quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Seu Pensamento

Adriana Calcanhoto

A uma hora dessas
por onde estará seu pensamento
Terá os pés na terra
ou vento no cabelo?

A uma hora dessas
por onde andará seu pensamento
Dará voltas na Terra
ou no estacionamento?

Onde longe Londres Lisboa
ou na minha cama?

A uma hora dessas
por onde vagará seu pensamento
Terá os pés na areia
em pleno apartamento?

A uma hora dessas
por onde passará seu pensamento
Por dentro da minha saia
ou pelo firmamento?

Onde longe Leme Luanda
ou na minha cama?


*Onde quer que esteja, estou certa que o pensamento d'ocês não está aqui, no blog. Este é meu singelo desejo de Ano Novo para vocês - que seus pensamentos voem longe, que seus planos não conheçam muros, que suas loucuras não sejam anestesiadas em 2009.
Jaqueline Costa

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Página de Fim de Ano

White Christmas no dos Outros é Refresco

Eu sei, amiguinhos, eu sei. O diário está parado, eu nem desejei um Feliz Natal à minha lista, o peru não é saudável, não é Sadia, e o preço da Barbie está um roubo!
Aqueles que conhecem esta pessoa há algum tempo sabem que o mês de Dezembro é sempre atarefado, numa tentativa insana de, entre os dias 18 e 25, ver a TODOS os meus amigos e ganhar vários muitos abraços. Tentativa insana mas que vale totalmente à pena.
Natal para mim é secundário, nada mais que um dia em que um outro JC qualquer faz aniversário.
Claro que este ano veio também a preocupada correlação entre esta JC, aniversariante de Dezembro, e AQUELE JC, também aniversariante de Dezembro, e todas as complicações em sua vida após os 33 anos. Ou seja, até que eu complete 34, não passo nem perto de cruzes! Nem sinal da cruz! Nem ponto-cruz! Cruz-credo!

Além de envolvida com a organização da maior festa do ano de Aberdeen (o que não chega a ser um fato memorável. Qualquer reunião de gatos-pingados que passe das duas da manhã já está concorrendo ao título), também estou às voltas com a busca de um lugar para morar. Sim, eu sou agora uma sem-teto. Mas sem-teto no Reino Juntinho. Coisa chique.
Tenho certeza que todos já passaram por isso alguma vez na vida: a busca do apartamento perfeito. Quando o apartamento é bom, o lugar é ruim. Quando o lugar é bom, o apartamento é horrível. Quando o lugar é bom e o apartamento consegue abarcar todas as suas coisas, então o aluguel é incompatível com suas finanças. Resumindo: um saco. E pensar no trabalhão de empacotar/desempacotar os bagulhos depois que encontrar um lugar habitável não ajuda nada...

Resolvi dar um tempo nessa busca insana e preparei a mega-festa de aniversário. Que deve ter sido muito boa, mas ninguém se lembra. A quantidade de álcool consumida é comparável à produção anual de uma pequena destilaria, e a variedade de tipos e países de origem também imipressiona: cervejas belga, mexicana, reino-unidense e holandesa, rum venezuelano, aguardente colombiana, a África representada pela conhecida Amarula, um licor ucraniano (!!!), vinho francês e italiano, além dos óbvios whisky escocês e cachaça brazuca.
O problema com o meu aniversário é que eu nasci no dia errado. Comemorando por 14 horas seguidas, me sobra pouco tempo depois para limpar a bagunça, descansar, limpar o corpo e purificar a alma para o Natal. Fácil compreender porque esta página veio atrasada.

O Natal, geralmente uma data mais tranquila para mim, que passo com a família, aquela ceia tradicional à base de peru, pernil e chester caramelizado que deixa todo em ritmo de jibóia depois de engolir uma rês, é meu período de concentração para o Ano Novo – mesmo porque, com minha filosofia de não comer carne de bicho morto, a orgia alimentar não me afeta e eu estou totalmente refeita no 31 de Dezembro, quando respeitosamente rendo minhas homenagens à rainha do mar, pulo sete ondinhas, faço meus desejos, como doze uvas, abro o champanhe e cerimoniosamente enfio o pé na Jaque. Depois das duas da manhã eu volto para casa abrindo doze champanhes, fazendo sete uvas e pulando 31 despachos.
Longe de casa, fui apresentada ao tradiciional Natal colombiano. Cujas músicas natalinas são em ritmo de salsa (quem quiser saber como é, aqui vai o link para a mais cantada, arbolito de navidad: http://www.youtube.com/watch?v=1KOBeUxUyqI) e a ceia é seguida de uma tradicionalíssima rumba.
Até de manhã.

Resumo da ópera: meu descanso pós-aniversário vai ficar mesmo é pra Quaresma.
É isso aí, galera! Feliz Ano Novo! Boas Festas! E vamos que vamos!

Jaqueline Costa
Procurando o Bom Velhinho, Silvio Santos

ELA VOLTOU!

Pra quem andava com saudades da Sueca Peituda, que se afastou das páginas do diário depois que saiu do apartamento, eis que ela retorna das cinzas!
Estava eu, lépida e fagueira, escrevendo a página 26 do diário, quando ela apareceu ao meu lado, para chorar suas mágoas com seu equipamento que não funciona nem cantando 'quer boleteeee? Toma bolete! Toma bolete!"
Ela estava aqui, agorinha, cinco minutos atrás. Contando as histórias. Coitadinha, como é triste. E eis que eu vejo enojada que ela precisa urgentemente limpar o nariz.
Ai Deusa, o que foi que eu fiz de errado?????

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Recarregando Baterias

Ultra-mega evento de aniversário. Ainda estou me recuperando. Prometo colocar as fotos e os detalhes em breve.
Assim que a preguiça abandonar este corpitcho...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Escala em São Paulo

A Inexplicável Animosidade Entre Sampa e Eu

Definitivamente, São Paulo não gosta de mim.

Eu sempre desconfiei do fato dado que, em anos e anos de interação, a única coisa boa que eu recebi do estado foi uma irmã Paulixta. Certo que ela compensa, de longe, todas as aguras que passei. Mas a bem da verdade, sua ‘tecnologia de fabricação’ foi trazida de outro estado...

Nas incontáveis vezes que já pisei em solo paulista, 90% delas o tempo estava nublado ou chuvoso. Até aí, Neves, dirão vocês. Afinal, o que esperar de SP senão tempo nublado sujeito a chuvas?
Mas isto não é tudo. Em todos esses anos de alma nômade, as únicas vezes em que minha bagagem se extraviou foram quando fiz escala por São Paulo. Na primeira delas, ainda tive como saldo uma alça quebrada na mala.
O único namoro com um legítimo representante da terra da garoa que tive terminou por total ausência de entendimento: nós nunca chegamos à conclusão sobre quem era o idiota da relação. E aquele suspense me matava!

Agora, em mais uma ingênua tentativa de passar incólume pela capital financeira do meu país, mais uma vez eu fui brindada com essa intolerância invisível, embora quase palpável, de Sampa para com esta escriba.
Primeiro, na breve passagem por lá, a caminho de Santiago, perderam (oh! Surpresa!) minha bagagem. Já conhecedora de todos os procedimentos cabíveis, encaminhei-me ao balcão da empresa aérea, deixei nome e telefone de contato, e segui para o shopping para uma compra emergencial de roupas.
A volta seria mais traumática.

Escala em SP a caminho do Rio. Despacho malas na capital chilena direto para o aeroporto do Galeão/RJ, a fim de economizar tempo e pernas em SP, evitando assim a retirada das malas apenas para despachá-las novamente. Como em Santiago eu recebi os dois cartões de embarque (Santiago-Guarulhos e Guarulhos-Galeão), ao chegar em São Paulo fui direto para o portão de embarque.
Lá me disseram que eu precisava voltar ao check-in da TAM para trocar o boleto.
Ok, lá vamos nós para o balcão da TAM. Já no check-in, e como gata escaldada que sou (aliás, esta é a única forma de me definir como ‘gata’, então eu não vou desperdiçar a oportunidade!), aviso ao tiozinho do balcão que tenho dois volumes que foram despachados em Santiago para o Rio. Para minha surpresa, e a despeito do que tinham me informado em Santiago, ele diz que eu tenho que voltar, retirar as malas, e despachar de novo!
Ai, Jesus, Maria, José e o burrico! Vou ao balcão da LAN – minha passagem era um Frankenstein aéreo. Eu comprei pela Air France, mas voei AF, TAM e LAN – e os funcionários, depois de vários minutos, aparecem com meus pacotes.

Volto ao balcão da TAM para despachar a bagagem. Para quem conhece o aeroporto de Guarulhos, dá já para calcular o quanto esse ir e vir significa em passadas. Se eu tivesse um cartão de fidelidade do aeroporto, já teria milhagens suficientes para voltar de graça para minha casa na Grande Britânia, esta nação fabricante de ventiladores!
Malas entregues e boarding pass trocado, sigo novamente para o portão de embarque. E o tiozinho me pára de novo, para me informar, como se fosse uma novidade muito grande para mim, que eu tenho três garrafas na minha maleta de mão. Sim, três garrafas de vinho, lacradas. As mesmas três garrafas que saíram do Chile, na mesma maleta. De mão.
Do Chile pra SP pode, de SP pro Rio, não.
O paraíba me perguntou se eram garrafas do Duty Free. Não, mas qual a diferença?
Do Duty Free pode.

Ele então me explicou que eu não podia levar na bagagem de mão porque era um embarque pelo setor internacional. Sim, eu disse, mas eu estou vindo do Chile, com esta mesma bagagem de mão, insisti. E ele “ah, é, mas é que aqui é embarque internacional”.
Eu perguntei pra ele em que estado do Brasil ele acha que fica o Chile...

Volto para o balcão da TAM. Peço para lacrar e etiquetar com frágil minha maleta. De volta para o setor de embarque. Embarque às 20:30h, no portão 4A. E estava eu ali, esperando pelo embarque e já pensando nesta página do diário quando, às 20:30h, uma voz avisa de sopetão que, por questões de rearranjo (cósmico, presumo eu), o embarque tinha sido transferido para o portão 11A. E era, obviamente, embarque imediato.

Acelerando minhas passadas em mais um momento fast forward de minha vida, vou conferindo os portões: 7, 8, 9, 10... e descubro também que Guarulhos deve ser o único aeroporto em que o 11 vem depois do 13! ! !

Jaqueline Costa
Não é Paulixta

Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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