terça-feira, 29 de abril de 2008

Diário da Jackie - Página 15

Back to Black

Pois é... estava bom demais pra ser verdade. Paris, França, tudo pago – estudando feito uma corna, é verdade, mas tudo pago em Paris, não tinha como ser ruim, né? E como tudo que é bom dura pouco, minha Revolução Francesa durou dois meses. Com direito a despedida no Barrio Latino – restaurante/night club com 4 andares de diversão garantida ou sua passagem de volta.
Depois de uma noite regada a salsa, merengue e – acreditem! – samba, uma soneca de duas horas e lá estava eu no aeroporto, pronta pra entrar no avião de volta ao Reino Juntinho. Portão 16, lá vou eu, mala de mão, mochila de mão, ressaca de mão, em direção a... um jatinho da Embraer!
Avião brasileiro? Empresa onde trabalha uma amiga não tão, digamos, católica? Ai meu São Eustáquio padroeiro das Jackies Perdidas, segura esse avião no céu que eu sou muito nova pra morrer!
Além do mais, ainda nem paguei meu cartão de crédito! Minha mãe me mata se eu eu morrer deixando a dívida pra ela!
Acho que minha atual vida de carola, visitando a igreja toda semana (não tenho culpa se a Igreja de Aberdeen vende cerveja. Mas que eu vou lá toda semana, vou!) rendeu-me uns a mais pontinhos no céu e a menos no corpo. Nenhuma turbulenciazinha pra contar história.
De volta pra Aberdeen. A cidade de granito. Não me perguntem quem foi o esquisito que achou que granito era algo digno de nota, mas a cidade embarcou na onda e agora o que não é de granito, está pintado de cinza.
Incluindo aqui o céu e o sorriso da galera.
Entro em meu quarto e um recado sobre a cama. Sim, meus amigos que sentiram falta desta personagem tão ilustre, a Sueca Peituda deixou uma mensagem para mim! Ela até começou o recadinho com um “Bem-vinda de volta, Jackie!” – inacreditável para quem no início sequer compartilhava a pipoca. Entre outras coisas, dizia ela que passaria uma semana de folga em sua terra-natal, e que na volta sua irmã viria com ela.
Logo pensei no prato cheio para os meus amigos tarados que lêem estas pseudo-crônicas. Dêem asas às suas imaginações, queridinhos. É isso aí que vocês estão pensando. Tem duas Suecas Peitudas dormindo juntas neste apartamento. E, para minha depressão e florescimento de espinhas neste rostinho, nenhum dinamarquês bem-dotado ou italiano sedutor.
A irmã sueca da Sueca Peituda é bem mais engraçada que minha roommate, devo dizer. Em duas horas de conversa já me contou todos os babados da irmã mais velha – inclusive que ela arrumou seu namorado atual, o Pequeno Polegar, num site de relacionamentos da Suécia. Coisa de desesperada, quem falou foi a irmã, não eu!
Então, amiguinhos que imaginam um meio de me pedir mais informações e meios de contato com a viking que usa o quarto ao lado do meu, seus problemas se acabaram-se!
Tratem de aprender o idioma sueco e procurem o tal site de encontros. Se não encontrarem a própria, vão com certeza dar de cara (ou outra parte do corpo, sei lá!) com uma sósia.
Peituda.


Jaqueline Costa
Contando os Dias para as Férias no Brasil

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Le Diariô – La paginá 14 (Un-Quatre)

Liberté, Egalité, Vassifudé

A empresa pagadora do meu salário e sugadora do meu sangue com 5% de álcool é orgulhosa de seu aspecto multi-cultural poliesportivo. E, como boa empregadora, zelosa de seus funcionários, blablablá Whiskas sachê, ela procura fazer com que, mesmo longe de nossas origens, nos sintamos em casa.
Assim, aqui no centro de treinamento europeu existe uma sala de meditação para permitir aos islâmicos fazerem suas 3457 orações diárias obrigatórias, e as 429 opcionais, e um banheiro especial para os orientais, não habituados ao nosso simpático e confortável sistema sentadinho-na-privada, apenas com o espaço demarcado para colocarem seus pés separados – em superfície anti-derrapante, segurança acima de tudo! – e o esperado buraco, onde então eles podem tranquilamente enviar seus faxes de cócoras como se estivessem no recesso de seu lar, doce lar.
Estou esperando ansiosamente que construam minha praia artificial.

E eis que eu tive um domingo de folga! Sério! Juro! Não estou brincando! Um domingo IN TEI RO!
Entrei no busão rosa-choque e parti pra Eurodisneywordlândia! Aliás, fotos em
http://www.kodakgallery.com/I.jsp?c=71aylqpj.3am672un&x=0&h=1&y=jaoh9n&localeid=en_US
Podem babar à vontade, porque não estraga as fotos. No máximo queima o teclado!
Entrar na Waltdisneylândia é mágico mesmo! Sobe montanha-russa, desce escada, abraça o Pateta, dança da bundinha com o filho da Pluta… tudo e mais um pouco! Me senti com 5 anos de idade novamente!
Depois que saí de lá voltei aos meus costumeiros 6 anos.

E estava eu em plena oficina, tentando inutilmente retirar um parafuso-allen que estava numa posição espetacularmente horrível. Nem sinal da chave encaixar, e eis que outro dos alunos daqui explica onde estava meu erro, com um conselho de vida que só posso crer ele tirou de experiência própria. Falou para a auxiliar do instrutor:
- Você sabe qual é o problema? Ela está tentando olhar o buraco. Você não tem que olhar para o buraco, você só tem que sentir…

Eu sei, eu sei… o diário virou semanário, agora está quinzenário, daqui a pouco anuário… mas não se preocupem, terciário ele não vira! Dou meus pulos, mas não contrato um ghost-writer!
É muito gasto só pra encher a paciência de vocês!

Você sabia...

 Que a Torre Eiffel tem quase dez vezes a altura do Cristo Redentor, e nem assim é uma Maravilha do Mundo?
 Que Arco do Triunfo não tem só na França?
 Que foi nessa posição que Napoleão perdeu a guerra?
 Que pão francês não tem só na França?
 Que o sapo não lava o pé?
 Que eu assobio a Marselhesa?
 Que pescoço em francês é cou?
 Que, tal como Equador e Chile, a França também não faz fronteira com o Brasil?
 Que eu tenho, você não tem?

Jaqueline Costa
Ghost-writer de cou é hola

Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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