quarta-feira, 24 de março de 2010

Por que tanto tempo sem escrever?

Nem uma mísera página? Por quê? Por quê?

Quase ouço a multidão inquieta clamando....
Gente, por favor, não me matem.
Não me desejem mal.
Não xinguem minha mãe.
Não chutem meu cachorro.

Eu tento explicar.
Fui para o Brasil, de férias. Um espetáculo que será contado nas páginas, um dia....
O único problema da viagem foi que me roubaram o celular - em São Paulo, não no Rio!!! A-há!
E daê, vão perguntar vocês.
Daê que eu tenho uma rara patologia - CABIN FEVER. Ficar em casa me dá micose.
As páginas q vocês lêem eu rascunho no celular qdo estou na rua, tomando cerveja, de frente pra praia. E depois só edito no liplop.
Ou seja, o fdp me roubou o celular levou as páginas seguintes..... e eu fiquei chupando dedo.
Agora tenho reeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeescrever......

Deus Salve a Rainha

Porque até um peão pode comê-la!

Pra quem estava achando estranho eu passar tanto tempo no Reino Juntim e nunca ter mencionado a capital, o lar da Rainha, sonho de consumo de qualquer estudante de inglês, a explicação é simples: eu nunca havia ido lá...
Mas dessa vez, tendo companhia e alguém para compartilhar as piadas, a viagem foi planejada e implementada.
Já no aeroporto de Aberdeen a diversão começa. Nos encaminhamos para o balcão da Easyjet e eu entrego os dois passaportes para a atendente, explicando em inglês para onde iríamos. E sigo batendo papo em português com a Paulixta. Percebemos que a moça por trás do balcão olha diversas vezes para as fotos nos passaportes e para nós. Uma grande interrogação estampada em seu rosto.
Bem, cabe aqui uma pequena descrição, para os pobres infelizes que não tiveram ainda a sorte de nos conhecer ao vivo: ambas somos morenas, de cabelos cacheados e sorriso sempre à mostra. Ambas usamos óculos, embora nos passaportes as fotos não mostrem isso. E temos mais ou menos o mesmo fenótipo (caraca! Falei bonito agora! Minha professora de biologia do segundo grau iria ficar orgulhosa de mim).
Finalizado este pequeno instante estilo bate-papo Uol, voltamos à programação normal.
Eis que a moça se dirige a mim, um dos passaportes na mão, e pergunta qual era o sobrenome ali.
Como até então apenas eu havia falado com ela, e a Paulixta passou todo o tempo falando em português comigo, ao ver que o passaporte não era o meu, apenas imaginei que a moça pensou que minha correspondente estrangeira da terra da garoa não dominava o idioma anglo-saxão. Respondi então: 'nesse aí é Vita'.
Qual não foi minha surpresa quando então ela pegou o meu documento e, olhando pra Paulixta, perguntou: 'E o seu é...?'
Mordendo a língua para não rir, minha amiga responde e nós seguimos para a sala de embarque, comentando a situação.
Passados os minutos normais de espera, nos encaminhamos para o portão de embarque e quem ali estava, conferindo os passaportes?
Ela mesma...
Perguntei à minha curintiana se deveríamos entregar os documentos separadamente, pra moça perceber o engano. Minha amiga, esta alma bondosa e bem menos sacana que eu, disse:
- Pra quê, Jaque? A moça vai ficar com vergonha. Entrega junto...
Assim fiz eu. Mas a figura nem abriu os passaportes. Olhou pra gente e disse:
- Vocês não precisam. De vocês eu lembro!
Lembrar, lembra, eu disse pra Paulixta. Só não sabe quem é quem...
Londres é uma cidade pulsante. Tem muito menos charme que sua rival francesa para o titulo de capital da Europa, mas tem certamente mais energia. Como chegamos já tarde da noite de sexta, depois de largar as malas no hotel já nos despencamos para Picadilly Circus, a fim de jantar e dar uma espiada no underground londrino. Espiada muito muquirana, porque o dia seguinte seria longo e tínhamos um compromisso mútuo de acordar cedo para não perder nada.
E lá estavamos nós, mais uma vez encarando o desafio CONHEÇA UMA MEGALÓPOLE EM UM DIA. Com algum fôlego e muita disposição, nos embrenhamos na selva britânica, tirando fotos do Big Ben, da ponte e da Torre de Londres, visitando o Museu de Madame Tussauds, com as obrigatórias fotos pagando mico ao lado das estátuas de cera, dando uma passadinha na casa de Sherlock Holmes, fazendo um mini-cruzeiro pelo Tamisa e ainda o circuito no turibus - em que o guia, tão logo entramos, perguntou a todos se éramos fãs dos Beatles. Para quem não fosse, dizia o dublê de comediante e xiita, melhor descer do ônibus.
Fiquei na minha. Vejam bem, não é que eu não seja fã dos Beatles. Eu nem tenho nada contra eles. Só não suporto é quando eles começam a cantar...
Mais uma vez, paramos no Hard Rock. Paulixta e eu temos uma meta sem prazo definido para ser cumprida (só de ser comprida) de conhecer todos os restaurantes da rede. E o de Londres é, simplesmente, o primeiro! Emoção pouca é bobagem...
Deixamos o dia seguinte, quando teríamos poucas horas livres antes de ir para o aeroporto, para nos despedirmos da cidade com estilo: uma volta no London Eye para ver a cidade de cima, e depois atravessar os jardins do palácio de Buckingham para tirar umas fotos da casa da Rainha.
Fomos até o London Eye de metrô, que, aliás, é outra peça na luta Paris-Londres, cada cidade jurando que o seu é melhor, é maior, dá 3 sem tirar de dentro. Eu sinceramente acho tudo isso infantil e dispensável, afinal o que vale é o prazer que a viagem lhe proporciona. Mas, se é para dar minha opinião, aí vai: o minhocão londrino é mais limpo...
Os operadores do metrô também são mais radicais, não diminuem nas curvas e parece que o descarrilamento está a um suspiro de você - muita gente nem respira nesses momentos que é, imagino, pra não levar a culpa. Mas não nós. Acostumadas com os intrépidos dos asfaltos brasileiros e suas performances em ônibus, táxis e na entrega da pizza, mais achávamos graça das manobras, até que a Paulixta decifra o problema: o tio não consegue estacionar! Ele tá com problema de baliza!
Por sinal, ela foi de metrô a contra-gosto. Desde a aventura em Paris que ela fala que esse povo da Europa é tudo tatu, porque entre a entrada das estações e o ponto de pegar o trem em si, a gente anda uma média de 15 minutos.
Chegamos ao London Eye, pra quem não sabe, uma puta roda-gigante que leva meia hora para dar um giro completo, e na qual é possível ver toda a cidade - se você tiver mínimas condições de visão.
Não era, obviamente, nosso caso.
Estava eu tentando usar o zoom da câmera para me ajudar a reconhecer os pontos, quando minha Paulixta me pergunta, mostrando mais uma vez como ela esta acima dessas ostentações pequeno-burguesas:
- Vai tirar outra foto desse reloginho?
- Na verdade, eu estou procurando o palácio de Buckingham...
- Ah, deve ser aquela casinha ali no meio do mato...
Ela realmente não se deixa impressionar facilmente.

Jaqueline Costa
Se recusa a comentar a troca da guarda, pois foi ao som de Copacabana

Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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