terça-feira, 25 de agosto de 2009

De Volta a Paris

Fazer o quê...?


O curso que fiz tinha uma característica peculiar – metade canadando, metade fazendo biquinho pra falar Merci Beaucoup. Em Paris. Uh la la, lá vou eu de novo!
Minha turma estava preocupada com o que poderia acontecer com minha bagagem, já que levou quase uma semana para que eu recuperasse a dita. Eu, no melhor estilo de quando é inevitável, a gente relaxa e goza, empacotei tudo e segui.
Como cada um ali veio de um canto diferente do globo, todos tínhamos vôos diferentes. Saídas em horários diferentes, escalas diferentes e perrengues diferentes.
Por increça que parível, eu era a que tinha o melhor arranjo: saída num horário decente (duas da tarde), escala em Londres de uma horinha e pouco, e Paris.
O pobre canadense, como estava na Líbia fazendo um treinamento, mas sua base original era Aberdeen, teve seu vôo programado por lá e – coisa britano-lusitana – para lá. Ou seja, na ida ele saíu de Trípoli com destino a Aberdeen via algum aeroporto qualquer da Europa, depois seguiu de Aberdeen para Londres, Londres-Montreal, e finalmente do tênis Montreal para Edmontão. Sua volta então era Edmontão-Montreal-Londres-Aberdeen-Paris.
Saindo às seis da manhã de Edmontão.
Os outros não tinham vôos muito melhores, e apenas o sueco Sanel, além de mim, não teria que madrugar no aeroporto. Seu vôo seria à uma da tarde, escala em Toronto e Londres antes da capital francesa.
Claro que o fato de terem sido agendados nos vôos de cornos não fez ninguém ali desistir da última noitada em Ed. Nem isso, nem o email do instrutor que nos esperava em Paris, marcando os dias de viagem (sábado e domingo) como ‘self-study in the flight”.
É, claro. Aproveita que está sonhando e pede um pônei.
Fomos jantar na Toca do Alce, numa tradução livre do nome do restaurante. Éramos, entre alunos e instrutores, uns 20 no início da brincadeira. Tudo seria pago pelo curso, aquela mamata de ‘jantar final’.
Adoro cursos.
Conforme os pratos principais e sobremesas seguintes foram sendo devorados, a mesa foi ficando mais vazia – os instrutores mais caseiros se despedindo da galera, desejando sorte, blablabla, whiskas sachê.
E nós ficando.
Também o árabe e a argelina nos deixaram.
Ao final, restavam apenas quatro alunos e o instrutor principal, Ryan. Que já havia pedido tudo e mais um pouco, estava alegrinho que só. Os garçons loucos pra irem embora, e Ryan querendo mais.
Pedimos a conta.
Quando o singelo papelzinho chegou, Ryan, que nem conseguia mais ler, perguntou quanto era. Ao ouvir a quantia – 800 dólares canadenses – achou aquilo uma indecência.
Praticamente colocando o dedo na nossa cara, disse que não sairia dali enquanto a conta estivesse abaixo de 1000 dólares.
Old captain, my captain! Estamos aqui pra isso, uh tererê!
Em 10 minutos a conta estava em quase 1200 dólares. Que Ryan assinou feliz da vida.
Mas aí já eram três da matina, e os outros ainda nem tinham começado a empacotar suas respectivas vidas. Assim, o canadense e a tunisiana nos deixaram e sairam voando para o hotel, enquanto Sanel e eu nos víamos à volta com um instrutor muito doido que subitamente nos elevou à categoria de seus melhores amigos.
Depois de deixar o coitado em casa, ele e a rebordosa que o despertaria no dia seguinte, voltamos ao hotel.
Dia seguinte normal, peguei meu vôo para Paris e domingo encontraria meus comparsas.
E minha mala veio!
Menos sorte teve meu pobre amigo Sanel.
Tendo acordado atrasado, e ainda com um item qualquer para trocar no shopping que ficava quase perto do hotel (digamos que um perto assim, meio fora de mão), usou suas últimas notas em dólar canadense para ir e voltar de táxi. Feito isso, subiu para pegar sua bagagem e fazer o check-out.
Qual não foi sua surpresa ao saber que seu cartão estava bloqueado.
Não sabendo o que fazer ligou para a operadora do cartão. Soube que haviam bloqueado o dito devido a “despesas suspeitas no exterior”. Ele confirmou as despesas, suspeitas ou não, ele estava mesmo no exterior e precisava usar o cartão.
A voz anasalada, que, eu creio, é traduzida para 534 idiomas e usada em todo o mundo dos cartões de crédito, informou, em belo gerundismo, que “infelizmente não estaremos podendo fazer nada até segunda-feira, senhor”.
O tempo passando e o sueco tentando resolver sua vida. Ligou para Ryan, que, ainda bêbado, confirmou no hotel que as despesas extras também correriam pela empresa (em geral, apenas a estadia é paga diretamente).
Mas meu amigo sueco ainda tinha o problema do táxi. Que já estava ali. E o vôo, que em breve não estaria mais ali!
Como ele tinha outro cartão, para saques, e tendo arrancado da atendente a promessa de resolver o galho ainda naquele dia, resolveu tentar a sorte, pulou no táxi e se mandou para o aeroporto. Chegou atrasado, sim, mas nem tanto. Pediu ao taxista para esperar, correu até um caixa eletrônico e...
Nada.
Entre um telefonema desesperado e outro, e não me perguntem como, uma alma apareceu na mesma fila que o pobre Sanel, se ofereceu para pagar o táxi.
O taxista esperou pacientemente para receber sua corrida.
O avião, não.
E ele agora tinha um outro problema – chegar em Paris.
Mais uma chamada desesperada.
Segundo o atendente número 352781254783512, o cartão estava desbloqueado.
Volta Sanel para a fila da empresa aérea. Encontra novo vôo. Ed-Toronto, Toronto-Londres.
Mas nada de Londres-Paris.
Depois de mil horas de desespero e escalas, ele estava em Londres, com suas malas e uma dúvida:
- Onde se pega o trem para Paris?


Jaqueline Costa
Ouviu isso tudo em Paris, tomando vinho Francês

domingo, 23 de agosto de 2009

Filosofando e andando..

Esse negócio de embarcar me deixa muito meditabunda... resolvi partilhar com vocês meus últimos pensamentos.

A verdadeira sabedoria só vem com a IDADE...
Mas aí vem a esclerose também e fode tudo!

Vim neste mundo a passeio SIM. E na volta dou uma passada no Duty Free...

Tempos melhores estão à nossa frente!
Ou atrás... porque AQUI é que não estão mesmo...

Cuidem do corpo. Freqüentem a academia. Malhem bem os glúteos.
Nunca se sabe quando se vai tomar um pé na bunda.

E para quem ainda não encontrou o verdadeiro SENTIDO DA VIDA... é pra direita.

Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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