.
Pra ter uma idéia, MEU COTOVELO DOEU.
E o cara ficou uma vida me pedindo desculpas, enquanto a pobre coitada a quem eu inadvertidamente quase nocauteei segurava o nariz tentando rearrumar o próprio cérebro.

Voltando a Aberdeen.

Eu sei que esta revelação vai chocar a muitos, mas eu não posso guardar a Verdade só pra mim.

Deus não caminha sobre a Terra.
Ele dirige um Focus.

Eu estava pedalando pela noite aberdineense, próxima do acostamento, num pedaço que não tinha absolutamente nenhuma calçada. Só rua e muro, muro e rua. E rua escura, afinal é Aberdeen. E pedalava eu tranqüila, a rua deserta... quando de repente, não mais que de repente, um Focus do nada surge atrás de mim e acende os faróis!
Justo no momento em que uma calçada de paralelepípedos gigantes nasceu na minha frente!
Ou seja, eu estava pra meter minha cara num tijolão, uma performance de saltos ornamentais com bicicleta digna das Olimpíadas de Beijing. Deus achou que não dava tempo de mandar recado, pegou o carro e veio correndo me avisar.
E tem gente que acha que o Cara é injusto!

Jaqueline Costa
Born to party, forced to work

Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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