domingo, 27 de dezembro de 2009

Vídeo novo no ar

Antes que vocês comecem a imaginar coisas, eu não sou contra o Natal, não acho uma data comercial sem valor, não faço longos discursos inflamados contra quem gosta de enfeitar pinheirinhos e nem me isolo para não ver a sociedade ignorante e decadente.

O motivo de eu não estar neste momento confraternizando é que estou esquecida num canto em que não conheço ninguém... então digamos que meu Natal ainda não aconteceu.

Pra não perder o dia, fiz um vídeo novo! Taí, meu presente de Natal para vocês!!!!

Aventuras na África

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Então é Natal...

A única vantagem de passar o Natal fora do Brasil é que eu não tenho que escutar a Simone cantando...

Retrospectiva nos olhos dos outros é refresco

É, galera, 2009 ensaia sua saída.
Este ano foi cheio, me digam!
Enquanto neguinho no Rio ainda se refazia do reveillon em Copacabana, negão tomava posse nos EUA! Dá-lhe Barack! E depois ainda ganhou o Nobel da Paz (bom, esse realmente eu não entendi PORQUE.... mas deixa pra lá...)
Teve gripe suína, golpe em Honduras, versão nova do Hino Nacional ludicamente interpretada por Vanusa, terremoto na Itália, Olímpiadas no Rio, Kanye West bebum apresentando o VMA, Berlusconi tomando uma catedralzada na cara, piquetzinho fazendo o pai corar de vergonha na F1, e Rubinho não-ganhando DE NOVO. E o corno ainda mandou uma parafusada na cara do Felipe Massa, que por uns tempos ficou encarnando o Corcunda de Notre Dame.
Xuxa armando barraco com fãs via Twitter (que coisa decadente), teve Susan Boyle (e os céus nos defendam de um repeat em 2010), teve Steffany e seu Crossfox (os céus nos defendam II), teve ENEM vazando, teve Slumdog Millionaire, teve Pedro me dá meu chip, teve fim do Oasis, Gugu fora do SBT e Madonna se entregando a Jesus, teve Argentina passando sufoco pra ir pra Copa, teve apagão, e teve FLAMENGO CAMPEÃO BRASILEIRO.

Teve o que a gente já está acostumado a ver - escândalos na política brasileira (o último está uma panetonada. Vai acabar em ceia natalina), artista dando vexame (destaque: Amy Winehouse, imbatível neste quesito), gente que não era nada e de repente todo mundo conhecia, só pra voltar a ser ninguém (destaque pra menina da Uniban), criminalidade do Rio deixando todo mundo atônito (e tão, mas tão atônitos que ninguém faz porra nenhuma).
Teve gente indo antes da hora. Teve gente indo na hora certa. Tem gente que já deveria ter ido mas continua por aí enchendo o saco.

Enfim, quem disser que 2009 foi um ano monótono teve problemas na transmissão da Sky!

Aos que pacientemente leram as páginas do diário em 2009, espero que tenham se divertido. Prometo continuar tão non-sense, irônica e palhaça quanto.
Aos que corajosamente fazem parte da minha vida, e ainda pedem bis, espero que continuem em minhas páginas.
E aos que acham que ficar mais velha vai me dar mais juízo... HÁ!

Um ótimo Natal a todos, que seus maiores presentes não sejam os que reluzentes em papéis coloridos se amontoam sob suas árvores, e sim esta sensação indescritível que é saber que alguém lhe ama.
E um 2010 incrível, impensado, indescritível e, no entanto, cheio de significado. Reforçando em cada um a certeza de que

VIVER É BOM PRA CARAMBA!

Abraços
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Jaque
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...._ \ >_
...(_)/ (_)_________
X-treme Games - X-treme Jobs

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Não vou ser mamãe...

Exame deu negativo.

Positivo? Negativo?

sabe emoção do exame de gravidez - mas de gravidez não-planejada, não-oportuna e não-gerenciável?
Manjam aqueles dois minutinhos de agonia vigiando a porra da tirinha mudar de cor?
Pois é, tô passando por isso.
Com as únicas diferenças que...
1. Não são dois, mas DEZ minutos
2. Não é pra gravidez, é pra MALÁRIA

Pra quem tem sentido falta das páginas do diário

Vamos às desculpas...
Teve cage diving com tubarões brancos;
Visita ao Cabo da Boa Esperança;
Encontro com pinguins africanos;
Caça (no bom-sentido) a focas em pleno oceano Atlântico;
E ontem foi a vez de um safári para ver de pertinho, pertinho e sem grade de proteção rinocerontes, girafas, gnus, zebras, elefantes e leÕes.

Ou seja: minha vida anda tão Créu na Velocidade Cinco, que hoje em dia quando eu digo que vou fazer um programa diferente, é que vou ao cinema...

Página nova? Vem, mas não hoje.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Lendo Jornal

O Globo é minha alegria das manhãs...

Lïderes Aguardam Chegada de Obama para Salvar Reunião do Clima

Clima de pegação? Clima de enterro? Clima de desespero?
AAAAAH, é meteorologia que estão falando?
E Obama é quem, agora? Presidente dos EUA ou assessor de São Pedro?

Cariocas Insistem em Parar em Local Proibido
E por que diabos eles insistem em CRIAR locais proibidos?
Vou chamar meu advogado... o direito de IR E VIR nao inclui PARAR???

Homem é Morto por Causa de Saco de Esterco
Piada pronta não vale...

Canal 100 Homenageia a Torcida do Fluminense
Sem título, sem jogador, sem vergonha...

Pepeu Gomes é Convidado para Ser Rei Momo na Bahia
Lula foi convidado para ser Judas na semana santa

Leitor Alerta para Risco de Água Parada em Niterói
Porra, vai dizer que é proibido parar lá também???

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Opa opa opa opa

Sabado eh dia de ficar mais velha, assoprar velinhas!
Ou ficar mais vela e assoprar velhinhas, whatever fuckever!

EU QUERO RECEBER OS PARABENS!!!!
Vale comentarios, emails, telefonema, telegrama cantado, recadinho do coracao, sinal de fumaca e tambor do Olodum - soh nao pode passar em branco!
Mesmo porque vou passar na Africa...
Foi horrivel, mas voce riu que eu sei!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Lendo O Globo

Depois da chuva, quase 30 mil melancias no lixo
Incluindo a Mulher-Melancia??

Conserto de bomba do Rio Tiete vai levar 10 dias
Depois explode e fode tudo de novo...

Aposentado que ganha alem do minimo tera ajuste real de 2.5%
Aposentado que ganha menos que o minimo tera enterro gratis

Mulher e presa nos EUA por bater em namorado com um bife de meio quilo
Eu pergunto: o que e pior, apanhar ou dormir com uma mulher que come meio-quilo de carne por vez???

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

E pra completar...

...tem meu liplop que resolveu nao soh apoiar a reforma ortografica/pornografica, mas dar um upgrade na proposta... e baniu toda a acentuacao da sua vida!
Ai, pandegas!

Esse negocio de programa vespertino...

...me fez lembrar de quando eu ainda assistia.
CALMA, naum era habitue de nenhum deles. Mas sabe o zapping maroto na hora do comercial? Pois eh... sempre aparecia um programa de culinaria.
Aih a mulegada foi cansando de cozinhar, e eles tiveram que diversificar. Aih vinha dica de maquiagem, tratamento pro cabelo, fofoca das celebridades, receitas com baixas calorias... tudo do universo feminino (?!?)
A parada foi ficando tao profissional que tiveram que tirar as mulheres e colocar gays pra apresentar. Afinal, eles entendem desse universo mais que nos, alguem duvida?
Bom, lembrei de um desses programas... era uma transformacao, eu acho. Nao sei direito. Soh sei que a apresentadora comentou com o personal stylist (cabelereiro eh para os fracos) que o processo que ele estava explicando era beeeeem complicado.
Ele mandou na lata: "Ser bonita dah trabalho".

Pois eh... e com a preguica que eu tenho... agora tudo fez sentido na mente de voces, neh?

Na verdade...

Eh apenas a falta de coragem (porque sentir preguica eh feio...) normal das quatro da tarde.
Como nao estou em meu habitat natural, ou seja, sou uma especie exotica na base de Cape Town, fico na dependencia do motorista da empresa. Que tem horario fixo. Fixo por um corno, seis da tarde!

Vontade...

...de ficar em casa assistindo programa de culinaria!
Pra que vejam como estah sinistra a situacao...

Em tempo....

UMA VEZ FLAMENGO,
SEMPRE FLAMENGO.
FLAMENGO SEMPRE, EU HEI DE SER.
É MEU MAIOR PRAZER VÊ-LO BRILHAR,
SEJA NA TERRA, SEJA NO MAR.
VENCER, VENCER, VENCER ! ! !
UMA VEZ FLAMENGO,
FLAMENGO ATÉ MORRER ! ! !

NA REGATA, ELE ME MATA,
ME MALTRATA, ME ARREBATA.
QUE EMOÇÃO NO CORAÇÃO ! ! !
CONSAGRADO NO GRAMADO;
SEMPRE AMADO;
O MAIS COTADO NOS FLA-FLUS É O 'AI JESUS.'
EU TERIA UM DESGOSTO PROFUNDO
SE FALTASSE O FLAMENGO NO MUNDO
ELE VIBRA, ELE É FIBRA,
MUITA LIBRA JÁ PESOU.
FLAMENGO ATÉ MORRER EU SOU ! ! !

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Uma rapidinha...

Aconteceu antes de eu sair de Aberdeen. Só para ilustrar como é a vida na Família Costa...

Liguei para minha mãe, como sempre faço. Segue o diálogo:

D. Marli: Jaque, tá frio aí?
Eu: Mãe, me recuso a responder....
D. Marli: Não, Jaque.... é que ontem eu vi aqueles ursos brancos na televisão e lembrei de você
Eu: Hahahahahah a senhora viu um URSO POLAR e pensou em mim???
D. Marli: Jaque, é sério... tadinho dos bichinhos... na neve....
Eu: Hahahahahahahahahaha
D. Marli: Pára de debochar
Eu: Eu, debochando? A senhora vê um urso polar e diz q lembrou de mim, quem tá debochando é a senhora.... imagina.... 'Ai meu Deus.... esses bichinhos branquinhos, peludos.... passando frio.... ah! Lembrei da minha filha!"
D. Marli: Eu aqui tentando ter sentimentos e você não deixa!!!!

Moçambique se insinua...

para a próxima segunda-feira.
SHOW!
Dá tempo de curtir Cape Town um fim-de-semana mais!
Praia à vista!!!!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mais fotos

Cabo da Boa Esperança, ao fundo
Jaque Atrás do Cabo... calma...
Procurando o Quarteto de Madagascar... Kowalski!!!!
Pinguins Africanos. Não é lenda, nem sacanagem

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Ordinary World

Came in from a rainy thursday
On the avenue
Thought i heard you talking softly

I turned on the lights, the tv
And the radio
Still i cannot escape the ghost of you

What has happened to it all?
Crazy, some'd say
Where is the life that i recognize?
Gone away

But i won't cry for yesterday
There's an ordinary world
Somehow i have to find
And as i try to make my way
To the ordinary world
I will learn to survive

Passion or coincidence
Once prompted you to say
"pride will tear us both apart"
Well now pride's gone out the window
Cross the rooftops
Run away
Left me in the vacuum of my heart

What is happening to me?
Crazy, some'd say
Where is my friend when i need you most?
Gone away

But i won't cry for yesterday
There's an ordinary world
Somehow i have to find
And as i try to make my way
To the ordinary world
I will learn to survive

Papers in the roadside
Tell of suffering and greed
Fear today, forgot tomorrow
Ooh, here besides the news
Of holy war and holy need
Ours is just a little sorrowed talk

And i don't cry for yesterday
There's an ordinary world
Somehow i have to find
And as i try to make my way
To the ordinary world
I will learn to survive

(Link pra música, cantada por Fernanda Takai, no player no topo do blog...)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Transferência Nada – Moderno Mesmo é Teletransporte

Aberdeen. Amsterdam. Cape Town. Johannesburg. Pemba. Em 4 dias

O diário volta a enfrentar um vórtex temporal e eu abro um parêntesis nas aventuras do continente zoropeu para colocá-los a par ou ímpar do meu paradeiro.
Explico: como todos sabem, minha vida segue um traçado reto e bem definido, com todos os eventos bem planejados e de acordo com uma agenda pré-estabelecida.
E se vocês acreditaram nisso, eu tenho um terreno na Lua pra vender.

Eu havia passado uma semana com minha pequena infante em Paris e Colônia (relatos ainda por vir), e de volta à minha base para as atividades (a)normais, meu gerente e personal péla-saco me chamou até seu escritório. Queria conversar sobre minha transferência.
Perguntei para quando, ele respondeu ‘para o mês passado’. Ah, tá!
Ninguém disse que a vida xubisiana era fácil. Mas se fosse, não teria graça.
E assim, às voltas com finalizar contrato de aluguel, fazer inventário de mudança, programar viagem, o diário atrasou e atrasou e atrasou e atrasou.

O grosso (MQD) da minha mudança já havia seguido para Pointe Noire, minha nova locação, uma aprazível cidade praiana na República do Congo. Era uma quinta-feira e eu me preparava para jantar com alguns amigos para ensaiar minha despedida de Apertim. Meus planos eram sair do Reino Juntim no domingo de manhã, gastar mais dois dias das minhas inesgotáveis férias na cidade-luz, e então seguir para meu safári africano.
Infelizmente esqueci de repassar para meu novo gerente minha planilha baladesca e ele, desconhecedor de meus compromissos sociais e esbornalísticos, me ligou avisando que eu tinha um trabalho.
Em Moçambique.
Que era, óbvio, para ontem.
Alguem aí tem a ilusão de que exista vôo direto de Apertinho pra algum lugar da África? Se tem, sinto fazer desvanescer suas inocentes esperanças.
Então minha ida foi assim marcada: sexta à noite saindo da Whiscócia para Amsterdam. Dormir na cidade que não dorme, e sábado seguir para Cape Town, África do Sul. Domingo de manhã uma reunião pré-job, para não perder o costume (só o fim-de-semana) e à tarde partir para Johannesburg. Na segunda pela manhã, vôo para Pemba, Moçambique.
Tudo bem que eu sou uma mulher globalizada, mas isso já está beirando as raias da onipresença!

Bem, mas eu já estava na merda mesmo, o negócio era aproveitar a estadia. Malas desovadas no hotel, segui para o centro do furdunço holandês.

A camiseta escrito Paris. No boné, London. O cachecol estampava Deutschland. E eu com essa caras de talibã. Não impressiona que ninguém acerte minha nacionalidade. Na loja do Hard Rock, o simpático atendente deu seu chute:
- Grega?
- Hmmm não. Tenta de novo.
- Israel?
Achei melhor dizer logo Brasil antes que ele escavasse lugares piores.

Depois de uma pequena caminhada no canal e um singelo jantar, resolvi conhecer a tão famosa red light street, o overground mais underground do mundo.
Qualquer que seja sua idéia de uma night perfeita, a red light vai satisfazer. Pubs com cerveja estupidamente gelada e convidativas mesas para aqueles bate-papos que começam com risada, enveredam para filosofia, e terminam com outra risada. Boates latinas. Boates techno. Boates puts-puts. Boates com fumaça e um nome esquisito em que ninguém entende porra nenhuma. Coffee shops pro povo da marofa - Já que lá é liberadíssimo.
E sexo. Muito. De verdade. De montão. É no mínimo surreal ver a mulegada literalmente exposta nas vitrines ao longo da rua, dançando, conversando, convidando os transeuntes a dar uma entradinha - com duplo sentido.
Interessante é que não vi nenhum michê, go-go boy ou um entregador de pizza sem camisa que fosse. Onde andam as feministas quando precisamos delas? Pra pedir direitos iguais e matar o cavalheirismo - e, por tabela, os jantares pagos - elas aparecem. Mas na hora de fazer valer nossos direitos de semos erradas, ninguém dá as caras.
Esse mundo tá mesmo acabando...

Jaqueline Costa

Fim do buraco no espaço-tempo. Voltamos à programação normal

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Conheça Paris em 1 Dia

Uma Cortesia Jackie’s Tour

A agenda da Paulixta não me ajudava muito. Como ela chegou numa tarde de quinta, sendo que eu teria ainda aula na sexta, e na segunda pela manhã ELA teria aula em Apértim, sobrava basicamente o sábado para aproveitar Paris.
TODA.
Planejei a maratona com antecedência, de maneira a perder pouco tempo em transportes, indo e vindo. Meu já conhecido, afamado e devidamente escroto conhecimento de Paris ajudou, e o espírito ‘estamos aí’ dela foi a cereja no bolo. Assim, depois de uma noite de sexta regada a vinho francês às margens do Sena, acordamos sábado ultra-cedo, super-serelepes e trés chic para andar por toda a megalópole.
E andamos!
Iniciando pelos Champs Elysées, na altura dos Grand e Petit Palais, até o Arco do Triunfo, turibus, Notre Dame, Louvre para posar com a Mona e a Vênus (patrocinada pela De Millus), passeio de barco pelo famoso rio, almoço no Hard Rock, subida à Torrei Eiffel e terminar a noite na Bastilla. Ufa!
Não tenho mais idade para isso.
Enquanto andávamos, tirávamos fotos e apreciávamos o dia, uma e outra vez me chamava ela a atenção para as malas. Sim, as ditas continuavam aparecendo em todos os lugares que íamos. Até mesmo na Torre!
Na mesma medida que apareciam pessoas puxando suas malas, raríssimos (para não dizer nenhum) mochileiros cruzavam nosso caminho. Minha VIP imediatamente criou sua teoria:
- É isso. Os mochileiros são uma raça em extinção! Provavelmente um efeito do El Niño... ou então Os Malas são uma outra raça, uma mutação genética, predadora da primeira...
A história ainda rolaria...
A língua era outro galho. Meu francês, todo mundo sabe, pára nas primeiras estrofes da Marselhesa. O dela era resumido pelas palavras abajour, petit-pois e bidet. Mas nada que um jogo-de-cintura não resolvesse.
Assim que ela chegou ao hotel em que eu já estava hospedada havia mais de um mês, tive que registrá-la. Como eu já era reincidente naquelas plagas, e sempre com estadias longas, o staff já me conhecia. E era sempre uma maneira de treinar o francês, já que eles não se importavam com minha pronúncia horrorosa e nem em traduzir para o inglês quando eu não os entendia. Assim, quando disse ao atendente que minha amiga ficaria uma noite no meu quarto, ele me perguntou se ela também era brasileira. Eu disse que sim e ele, achando que ela também estava flertando com la langue, imediatamente tentou ser cortês:
- Oh! Brésilienne! Ça vas?
Ela olhou para mim com cara de ‘hein?’. Eu só ri. Ele insistiu:
- Ça vas? Ça vas?
Embora o gigantesco ponto de interrogação estampado na cara dela fosse extremamente divertido de se admirar, eu resolvi ajudar. Falei que ele apenas estava perguntando um ‘tudo bem’, francês... ela, imediata:
- Ah! Saravá! Saravá!
Mas isso foi apenas quando chegou. No final daquela maratona francesa, ela já seria capaz de pedir seu croissant e um expresso pra mim. O café-com-leite ainda demandaria mais exposição...
O fim-de-semana estava próximo do fim, e depois de paradas no Moulin Rouge e uma última cerveja de frente para o Arco do Triunfo, seguimos para o aeroporto, rumo a Aberdeen. Nossos vôos eram diferentes, o meu direto, Air France, o dela British Airways, escala em Londres.
Nos despedimos no Charles de Gaulle, para nos encontrarmos novamente no gigantesco aeroporto internacional da cidade de Apértim. E, a despeito da minha tranquilidade com sua pequena escala, ela conseguiu arrumar história também em sua curta passagem pela capital inglesa...
Como sua entrada no Reino Juntim seria por Londres, a VIP foi, tranquila e Paulixta, para o controle de passaportes. O fiscal olhou seu passaporte e sua passagem, e perguntou quanto tempo ela ficaria nas dependências da rainha:
- Um mês.
- E onde vai ficar?
- Em Apertim.
Ele, incrédulo:
- Você vai passar UM MÊS INTEIRO EM ABERDEEN? Mas FAZENDO O QUE?
- Estudando inglês.
- Hein? Você está querendo me convencer que vai passar um mês inteiro estudando inglês em Aberdeen?
E fez ela mostrar a inscrição no curso, a carta-convite que eu tinha enviado, xerox do meu passaporte e meu visto de trabalho, e o visto dela de moradora do Chile, e ainda enchendo a pobre de perguntas e perguntas. Depois, meio a contra-gosto, liberou a menina, com o aviso:
- Ok, pode ir. Mas aconselho você a levar todos esses documentos se sair do país...

Ela chegou em Apértim me contando tudo isso. Depois do susto inicial – afinal eu nunca tive problemas de entrar na Grande Bethânia nem sabia de ninguém que tivesse tido – entendi o problema:
- Olha só, você estava em LONDRES, na INGLATERRA... dizendo que ia pra ESCÓCIA aprender INGLÊS? Era mais fácil ele ter acreditado que você veio aqui para estudar a influência do haggis nas lutas dos clãs....

Jaqueline Costa

Não Aprendeu Inglês na Escócia

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Peão - o animal mais parecido com o ser humano...

...que Deus já fez.

Para quem ainda não sabe, estou, trabalhando ou fingindo que, em Moçambique. A rede do cliente barra alguns sites - não estou falando de pornô, calma. Mas eu não posso, por exemplo, ler as notícias do Brasil e do mundo no jornal O Globo.
Sobra-me o Terra Notícias que, sabe Deus e o povo de IP daqui porque, não é bloqueado.
O que me impressiona no Terra Notícias é que geralmente a notícia em si ocupa 3, no máximo 4 pequenos parágrafos.
O resto é tudo comentário. E 99% de evangélicos fervorosos, com ódio do capeta e da língua portuguesa.
Estava pensando aqui como esse povo duma hora pra outra se incluiu digitalmente... ou se teria sido uma conversão em massa via Youtube.

Aí me lembrei dum episódio em Macaé, numa dessas plataformas que embarquei.
Era uma plataforma fixa, velha, sem mto conforto. Não havia tv no meu quarto, o que me obrigava a ir para a sala de cinema para ver o Jornal Nacional.
Geralmente o cinema lota no finzinho do JN, pq a peãozada adora novela.
E era assim, sala lotada, William Bonner dá a notícia de que o Brasil era o 2o. maior consumidor per capta de cerveja no mundo.
Uma voz grita do fundo, inconformada e colérica: "CULPA DESSES CRENTES, QUE NÃO BEBEM!!!!"

terça-feira, 17 de novembro de 2009

IVYNHA CHEGOU!!!!

Minha afilhada nasceu! Linda, cabeluda e de olhos verdes!
Imaginem o estrago que não vai fazer nos corações incautos esta menina? Sim, porque basta ela aprender a falar 'mamãe, papai, DINDA ESPETÁCULO', e eu vou ensinar para ela o caminho da praia e as propriedades mirabolantes de um excelente bronzeado!
Mas agora ela vai dormir um pouquinho...

domingo, 15 de novembro de 2009

Uma Paulixta na França

Nem só de Cariocas é Feito o Conjunto dos Brazucas que Invadem Paris


O fim do curso seria acrescido de uma emoção ímpar: minha Paulixta preferida iria chegar, para um fim-de-semana na cidade dos croissants, e depois seguiria comigo para uma temporada em Aberdeen. Taí, essa realmente mostra que gosta da Jaque! Nem minha mãe foi conhecer a cidade de granito...
A representante da terra da garoa tinha a nobre intenção de estudar inglês por um mês inteiro, no Reino Juntinho. Mas com minha famosa lábia carioca e charme luso-brasileiro, convenci a incauta a encontrar-me primeiro em Paris, para uh-la-lar por Champs Elysées.
(Claro que isso de lábia e charme é puro tagarelismo. Ninguém com um mínimo de noção precisa ser convencido a passar um fim-de-semana em Paris. Mas eu prefiro olhar o mundo assim, faz bem para a minha cútis).
Seu vôo era uma salada de aeroportos digna de deixar feliz qualquer criança de 5 anos: saindo de Santiago, Chile. Depois Espanha, finalmente Paris. E de lá, Londres, e só então Apértim. Se espera em aeroporto ganhasse milhagens, ela poderia me visitar de novo no mês seguinte!
Fui buscá-la no obscuro aeroporto de Orly, um total desconhecido para mim, habitué de Charles de Gaulle. Como linha de metrô para aquelas bandas é um tanto complicado – só existe uma, e passa a cada aparição do cometa Halley – optei pelo bom e velho táxi.
O motorista iniciou o questionário do bom-taxista, perguntando para onde eu ia, de onde era, e coisa e tal. Qual não foi minha surpresa quando ele começou a falar num excelente português! Era a primeira vez que eu encontrava alguém fora do cursinho xubis que falasse nossa bela e complicada língua. E não foi só isso: ainda me brindou com um cartão de um restaurante brazuca na capital do turismo!
Que eu, claro, não tive tempo de visitar...
Recolhi minha VIP (Vim do Interior Paulixta) e nos pusemos rumo a Val D’Europe, já que eu ainda teria um dia mais de curso. Longe de Paris downtown, mas ao lado da Eurodisney, então tivemos um lúdico jantar à base de bruschetta (eu disse BRUSCHETTA...) e cerveja no Planet Hollywood, e voltamos ao hotel para colocar a fofoca em dia.
Com a madrugada adentrando e sem a menor luz no fim do túnel da conversa, resolvemos dormir que o dia seguinte seria cheio – pelo menos para mim.
Após algumas horas fingindo que escutava o instrutor, e um esforço hercúleo de manter os olhos abertos, finalmente recebi o ‘congratulations, here is your certificate!’. E voltei para o hotel – banho, malas e vamos para onde a night existe!
Eu havia feito a reserva do hotel via internet. Procurei ficar perto do quarteirão latino, Notre Dame e Louvre. Para não ter problemas de espaço, afinal somos duas mulheres espaçosas e colecionadoras de creminhos para as madeixas, pedi um upgrade no quarto duplo.
Depois que vimos o quarto, fiquei imaginando como seria a habitação sem upgrade. Basta dizer que se uma de nós quisesse ir ao banheiro, a outra teria que deitar na cama para dar passagem. E as malas – as minhas arrumadas para passar dois meses fora de casa, as dela para um mês, ou seja, nada básicas – foram habilmente equilibradas de uma maneira que, se apresentadas a um crítico de arte, ganharia um prêmio celebrando o modernismo da instalação.
Bem, resolvemos ignorar fleumaticamente o fato, e depois de nos certificarmos que a pirâmide de Quéops estava segura, saímos para uma caminhada às margens do Sena, e um lanchinho. E estávamos ali, entre uma taça de vinho e outra, admirando o ir-e-vir das ruas francesas, quando minha VIP me lança uma dúvida:
- Pra onde vai esse povo todo de mala pelas ruas???
- Como é?
Sim, era verdade – embora não estivéssemos próximas de nenhum aeroporto ou estação de trem, várias e várias pessoas passaram por nós, já lá pela meia-noite, manobrando suas malas com rodinhas. Um fênomeno que nos perseguiria por toda a estada da Paulixta...

Jaqueline Costa
Próxima página: Paris em um dia, ou seu dinheiro de volta!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Sumida

Eu sei, eu sei... vários muitos meses sem postar, sem dar notícias, sem contar as últimas aventuras da Jaque.
Mea culpa, mea maxima culpa.
Entre uma e outras viagens, cheguei em Aberdeen para saber que meu período tomando whisky escocês havia terminado. Eu havia sido transferida de base.
Direto da Europa para a... ÁFRICA!
Isso aí, diletos leitores. Depois que eu atualizar as páginas do diário com as últimas viagens zoropéias, começarei uma nova saga. Após tantos relatos do Globo Terrestre, farei agora umas matérias do Globo Rural!
E no Globo Reporter desta noite...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Modas

Antes a moda era vestidinho de bolinha pras mulheres, cabelo empapado de gel pros homens.
Depois veio calça 'santropeito' para elas, brinquinho para eles.
E polainas, piercing, grunge, sapato plataforma, calças semi-bag, calças corsário, vestido trapézio, ler Paulo Coelho, cuecão aparecendo...
O mundo fashion não pára. Cada hora uma novidade.
A moda agora é assim: toda criança é hiperativa e todo adulto é bipolar.

Reino Juntim em polvorosa

A Grande Betânia está um alvoroço só.
Amy Winehouse saindo com o ex-marido, o campeonato de dardos recomeçou, e também as eliminatórias para o X-Factor.
Que país excitante!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Mundo Bizarro

Reino Juntim algumas vezes me lembra o Mundo Bizarro, onde tudo é muito estranho ou ao contrário, ou ambos.
Trabalhando à noite, como de costume (o povo acha que eu sou um raro espécime de coruja. Falante). Mas não exatamente trabalhando, por uma dessas agruras do petróleo, estava esperando pra trabalhar. Laptop no colo, lendo as últimas do Brasil Il Il, messenger-ando com o povo... enfim, tudo comum. Fazia isso na sala de TV da plataforma, enquanto os iuqueinianos assistiam um filminho qualquer (acho que era Velozes e Furiosos, ou o que o valha). Eu só levantava os olhos ante um barulho diferente na TV - é assim que assisto a esses tipos de filmes de ação. Se não tem ruído, é uma parte chata. Se tem ruído, é batida, ou tiroteio. Ou ambos. Aí vejo um ou outro carro voando, e volto minha atenção a coisas mais interessantes.
Numa dessas batidas ruidosas, o canal que passava o filme nem esperou o carro tocar o chão pra mandar ver num comercial (como eu amo a Globo e sua vinhetinha, avisando que o comercial começou/acabou). E eis que o portal para o mundo bizarro se abriu para mim.
Era um anúncio de telesexo - normal pra hora.
O caso era o anúncio.
A mulegada de calçola e sutiã da vovó, e pululando serelepe naquelas bolas usadas em academias de ginástica, enquanto seguravam um celular junto ao ouvido. Ao lado da cena dantesca, o número para o qual o mancebo deveria enviar seu texto para poder entrar em contato com as moças de fino trato.
Surreal!

domingo, 13 de setembro de 2009

A ironia do Destino

Destino, este ser irônico e sacana.

Há anos Rubinho persegue a vitória. Alguma vitória. Qualquer vitória serve.
Até atirar parafuso na cabeça do Massa o fdp atirou pra ver se conseguia alguma coisa.
Eis que, quando finalmente a sorte lhe sorri, e o corredor mais sacaneado do mundo está a ponto de ganhar o GP da Itália... Hamilton bate, e a bandeira amarela aparece.
Quer dizer, Rubinho ganhou, mas não chegou na frente... foi atrás do Safety Car!

O piloto Gameboy
Hamilton treina com um simulador. Seu pai fica nos boxes olhando a merda que o filho está fazendo.
Rodou sozinho.... entrou na zebra e perdeu a direção.
Tenho minha teoria.
Esqueceram de avisar pra ele que o jogo era F1 do Playstation. Ele achou que era Mario Kart - e a zebra ativava o turbo...
Vai ficar de castigo hoje. Pro quarto sem sobremesa e sem video-game por uma semana.

A Campanha Rubinho
Há anos promovo a campanha Rubinho para Piloto do Safety Car.
Tem gente que acha que é implicância minha. Né não.
Ele é perfeito para o cargo:
>> Nunca ultrapassa ninguém;
>> Sempre obedece os limites de velocidade;
>> Essa é a única maneira do pobre andar na frente dos outros...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Notícias de hoje

Resolvi ler O Globo pra distrair... deu certo, ri um bocado com as manchetes de hoje.

'Ganso é estrangulado no Ibirapuera'
- Impressionante a força do regionalismo, não? No Rio, o povo afoga...
'Espírito Santo: casal passa 3 dias em motel e sai sem pagar'
- Mas... nem um boquete??
'Amy Winehouse e marido juntos. Casal se encontrou às escondidas'
- Escondidas, E SAIU NO JORNAL????
E, segundo a escritora Serry Argov (prima de Cherry Engov), 'Homem não gosta de mulher boazinha'
- É verdade. Pergunte pra eles. Eles gostam é de mulher boazuda.

Sinistro

Passo quase um mês embarcada, volto no pique de reaver minha vida social e... uma puta dor nas costas que quase não me deixa andar.
Obviamente não estou com o humor necessário para as Páginas do Diário.
Quando o painkiller funcionar eu volto a escrever. Vamos ver quanto tempo leva, já se vão dois dias na base do remédio e nada...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Adoraria as manhãs, se elas começassem mais tarde

Sono. Muito sono.
Noite trabalhando. Helicóptero de manhã cedinho. Até dava pra ter dormido umas duas horinhas - mas não tive sono, claro. 20 dias indo dormir depois das sete da manhã direto, quem disse que hoje eu sentiria sono às 3?
Agora, sim... seis e meia da manhã... TÔ COM UM SONO LOUCO!

Um café na veia ajudaria...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Le Long des Longs Camions Sauvages

Le monde est mon camion sauvage

E eu estava de volta à capital da luz, do queijo, da baguete, do vinho, da moda, de Alain Delon, de Camille Claudel, de Chanel e do inglês mal-humorado! Hoje praticamente minha segunda casa, enquanto eu ainda procuro as chaves da primeira. E o endereço, estou certa de que anotei em algum lugar...
O bom dos cursos na França é que eu não fico limitada à minha classe. Posso vagar pelas outras, onde sempre tenho amigos, seja entre os alunos, seja o instrutor.
Ou seja, festa no corredor é básico.
Desta vez, meu amigo e personal Capo Don Peppe estava lá, como instrutor. Garantia de risadas a toda hora do dia e da noite.
Também uma turma de brazucas e um grupo de latinos genéricos. A segunda fase do curso prometia.
Foi com um prazer adicto que descobrimos que haviam instalado uma nova máquina de café expresso no segundo piso, com um café realmente bom. O ponto foi automaticamente elevado à categoria de posto avançado dos marginais de plantão.
Foi exatamente quando estava me dirigindo para mais um refil de cafeína venal que ouvi meu santo nome ser chamado. Não em vão. Don Peppe estava entre uns cucarachos mexicanos e solicitava minha presença na rodinha.
Sem duplo sentido.
Atendi ao chamado de meu mafioso preferido, para ouvir sua indignação com a afirmação dos chicanos, segundo os quais nós, brazucas, não seríamos páreo para eles num duelo etílico.
Don Peppe, como todo bom (e todo mau também) siciliano, para quem amigos são família, e família é tutto cosa nostra, sentiu-se pessoalmente ofendido com isso, e me intimou a lavar a honra tupiniquim com sangue. Ou caipirinha, já que eu sou vegetariana.
Os termos do desafio foram definidos: 3 competidores de cada lado. Caipirinha para nós, tequila para eles. Don Peppe, como árbitro, ia beber dos dois. E seria o responsável por declarar os vencedores.
Não ficou muito claro qual seria o critério para definir quem tinha perdido, quem tinha ganhado. Mas na dúvida desempataria quem soubesse falar em inglês o endereço do hotel pro taxista francês.
A batalha teria campo num restaurante brasileiro cavado por Desirée – cujo nome francês é apenas uma camuflagem, é verde-amarelíssima. Tudo combinado, horário marcado, cartazes impressos e...
Na hora do vamos-ver...
Os mexicanos sumiram!
Durante 40 minutos esperamos na estação de metrô que seria o ponto de partida para o desafio. Nada.
Resolvemos seguir para o restaurante – onde ainda, depois de chegar, esperamos mais 30 minutos antes que Don Peppe, nada satisfeito com o bolo que tomou direto de Guadalajara, nos declarou campeões por W.O.
Foi a vitória mais fácil que tive na vida.
Pra comemorar, pedimos uma Skol.
O restaurante brasileiro era uma atração à parte. O dono era francês, mas todos os garçons e garçonetes eram da terrinha. A comida era genuinamente brasileira, a cerveja brasileira. Até o presidente estava lá. Nos cartazes de cachaça e também numa foto em tamanho real na porta do banheiro.
No dia seguinte a chacota sobre os mexicanos não terminava.
Meu instrutor, americano casado com brasileira, veio perguntar-me que tal do restaurante, se era bom, pretendia levar a mulher. Dei o endereço, falei que ele ia gostar. E então ele me pergunta quantos brasileiros estavam estudando nas diferentes salas do centro. Eu disse que um monte....
Ele, ingênuo:
- Como é que vocês se juntam tão rápido? Como é que se reconhecem?
- Ora, Chris.... PELO BARULHO, claro....

Jaqueline Costa
A Campanha em Paris Continua...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Novidades no blog...

Algumas novidades no blog.
A primeira foi acrescentar a lista de seguidores. É, isso aí... tenho seguidores! Ha! Inri Cristo, tremei!
Por enquanto só duas criaturas estão inscritas.... hmm... mal... acho q vou criar uns usuários fantasmas pra dar um gás na lista.

A segunda foi por motivos técnicos - os álbuns de fotos foram apagados misteriosamente da minha conta no kodakshare. E com eles, todas as legendas. Merda.
Como eu estou com uma puta falta de coragem (porque preguiça é uma coisa muito feia de sentir), eu não refiz os álbuns. Agora só pra quem for sócio do Clube de Amigos da Jaque - as fotos estão no Orkut.
Mas, pra não dizer que eu sou uma criatura má que não respeita os sentimentos das pessoas, resolvi colocar os links dos vídeos. Quase a mesma coisa. E ainda vem com trilha sonora. Vocês só têm a ganhar!
Eu sou uma alma muito boa!
Ô mulher boa!!!!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

De Volta a Paris

Fazer o quê...?


O curso que fiz tinha uma característica peculiar – metade canadando, metade fazendo biquinho pra falar Merci Beaucoup. Em Paris. Uh la la, lá vou eu de novo!
Minha turma estava preocupada com o que poderia acontecer com minha bagagem, já que levou quase uma semana para que eu recuperasse a dita. Eu, no melhor estilo de quando é inevitável, a gente relaxa e goza, empacotei tudo e segui.
Como cada um ali veio de um canto diferente do globo, todos tínhamos vôos diferentes. Saídas em horários diferentes, escalas diferentes e perrengues diferentes.
Por increça que parível, eu era a que tinha o melhor arranjo: saída num horário decente (duas da tarde), escala em Londres de uma horinha e pouco, e Paris.
O pobre canadense, como estava na Líbia fazendo um treinamento, mas sua base original era Aberdeen, teve seu vôo programado por lá e – coisa britano-lusitana – para lá. Ou seja, na ida ele saíu de Trípoli com destino a Aberdeen via algum aeroporto qualquer da Europa, depois seguiu de Aberdeen para Londres, Londres-Montreal, e finalmente do tênis Montreal para Edmontão. Sua volta então era Edmontão-Montreal-Londres-Aberdeen-Paris.
Saindo às seis da manhã de Edmontão.
Os outros não tinham vôos muito melhores, e apenas o sueco Sanel, além de mim, não teria que madrugar no aeroporto. Seu vôo seria à uma da tarde, escala em Toronto e Londres antes da capital francesa.
Claro que o fato de terem sido agendados nos vôos de cornos não fez ninguém ali desistir da última noitada em Ed. Nem isso, nem o email do instrutor que nos esperava em Paris, marcando os dias de viagem (sábado e domingo) como ‘self-study in the flight”.
É, claro. Aproveita que está sonhando e pede um pônei.
Fomos jantar na Toca do Alce, numa tradução livre do nome do restaurante. Éramos, entre alunos e instrutores, uns 20 no início da brincadeira. Tudo seria pago pelo curso, aquela mamata de ‘jantar final’.
Adoro cursos.
Conforme os pratos principais e sobremesas seguintes foram sendo devorados, a mesa foi ficando mais vazia – os instrutores mais caseiros se despedindo da galera, desejando sorte, blablabla, whiskas sachê.
E nós ficando.
Também o árabe e a argelina nos deixaram.
Ao final, restavam apenas quatro alunos e o instrutor principal, Ryan. Que já havia pedido tudo e mais um pouco, estava alegrinho que só. Os garçons loucos pra irem embora, e Ryan querendo mais.
Pedimos a conta.
Quando o singelo papelzinho chegou, Ryan, que nem conseguia mais ler, perguntou quanto era. Ao ouvir a quantia – 800 dólares canadenses – achou aquilo uma indecência.
Praticamente colocando o dedo na nossa cara, disse que não sairia dali enquanto a conta estivesse abaixo de 1000 dólares.
Old captain, my captain! Estamos aqui pra isso, uh tererê!
Em 10 minutos a conta estava em quase 1200 dólares. Que Ryan assinou feliz da vida.
Mas aí já eram três da matina, e os outros ainda nem tinham começado a empacotar suas respectivas vidas. Assim, o canadense e a tunisiana nos deixaram e sairam voando para o hotel, enquanto Sanel e eu nos víamos à volta com um instrutor muito doido que subitamente nos elevou à categoria de seus melhores amigos.
Depois de deixar o coitado em casa, ele e a rebordosa que o despertaria no dia seguinte, voltamos ao hotel.
Dia seguinte normal, peguei meu vôo para Paris e domingo encontraria meus comparsas.
E minha mala veio!
Menos sorte teve meu pobre amigo Sanel.
Tendo acordado atrasado, e ainda com um item qualquer para trocar no shopping que ficava quase perto do hotel (digamos que um perto assim, meio fora de mão), usou suas últimas notas em dólar canadense para ir e voltar de táxi. Feito isso, subiu para pegar sua bagagem e fazer o check-out.
Qual não foi sua surpresa ao saber que seu cartão estava bloqueado.
Não sabendo o que fazer ligou para a operadora do cartão. Soube que haviam bloqueado o dito devido a “despesas suspeitas no exterior”. Ele confirmou as despesas, suspeitas ou não, ele estava mesmo no exterior e precisava usar o cartão.
A voz anasalada, que, eu creio, é traduzida para 534 idiomas e usada em todo o mundo dos cartões de crédito, informou, em belo gerundismo, que “infelizmente não estaremos podendo fazer nada até segunda-feira, senhor”.
O tempo passando e o sueco tentando resolver sua vida. Ligou para Ryan, que, ainda bêbado, confirmou no hotel que as despesas extras também correriam pela empresa (em geral, apenas a estadia é paga diretamente).
Mas meu amigo sueco ainda tinha o problema do táxi. Que já estava ali. E o vôo, que em breve não estaria mais ali!
Como ele tinha outro cartão, para saques, e tendo arrancado da atendente a promessa de resolver o galho ainda naquele dia, resolveu tentar a sorte, pulou no táxi e se mandou para o aeroporto. Chegou atrasado, sim, mas nem tanto. Pediu ao taxista para esperar, correu até um caixa eletrônico e...
Nada.
Entre um telefonema desesperado e outro, e não me perguntem como, uma alma apareceu na mesma fila que o pobre Sanel, se ofereceu para pagar o táxi.
O taxista esperou pacientemente para receber sua corrida.
O avião, não.
E ele agora tinha um outro problema – chegar em Paris.
Mais uma chamada desesperada.
Segundo o atendente número 352781254783512, o cartão estava desbloqueado.
Volta Sanel para a fila da empresa aérea. Encontra novo vôo. Ed-Toronto, Toronto-Londres.
Mas nada de Londres-Paris.
Depois de mil horas de desespero e escalas, ele estava em Londres, com suas malas e uma dúvida:
- Onde se pega o trem para Paris?


Jaqueline Costa
Ouviu isso tudo em Paris, tomando vinho Francês

domingo, 23 de agosto de 2009

Filosofando e andando..

Esse negócio de embarcar me deixa muito meditabunda... resolvi partilhar com vocês meus últimos pensamentos.

A verdadeira sabedoria só vem com a IDADE...
Mas aí vem a esclerose também e fode tudo!

Vim neste mundo a passeio SIM. E na volta dou uma passada no Duty Free...

Tempos melhores estão à nossa frente!
Ou atrás... porque AQUI é que não estão mesmo...

Cuidem do corpo. Freqüentem a academia. Malhem bem os glúteos.
Nunca se sabe quando se vai tomar um pé na bunda.

E para quem ainda não encontrou o verdadeiro SENTIDO DA VIDA... é pra direita.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Anos estudando Engenharia...

E soh agora a Fisica fica clara para mim! ! ! !

  • Mecânica: qualquer merda que está se mexendo.
  • Estática: qualquer merda que fica parada.
  • Hidrostática: qualquer merda que fica parada na água.
  • Hidrodinâmica: qualquer merda que está se mexendo na água.
  • Termodinâmica: qualquer merda que está esquentando.
  • Eletricidade: qualquer merda que dá choque.
  • Óptica: qualquer merda que brilha.
  • Ondulatória: qualquer merda que você escuta ex: Simple Plan, Green Day, rbd
  • Magnetismo: qualquer merda que atrai mais merda.
  • Relatividade: qualquer merda rápida pra caralho ou grande pra cacete.
  • Quântica: qualquer merda que você não sabe onde está ou o que está fazendo.
  • Teoria de Campos: qualquer merda que tenha λ_2φ^4 e que os físicos não sabem pra que serve.
  • Física Matemática: a física flerta com a matemática. Sinto o cheiro de merda no ar.
  • Física Médica: área da física pra quem não passou em medicina.
  • Mecânica Estatística: qualquer conjunto grande pra caralho de merdinhas pequenas pra cacete.
  • Física Atômica: qualquer merdinha menor que as anteriores.
  • Física Estocástica: qualquer merda que dependa da sorte.
  • Física Mesoscópica: uma merda tão complicada que não dá para fazer piada.
  • Biofísica: qualquer merda que os físicos fazem pra arrumar mulher, já que no curso deles não tem isso.

domingo, 26 de julho de 2009

Microsoft e o Buscador Inteligente

O site Jacaré Banguela que me deu a dica. A Microsoft resolveu brigar com a Google no campo dos buscadores. Está já no ar a versão beta do BING.
O problema é que a galera não tem o que fazer, e os meninos do site resolveram descobrir o que o buscador mostraria como resultado de busca sobre a palavra merda.
Achei a brincadeira engraçada, e resolvi fazer uma busca também.
Não é que esse buscador é inteligente mesmo???

Notícias do meu Brasil

Vejam que espetacular furo de notícia n'O Globo:


Ainda bem que o cara avisou, né?
Mas não vai participar... por quê, hein? Que frescura de Massa! Essa história de coma nunca párou o Rubinho!
Infelizmente...
Pra que achar que é broma minha, só porque eu editei a matéria pra caber aqui, pode olhar n'O Globo que tá lá...


E, de grátis, uma boa nova para os sanpaulinos: no que depender da promotoria de São Paulo, eles logo terão mais um evento a comemorar dentro do próprio estádio. Afinal, justiça seja feita, lugar de parada Gay é no Morumbi!


Quer ler? Clique aqui

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Canadando

Além de Polícia Montada, Canadá Produz o Que???

Embora minha viagem para o Canadá, para mais um Xubis-curso, estivesse prevista desde novembro do ano passado, o povo aqui resolveu comprar a passagem só a uma semana de me mandarem para o país.
(Eu ia aqui acrescentar algo como ‘o país de...”, mas não me veio nada à mente. Aceito sugestões. Quando se fala em Canadá, o que lhes vem à mente??). E então descobriram que só havia passagem na classe executiva. Por mim, tudo bem! ! ! !
Pro meu chefe nem tanto... Ele achou melhor me mandar 4 dias antes do curso começar, e me deixar lá de bobeira no hotel.
BOOOOOOOOOOOOOOOOM também!

Escala de 3 horas em Londres, depois algumas várias horas até Edmonton, Canadá. Fila normal para o passaporte, e me encaminho para as esteiras, a esperar minha mala.
Que, obviamente, respeitando a Maldição de Montezuma que me persegue, não chegou.

A esteira pára, já todos tinham suas respectivas bagagens. Menos eu.
Já mais que acostumada com isto, me encaminho para um dos funcionários do aeroporto para pedir os formulários de declaração de bagagem perdida. O cara me explicava os trâmites, naquela de “não se preocupe, blablabla whiskas sachê”, e como viu que eu estava super-tranquila e não questionava nem reclamava, me olhou um tanto aturdido. Eu expliquei: “ah, não ligue. Já estou acostumada. Sempre perdem minha bagagem”.
Ele, aparentemente treinado nas milenares artes orientais de despachar mala, me disse então que a minha foi perdida porque eu tinha pensamentos cinza quanto a isso, e me aconselhou a ter pensamentos mais positivos na próxima viagem. Ah, tá. Então era por isso...

Saí do aeroporto e entrei no primeiro táxi que encontrei. O motorista, um muçulmano, depois que lhe disse o endereço do hotel, me perguntou de onde eu era. Não sei como ele adivinhou que eu não era local, este meu semblante é tão canadense!
Falei que do Brasil. Foi a deixa para 20 minutos de conversa girando em torno de futebol, café e carnaval. Mas o melhor mesmo foi, ao me deixar no hotel, ele me entregar seu cartão e me mandar procurar sua família no Brasil. Que mora em São Paulo.
E Sào Paulo é tão pequeno.... quase não tem árabes....

O jet lag me matou na primeira noite. Totalmente fora do horário, não consegui dormir depois das 3 da manhã. Às cinco, já cansada de me revirar na cama, resolvi sair para uma caminhada na cidade.
Edmontão é uma cidade do estado de Alberta. Mas às cinco da matina, seu estado era mesmo Felchada. E como eles não exatamente são adeptos do pedestrianismo, não há calçadas. Ou seja que ver uma figura, tão incrivelmente cedo, caminhando onde normalmente só se vêem carros estacionados não é exatamente comum.
Alie ao fato de que minhas roupas estavam na bagagem, que naquele momento deveria estar fazendo escala no Turbequistão. Ou seja, eu estava caminhando com um puta sobretudo que tinha usado pra viajar. Não era exatamente uma roupa esportiva.
Diante de cena tão ímpar, não dá pra estranhar muito que um gualdinha tenha parado a viatura para me oferecer carona, achando que eu estava procurando uma oficina ou algo assim para um suposto carro quebrado...

O primeiro dia de aula chegou. Minha mala não. Havia comprado alguns items de primeira necessidade – shampoo, condicionador, sabonete, camisetas – e vamos que vamos. A turma era pequena, apenas 5 além de mim. Um sueco, uma argelina, uma tunisiana, um árabe e um canadense. E logo de cara, o primeiro instrutor no curso se apresentou como sendo do Sri-Lanka, tendo feito faculdade na Rússia. E o cara ainda por cima tinha a língua pguêsa!
Primeira pergunta do sujeito depois que desnudou esse seu currículo: “alguém aqui fala russo?”
Não me contive: “só depois da primeira garrafa de vodca...”
Nossa sorte não iria melhorar. Nos dias seguintes nos foi apresentado o segundo instrutor: coreano e gago...

Mas a gente estava ali pra brincar ou pra estudar? Na dúvida, alguém na turma descobriu que havia uma montanha-russa dentro do shopping.
Isso aí que vocês leram.
Como pessoas maduras que somos, pulamos dentro dum táxi para ver que história era essa. Os seis na fila para a voltinha – nem tão voltinha assim, tem 3 loops bem satisfatórios – e então que Sanel, o sueco, e Ahmed, o árabe (e se eu não dissesse vocês nunca iriam adivinhar, né??) saíram por dois minutos para comprar uma água. Éramos os últimos na fila quando eles saíram, mas obviamente quando voltaram já havia outras pessoas atrás de nós.
Sanel, numa tentativa frustrada de explicar às adolescentes que conversavam animadamente que eles não estavam furando fila, disse: “nós estamos juntos”. Porém sem apontar a nós, em sua inocência sueca imaginando que isto estaria implícito.
A menina, olhando para ele e para Ahmed, fez uma cara de espanto, acho que tanto pela informação quanto pelo fato de ele atrapalhar sua fofoca para lhe contar o babado. Mirou de alto a baixo meu amigo de 1.97m e seu suposto “companheiro” e, estupefata, perguntou: “vocês dois estão JUNTOS???”
Só com a gargalhada que veio do grupo que estava à sua frente foi que ela percebeu o que Sanel tinha intenção de falar...

E uma das noites resolvemos ver como era uma balada canadense. Esperávamos nós na filinha para apresentar devidas identificações. Na minha vez, o segurança disse que não poderia aceitar minha identificação porque não era DE PLÁSTICO. Sim, ele mandou essa na minha lata.
O pobre sueco, meu fiel escudeiro nesse curso, ainda tentou argumentar com o cidadão, dizendo que no meu país não existe esse negócio de ID igual cartão de crédito. O cara estava irredutível, e eu estava cansada, e como não queria realmente ligar a impossibilidade de negociação com o fato de ser a única na fila que não tinha cabelo escorrido, falei pra galera esquecer o assunto, entrar e se divertir, eu iria pegar um táxi e voltar calmamente para a minha cama super-king-size no hotel.
Assim fiz, e mais uma vez o taxista que me recolheu era de origem árabe. Como estávamos relativamente longe do hotel, a corrida iria tomar bem uns trinta minutos. Que o motorista preencheu perguntando – só pra variar – de onde eu era. Depois de mais um momento futebol/café/carnaval , o cara resolve me perguntar o que eu estava fazendo no Cana-dá. Eu disse que apenas assistindo a um treinamento da minha companhia. Ao que ele, como todo cara que quer saber se a menina está sozinha ou se dá pra chegar junto, revisitando um clássico das pistas no mundo todo, perguntou se meu namorado não ligava de eu viajar sozinha. “Não, a gente não tem problemas com isso”, eu disse, pra ver se isto lhe bastaria para mudar o foco do assunto para a guerra do Iraque ou qualquer outra coisa mais agradável. Eu deveria era ter acrescentado “O que lhe incomoda mesmo é quando eu pego taxista maluco na noite”, mas resolvi não polemizar.
Aí ele veio me convencer que, se não tinha problema, era porque eu estava sendo chifrada. A conclusão era tão lógica pra ele quanto surreal pra mim, e eu ri. Foi quando ele subitamente começou a falar da vida dele. Que ele estava procurando agora uma morena. Oh, não me diga. Sim. Porque ele tinha namorado uma loura. Linda. Loura e linda, tinham namorado por x anos (eu não estava exatamente me apegando aos detalhes). E então ela chifrou ele. Coitadinho. Tomou volta. Estava revoltado com as loiras. E que mesmo agora tinha uma outra platinada apaixonada por ele. Mas ele não confiava mais em loiras, e estava procurando uma morena.
Antes que ele me pedisse em noivado dentro do táxi, virei pro tiozinho e falei: “Não pense assim. Tire essaa mágoa do seu coração. A vida segue. É só ter um pouco mais de fé nas pessoas, eu tenho certeza que você ainda vai encontrar uma morena pra te sacanear...”

Jaqueline Costa
Sim, Novamente com Bagagem

terça-feira, 14 de julho de 2009

Minha cachorrada....






Os filhotes estão cada vez piores. Depois de invadirem o porão da casa pra brigar, deixando minha mãe louca e sem conseguir dormir, agora resolveram variar sua dieta. Acharam que estava mto à base de proteínas, faltava algumas fibras.
Comeram o banco da moto nova do meu pai.

Minha mãe tenta uma solução:
"Vou plantar uma muda de erva-cidreira no quintal. Assim eles comem e ficam calminhos..."
Josie: "Mãe, pode plantar até VALIUM.... vai adiantar porra nenhuma"

Turista em Casa

Pé do Meu Samba. Chão do meu Terreiro. Tudo para o Coração de um Brasileiro

A semana no Rio transcorria simples – durante o dia entre praias e pontos turísticos, à noite exorcizando fantasmas na festa pagã. Entre idas às praias e passeios para inglês ver, minha amiga salsenha já se achava uma total expert em samba. Isto porque ela conseguia cantar, com pouco sotaque, dois refrões basicamente, e um deles nem era samba:
Ô coisinha tón bonitinha do pai”

“Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça”
E era só isso. Mas era mais que suficiente, já que o objetivo era se acabar no carnaval e recuperar nas areias de Copa, e não vencer algum concurso para nova vocalista da Banda Eva.

Descansávamos tranquilamente nas areias de Ipanema, depois de levar a menina no Garota de Ipanema, parada obrigatória pra turista tirar foto e Jaque contar história. Eu na cadeirinha, Adris estirada na canga. As cervejas, obviamente, ao lado. O mar não estava exatamente católico, o que faz sentido já que a época era de carnaval e não exatamente de muita religiosidade, então avisei pra muchacha pra tomar cuidado caso reolvesse dar um mergulho. Mas ela estava mesmo era tentando virar neguinha, qual Caetano Veloso, e eu nem tive que me preocupar muito.
Eis que a turba ensaia movimentos mais frenéticos, e eu não sabia se era uma coreografia direta do Bola Preta ou um arrastão. Na dúvida me levantei para conferir.
Ufa, alívio. Nem uma coisa nem outra. Só um sujeito se afogando, que foi salvo a base de helicópteros. Show digno do Discovery Channel. Eu deveria ter cobrado um extra da bogotana.

Pão-de-Açúcar e Corcovado foram feitos ambos em um só dia. Entre um sobe e outro desce, uma foto e outra, minha amiga dá pequenos sinais de cansaço. Eu, categórica, praticamente uma Fernanda Keller dos cicerones: “Bora, Adris, que essa andança toda é ótimo pra coxa!!!”

Ela, sem entender nada: “Coxa?????”

Eu, em mais uma aula de português inclusa no pacote Passe o Carnaval com a Jaque: “Coxa, Nena, es como llamamos esta parte de la pierna acá en Brasil”, falei, apontando a própria.
Adris, com uma presença de espírito impressionante: “Olha, que coxa mais linda.... mais cheia de graça”

Depois da folia de Momo, fomos descansar na Região dos Lagos. Lá Adris pôde se expressar em seu idioma pátrio já que, como todos nós sabemos, Búzios é território argentino, tendo sido anexado por nossos hermanos na Batalha da Picanha Argentina, quando perdemos por 1 gol de diferença, marcado de mão pelo General Maradona.

Um passeio de saveiro aqui, uma caminhada na Rua das Pedras ali. E praia, que sabia lá eu quando poderia retocar o bronzeado novamente. E estava eu, tranquilamente deitada na canga, deixando que o Deus Sol fizesse o seu trabalho, quando a colombiana me vem com uma nova. Tinha encontrado o homem da sua vida. Bem em frente à gente.
Pena que o homem de sua vida era um moleque de 13 anos que estava ali acompanhado pelos pais.
Disse pra minha amiga: se sua idéia é não voltar pra Colômbia, vai com fé. Acho que corrupção de menores deve lhe conseguir uma estadia num hotelzinho bacana de Bangu...

Jaqueline Costa
Fim da Férias. Próximo Capítulo: Curso no Canadá

domingo, 12 de julho de 2009

Rio Com Sotaque

O Dia que Shakira Conheceu o Cacique

Bem descansadas da viagem, e já devidamente alimentadas, seguimos para o Rio. Primeira parada, Barra da Tijuca, casa de meus compadres Flávio e Doc Joy. Coisa básica – conhecer a casa, pegar uma piscina e fazer fofoca. Dali fomos para a praia, para um mítico encontro com meu amigo Maumau.
Mítico MESMO. Nem os Deuses do Olimpo iriam conseguir encontrar o ponto em que ele estava.
Desecanei, curtimos a praia, e depois de novo pit-stop na pousada Doc para amigos e amigos de amigos, fomos expor nossas figuras na Medina.
Objetivo: Bloco Cacique de Ramos.

No caminho minha excitada amiga colombiana me perguntava se iríamos aparecer na TV.
“Considerando que eu esqueci minha roupa de Valéria Valenssa em Aberdeen, acho pouco provável...”
E daí se ela não sabia quem era Valéria Valenssa? A Globeleza também não sabe quem sou eu. Empate técnico.

Já chegamos no bloco comprando as populares três latinhas de cerveja pelo preço de duas. Entreguei uma pra Adris, abri a minha e arquivei a outra para uso futuro. O povo sambando como se a Paz Mundial dependensse disso – e se dependesse, ninguém nunca teria sequer ouvido falar em guerra. Adris olhou a massa pululante e voltou a olhar pra mim, qual criança pedindo permissão pra brincar no balanço. Achei graça da situação e num movimento de mão dei a deixa: Vai que é tua, Taffarel! ! !
O samba seguia, a cerveja descia, os caras chegavam junto.... carnaval normal. Pelo menos pra mim.
Adris estava embasbacada: “Nena, nunca en mi vida yo fui tán asediada!!!”
Simpatia é quase amor, Shakira, simpatia é quase amor...

Eis que, entre um batuque e outro, Adris me puxa o braço e aponta – uma câmera de TV despontava entre as cabeças!!!
Ok, ok. Entendi o que queria a bogotana. Nos acercamos do repórter, que perguntava aqui e acolá o básico, de onde você é, o que está achando do carnaval no Rio, e outras questões da mais alta relevância para o futuro da humanidade. Me acerquei dele, que virou o microfone e lançou a pergunta:

- E você, de onde é?
- Eu sou daqui do Rio mesmo... mas a minha amiga é da Colômbia!!!
Câmera na menina, o repórter:
- E então, está gostando do carnaval?
- Si! Si!
- E já aprendeu a sambar?
Considerando que ela treinava havia mais de um ano comigo, se achou no direito de dizer
- Pues claro!!!!

A galera deu espaço na medida do possível. Adris quase uma mulata Sargentelli, se ela tivesse idéia de quem foram as mulatas do Sargentelli. Ou o Sargentelli.
Não preciso dizer que eu ria adoidado.

Depois de seus 15 segundos de fama (fama só ali, pra galera que estava em volta. Eu nem sei dizer de que emissora era o cara), a pequena perdida era só alegria. O que foi particularmente providencial, pois me poupou de convencê-la a ficar até de manhã na folia.
Chegamos de volta à Flavio e Joyce Pousada Feliz já às sete da manhã. Um banho necessário, um expresso que fez meus neurônios cantarem “O Flavio é um bom companheeeeiroooooo.... ninguém pode negar”, e um cochilo. Nada demais, afinal ainda tínhamos o circuito turista a cumprir.

E dormir, a gente deixa pra quando estiver na cadeia.

Jaqueline Costa
Próxima Página: Cristo, Pão-de-Açúcar. Garota de Ipanema. O Rio Continua Lindo

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Grito de Carnaval

Dicas de Como Soltar uma Colombiana no Rio sem Perder a Pobre

Como minha amiga Adris tinha cumprido sua promessa de me mostrar Bogotá e San Andres, cabia a mim cumprir minha parte no acordo e mostrar o Rio e o carnaval.
Logo eu, que desde que comecei esta vida de embarques, nunca mais soube o que era isso! Mas vamos lá, uma brasileira sambando mal já é bem melhor que um gringo sambando muito bem.

As aulas de português tinham começado ainda na Colômbia. Como obviamente eu falava em português com a Ivy, Adris, como bom papagaio, ficava prestando atenção e repetindo. O único problema é que ela tem uma memória muito volátil, e esquecia tudo. A única frase que ela conseguia guardar era “eu falo português também...”
E achava que estava ótimo!

Comecei a ensinar algumas palavras básicas para ela sobreviver no Rio:
“Adris, cerveza es GELADA. Chanclas es CHINELO. Hombre buenon es GOSTOSO...”
Ela, como boa trainee, gravou a lição. Mais tarde, arrumando a mala, me perguntou o que deveria levar de roupa. Eu falei pra ela, em português, qual o uniforme oficial do rio:
“Canga, chinelo e biquini. O que você precisa mais pra ser feliz?”
Ela, certeira: “Uma gelada!!!”
Estava pronta para o Rio.

Desembarcamos no mundialmente conhecido Aeroporto Antônio Carlos Jobim. Aquele que não é o Santos Dumont. E que você achava que era o Galeão. Pois. Ali mesmo.
Meus pais estavam nos esperando. Mal abracei minha mãe ela perguntou do meu irmão. HEIN?
Não, mãe... eu viajei com a Ivy, nào com o Leo...
Aí ela explicou – o Leo tinha vindo pro aeroporto também, ligou pra ela e perguntou em que terminal eu chegaria. Ela disse 2. Ele foi pro 2. Depois ligou pra ela e disse que não era 2, era 1. Ela insistiu que eu tinha dito 2. E foi pro 2.
E eu cheguei no 2.
Minha mãe ligou para o meu irmão, que estava – ora vivas! – no 1.

O divertido foi, depois, saber da Josie, que estava na dela, curtindo o carnaval em Olinda-PE, que meu irmão ligou pro seu celular, em plena manhã, quando a coitada ainda estava curando a ressaca da noite anterior, e disse:
- Josie, a Jaque tá chegando!
“Chegando onde? Em Olinda???” deve ter pensado a pequena infante... mas como reconheceu a voz do Leo, e sabendo que lógica nem sempre permeia suas conversas, ela perguntou:
- E?
- Então... eu tô no aeroporto.
- E??
- Qual o terminal que ela chega???

Você não precisa de exposições de Salvador Dali quando tem o Leo em sua vida.

Seguimos para Pet, para o famoso churrasco de boas-vindas, piscina e uma gelada. Descansar os esqueletos para se preparar para o carnaval carioca.
Minha amiga colombiana, totalmente inocente do jeito Costa de receber visitas, aceitava tudo que ofereciam. Depois de provar a picanha na brasa, queijo coalho, pão de alho, coraçãozinho, farofa, e um mega-prato de feijão tropeiro, me pediu quase de joelhos:
- Por favor, Jacky.... diga a tus papas que parem de me ofrecer comida.... porque la como! ! ! !
Isso, Shakira, é problema seu...

Jaqueline Costa
Ô Lê Lê! Ô Lá Lá!

As Últimas Bogotanas

Uma Hora Teria que Acabar

A parte colombiana das férias estava chegando ao fim. Saíamos do hotel em San Andres, rumo ao aeroporto e a Bogotá. Na entrada do hotel, os animadores dançavam músicas caribenhas para saudar os turistas que chegavam.
As turistas que saíam, como sem-noção que são,
a nível de sem-noção que sempre serão, aprontaram a última islenha.
Ivy olha pra mim rindo e fala: “Jaque, pergunta pro tiozinho se ele tem ‘Olha a Onda’ “
Eu já sabia qual a idéia que passava nesta mente do mal. Perguntei, só pra confirmar: “Mas você vai me acompanhar? “
Resoluta: “Vou”.

Fui eu então perguntar ao animador de plantão se ele tinha em sua musicoteca este clássico do cancioneiro bahiano.

E ele tinha!
E assim os turistas novos foram recebidos por duas brasileiras ensinando Axé Bahia para a galera do hotel.

Pelo menos já sei onde pedir emprego caso a Xubis me mande embora.

Depois do teco-teco para Bogotá, chegava também a hora de nos despedirmos do país de Juanes. Para nos lembrarmos da cidade, e como nos orientar caso regressemos, Adris desenhou um mapa tão perfeito que desconfio ela estudou engenharia cartográfica e não de petróleo. Segue o dito:

Ficou a dúvida se isto era um mapa ou uma arepa. Pero bién...

E em nossa última noite colombiana fomos para um restaurante com mariacchis mexicanos!
Não me perguntem por que, eu estava só seguindo minha cicerone.
Claro que não existe serenata mexicana sem tequila, e pedimos uma garrafa. Mandaram uma com o vermezinho.
Vocês sabem a tradição, se o vermezinho cair no seu copo, tem que tomar tequila com verme e tudo. Senão seu cabelo fica roxo, os dentes caem, você perde o emprego, se for homem sua mulher lhe bota chifres e se for mulher seu marido vira gay. O homem do saco sequestra seu filho, seu cachorro não lhe sorri latindo, e a preta do leite vira sua vizinha e conta toda a vida dela pra você 5 vezes por dia, já que você tá desempregado mesmo e tem tempo pra ouvir.
E o Brasil perde a Copa!

Quando chegou a garrafa com o simpático verminho, já fui avisando: sou vegetariana, só por isso que não vou engolir o amiguinho aí.

Jaqueline Costa

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Olha quem tá aí...


E estava eu passeando por Londres e quem eu vejo?
SIIIIM, ele mesmo...
MAUMAU, meu amigão! Quanto tempo! ! ! !

E mereço mesmo!!!!

Como hoje é segunda-feira, dia internacional da preguiça e do mau humor, além do calango coçador de saco, agora acabo de ser informada que vão abrir a pândega do poço meia-noite. Ê lerê!
E pra quem não sabe: ontem sete horas da manhã o alarme tocou. Claro que não era emergência. Era só trote. Ou melhor, era "treinamento". Tá. Sete da manhã de domingo.
Se não era trote, o capitão desta fragata é xiita. Purinho.

Eu Mereço

Estou embarcada. Embarcadíssima, embarcadérrima.
Para alergia dos meus neurônios (não digitei errado. Não é alegria. É alergia mesmo. Meu cérebro é alérgico a falta do que pensar), não há um lugar pra eu ficar na minha, lendo meu livrinho. A sala de recreação tem pouca iluminação e o povo fica ali vendo filmes supimpas como Sex and the City. Ou então programas que explicam como se constroem plataformas de petróleo - pela mãe do guarda, eu estou sobre uma! Dormindo e acordando! Eu quero é saber como destruir esta bodega!
Meu ponto de escape é a sala dos engenheiros. Meu computador ali, plugadinho, eu acesso a internet. E leio meu livrinho. As cadeiras não são muito confortáveis, mas incomodada ficava a sua avó.
E estava eu, na minha, conversando pelo messenger... quando o cara do meu lado resolveu coçar o saco!
Discretamente, escondidinho, virado pro canto???
NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO.
Enfiou a mão inteira dentro das calças e deu AQUELA coçada! Por um momento tive ímpetos de bater em seu ombro e dizer: Vai com calma, seu moço, que vai arrancar as bolinhas assim!

Eu mereço

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Piadas do Caribe

A Sequência que Johnny Depp não Filmou

De Bogotá embarcamos num dedicado teco-teco Avianca para então conhecer San Andres, uma pacata ilha no mar do Caribe que fica do ladinho da Nicarágua, mas pertence à Colômbia. Por que, ninguém sabe direito. Mas eu passei a ficar mais esperta depois que descobri isso – afinal, se os colombianos são capazes de roubar uma ilha inteira, o que não fazem com uma simples carteira???
San Andres é um daqueles pequenos paraísos perdidos que a gente procura em todas as gavetas e só acha na última. Águas cristalinas, música caribenha, povo sorridente e OPEN BAR. E mal aportamos, somos informadas sobre os principais produtos de exportação da ilha caribenha: côco, peixe e negrinhos! Então tá...
Além de produto-exportação, os menininhos de lá são serelepes (gíria da vovó. Não gostou? Incomodada ficava a sua) que só. Já de saída, um dos animadores do hotel, ao tomar ciência da presença de brasileiras entre os hóspedes, mais rápido que Speedy Gonzales começou uma campanha em causa própria para ter uma aula de samba di grátis. No mais representativo exemplo de 'não aceito não como resposta'. Tentando em vão me desvencilhar do tipo, falei 'amigo, não dá. Pra saber sambar tem que nascer no Brasil. O samba tá no sangue...'
Ao que o gaiato disparou: 'então me mostra a circulação...'

Claro que a interatividade nos seguia pela rua. Caminhando em direção à praia, as três distraidamente conversando, e mais um aborígene manda a sua:

- Mira que 3 bellas. Santa Maria, Pinta e Nina!

Como não havia ficado claro quem era quem, Adris saiu com sua interpretação

- Nina soy yo, porque soy la más pequeña. Pinta es Ivy, porque es toda pintadita. Y Santa Maria es Jacky, que de santa no tiene nada!!!!

Diante de tão clara explicação, quem seria eu para contestar?

Resolvemos conhecer a ilha além das paredes do hotel. Um atípico guia, cria da terra, nos mostrava uma lagoa onde caimánes, uns simpaticos primos dos jacarés, tranquilamente descansavam sob a água, só olhinhos e narinas aparecendo.
Também fomos levadas a uma árvore gigrande com um vão enorme no centro, onde se pode entrar e, olhando acima, ver o céu, já que a árvore perdeu sua copa quando foi atingida por um raio, e seu interior foi todo roído por cupins. Ou seja, uma árvore azarada pra caralho.
O guia, mais uma amostra da simpatia e surrealismo local, entre uma explicação e outra da flora e fauna lacustres, nos aponta na direção oposta à agua e manda:

- Por ali, ali naquele poste, ficam uns camaradas vendendo erva... Se vocês quiserem é só falar comigo. Eu vou lá e avalio o material, só aceito se for de primeira qualidade...

Depois dessa oferta tão ímpar, não tivemos nenhuma surpresa quando o filho do guia, um gordinho de 12 anos, nos contou que era rumbeiro e eventual apreciador duma cachaça, enquanto distraidamente atropelava uma árvore...
Fomos até a Cova do Morgan, pirata caribenho que morou na ilhota. Entre uma e outra informação impossível de guardar, vem o número de esposas que teve o bucaneiro: 80. Com uma rápida conta de filhos e netos que podem vir desse harém, já deu pra visualizar que em San Andres todo mundo deve ser primo um do outro.
Mas nada embaça a maravilha que é nadar em águas azulíssimas, que fazem qualquer um desconfiar que um cargueiro com milhões de litros de cloro afundou na região, entre peixes que de tão coloridos me levam a crer que o Cara estava brincando de aquarela quando criou o Caribe.
Já no último dia de San Andres, descansando os ossos nas espreguiçadeiras do deck do hotel, uma última guaribada no bronzeado antes de pegar as malas e voltar para a realidade, eis que um vento kamikaze derruba minha bermuda, que preguiçosamente jazia ao meu lado. E, com ela, a chave – que, obviamente, já que o Destino é sacana e amigo pessoal de Murph, caiu no vão entre as madeiras do deck, diretinho na água.
Para alegria de nossos cartões de crédito estourados, a água é MUITO transparente. Um pequeno mergulho estilo apnéia e recuperei a dita, senão teríamos que pagar extorsivos 50 dólares ao hotel!!!

Jaqueline Costa
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Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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