Pé na Jac
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Noronhar É Preciso
O Diário Escrito Direto do Paraíso
Creio que não exista nenhum brasileiro fã de praia que não tenha vontade de um dia ir a Fernando de Noronha.
E eu sou do contra mas nem tanto!
A Paulixta, fiel companheira de desventuras, muito menos.
Há milhares de dicas de viagens e guias a dar com pau-brasil sobre a Ilha, as belezas e tudo o mais.
Este não é um deles. Não se preocupem, as páginas do Diário estão aqui agora e sempre para contar as minhas derrotas e as que eu presenciei.
Aterrissamos em Noronha e o guia local responsável por nosso traslado até o hotel logo nos encontrou. Já no ônibus a caminho da agência de turismos ele se apresenta:
- Bom dia gente, eu sou o Branco. Nem tão branco assim. Mas é que na verdade é mais fácil me chamar de Branco que por meu nome verdadeiro.... meu nome é ERIVALTER...
Risos, claro. E ele emenda:
- Olha, mas não é tão ruim não. Pior meu irmâo GÊMEO, que se chama ERIVOSVALTER! Minha mãe é muito criativa... ainda bem que eu nasci primeiro!
Ou seja, em menos de 5 minutos de Ilha percebemos que todo noronhense é guia turístico e faz também stand-up comedy.
A ilha de Noronha é única não apenas em suas belezas, como iríamos descobrir, mas também por sua história e todas as lendas criadas localmente. Começando pelo descobrimento da ilha, que se deu completamente por acaso: um dos barcos da expedição de Américo Vespúcio de 1503, patrocinada por – oooooohhhhh – Fernão de Noronha, naufragou ao bater contra pedras durante a noite. Toca de “homem ao mar! Homem ao mar!”, desce bote pra recolher, puxa daqui, ajuda dali, aquele vuco-vuco a noite toda – que só pela manhã, com a luz do dia, é que eles perceberam que havia um arquipélago ali!
Pausa para Avaliar a História:
Cristóvão Colombo queria ir pras Índias, veio parar nas Américas, e só muito depois se deu conta de que ainda estava a meio-caminho do seu destino.
Américo Vespúcio, grande navegador, deixou um dos navios da sua esquadra naufragar porque não enxergou um mega-arquipélago na frente deles.
Não impressiona que a Ibéria não tenha se mantido no poder por muito tempo...
A descrição da Ilha foi escrita de dentro do barco, exaltando a beleza do arquipélago e grande abundância de água doce e comida. Quando finalmente desceram e viram que beleza sobrava, mas comida e água nem sinal, deram a ilha de "presente" para o patrocinador. Que nunca pisaria lá e se poupou de ficar muito puto com a história toda.
Retornemos a nossa programação normal.
Malas largadas no hotel, partimos para o primeiro passeio e reconhecimento da Ilha. Não houve tempo para comer, catamos o pacote de batatas fritas e uma coca-cola do frigobar do quarto, e seguimos para o porto onde embarcaríamos na Navi, uma embarcação de fundo de vidro que é parte de um projeto de preservação da flora e fauna marítimas da ilha.
O começo até tava legalzinho, peixinhos, arraias... mas aquele negócio de parar no meio do mar, barquinho balançando, cabeça baixa olhando para o fundo da Navi, a batata frita... não demorou para que nossos estômagos fizessem uma encenação da Revolta de Canudos, e fomos para o fundo do barco para tomar um ar fresco.
Quando digo “fomos”, me refiro à Paulixta, eu, um calango mais e o repórter da TV local que havia ido fazer uma matéria sobre o projeto.
Meu estômago conseguiu conter a revolta que se aviltava, mas o mesmo não se pode dizer do calango ao meu lado, que sucumbiu à revolta de Guararapes interna que enfrentava.
Ao ver o pobre rapaz interagindo com a Natureza, a Paulixta, sempre solícita, resolveu também alimentar os peixinhos, no que foi acompanhada pelo reporter. Uma festa!
Que foi coroada quando, ao descer da embarcação, o reporter, já refeito e todo serelepe, faz seu discurso introdutório e sai para entrevistar... a Paulixta!
Pena que eu não gravei isso...
À noite fomos para o auditório do Projeto Tamar, onde diariamente ocorrem palestras das mais diversas sobre o arquipélago. Aquela noite era sobre a parte humano-geográfica, tratando um pouco da história, das características do arquipélago e da população, os projetos de preservação, aspectos sociais e eco-turismo.
A palestrante, uma (outra) paulixta que um dia se apaixonou pela Ilha e por um de seus moradores, deixando de lado a vida da selva de pedra pela tranquilidade noronhense, frisava bem o fato de Noronha ser um ecossistema fechado e portanto qualquer alteração do homem gera um impacto muito grande. Portanto, “nada de interagir com animais, não tocar, não alimentar...”
Opa, Paulixta! Tarde demais...
Curiosidades da Ilha
Depois da palestra seguimos para o que seria a ‘boa da night’: pizzaria com música ao vivo. As indicações eram simples e precisas: do lado da igreja, não tem como errar.
Peraí, do lado da Igreja?
Sim. E a banda só começa a tocar depois que o padre termina a missa. Pra não atrapalhar a celebração e também para dar ao pároco a chance de assistir ao show.
O dia seguinte foi o Ilha-Tour. Um passeio que se inicia por volta das sete da manhã e passa pelas praias mais conhecidas da Ilha, inclusive a Praia do Sancho, eleita 3 anos seguidos a mais bela do Brasil. Merecidamente.
Não é de se estranhar que o mirante que há próximo a esta praia se chama “Mirante do Ai que Lindo!”
Também se compreende porque a Noivinha ou Viuvinha, uma ave local, escolheu uma única árvore ali para se acocorar: com tanta paisagem bonita nos prendendo a atenção, só mesmo o medo de ser bombardeado por aquela artilharia anal para fazer alguém olhar pra cima.
E eis que ali estávamos no Ai Que Lindo quando alguém diz: “olha uma tartaruga lá!”
O lá era no mar que apreciávamos zentos metros abaixo de nós. E pra ver uma tartaruga daquela distância e com a hipermetropia que Deus me deu, só se fosse do tamanho de um T-Rex!
Do Sancho partimos pra Baía do Sueste, com mergulho apnéia e a certeza de ver tartarugas e peixes coloridos. E, com um pouco de sorte, até tubarões.
Bem, tenho a dizer-lhes que SIM, tubarões apareceram – mas eu fui a ÚNICA que conseguiu vê-los, passando sob mim, pertinho!
O momento foi tão emocionante que eu esqueci que estava na água e sozinha, e comecei a gritar "caraaaaaaaaca, não acredito! Um tubarão! Um tubarão!"
O que, com snorkel, soou como “crrrrrrrrrrrroooccccc! Numcrditu! Tufuroum! Tufuroum!”.
Sem contar que respirei pelo nariz. Água salgada entrando nas fossas nasais, uma diliça!
De lá fizemos uma pausa para almoço. E quando o resto da galera descobriu que eu havia sido a única que havia visto – e FOTOGRAFADO – tubarões, começou aquela história de pedir cópias das fotos.
A Paulixta, vinda do estado que impulsiona o país, da capital econômica do Brasil, nem pestanejou e já colocou preço: uma foto = duas cervejas.
E o dia ainda estava na metade...
Aguardem as Cenas dos Próximos Capítulos:
Jaqueline Costa
Não é Tão Cega de Não Enxergar uma Ilha
Creio que não exista nenhum brasileiro fã de praia que não tenha vontade de um dia ir a Fernando de Noronha.
E eu sou do contra mas nem tanto!
A Paulixta, fiel companheira de desventuras, muito menos.
Há milhares de dicas de viagens e guias a dar com pau-brasil sobre a Ilha, as belezas e tudo o mais.
Este não é um deles. Não se preocupem, as páginas do Diário estão aqui agora e sempre para contar as minhas derrotas e as que eu presenciei.
Aterrissamos em Noronha e o guia local responsável por nosso traslado até o hotel logo nos encontrou. Já no ônibus a caminho da agência de turismos ele se apresenta:
- Bom dia gente, eu sou o Branco. Nem tão branco assim. Mas é que na verdade é mais fácil me chamar de Branco que por meu nome verdadeiro.... meu nome é ERIVALTER...
Risos, claro. E ele emenda:
- Olha, mas não é tão ruim não. Pior meu irmâo GÊMEO, que se chama ERIVOSVALTER! Minha mãe é muito criativa... ainda bem que eu nasci primeiro!
Ou seja, em menos de 5 minutos de Ilha percebemos que todo noronhense é guia turístico e faz também stand-up comedy.
A ilha de Noronha é única não apenas em suas belezas, como iríamos descobrir, mas também por sua história e todas as lendas criadas localmente. Começando pelo descobrimento da ilha, que se deu completamente por acaso: um dos barcos da expedição de Américo Vespúcio de 1503, patrocinada por – oooooohhhhh – Fernão de Noronha, naufragou ao bater contra pedras durante a noite. Toca de “homem ao mar! Homem ao mar!”, desce bote pra recolher, puxa daqui, ajuda dali, aquele vuco-vuco a noite toda – que só pela manhã, com a luz do dia, é que eles perceberam que havia um arquipélago ali!
Pausa para Avaliar a História:
Cristóvão Colombo queria ir pras Índias, veio parar nas Américas, e só muito depois se deu conta de que ainda estava a meio-caminho do seu destino.
Américo Vespúcio, grande navegador, deixou um dos navios da sua esquadra naufragar porque não enxergou um mega-arquipélago na frente deles.
Não impressiona que a Ibéria não tenha se mantido no poder por muito tempo...
A descrição da Ilha foi escrita de dentro do barco, exaltando a beleza do arquipélago e grande abundância de água doce e comida. Quando finalmente desceram e viram que beleza sobrava, mas comida e água nem sinal, deram a ilha de "presente" para o patrocinador. Que nunca pisaria lá e se poupou de ficar muito puto com a história toda.
Retornemos a nossa programação normal.
Malas largadas no hotel, partimos para o primeiro passeio e reconhecimento da Ilha. Não houve tempo para comer, catamos o pacote de batatas fritas e uma coca-cola do frigobar do quarto, e seguimos para o porto onde embarcaríamos na Navi, uma embarcação de fundo de vidro que é parte de um projeto de preservação da flora e fauna marítimas da ilha.
O começo até tava legalzinho, peixinhos, arraias... mas aquele negócio de parar no meio do mar, barquinho balançando, cabeça baixa olhando para o fundo da Navi, a batata frita... não demorou para que nossos estômagos fizessem uma encenação da Revolta de Canudos, e fomos para o fundo do barco para tomar um ar fresco.
Quando digo “fomos”, me refiro à Paulixta, eu, um calango mais e o repórter da TV local que havia ido fazer uma matéria sobre o projeto.
Meu estômago conseguiu conter a revolta que se aviltava, mas o mesmo não se pode dizer do calango ao meu lado, que sucumbiu à revolta de Guararapes interna que enfrentava.
Ao ver o pobre rapaz interagindo com a Natureza, a Paulixta, sempre solícita, resolveu também alimentar os peixinhos, no que foi acompanhada pelo reporter. Uma festa!
Que foi coroada quando, ao descer da embarcação, o reporter, já refeito e todo serelepe, faz seu discurso introdutório e sai para entrevistar... a Paulixta!
Pena que eu não gravei isso...
À noite fomos para o auditório do Projeto Tamar, onde diariamente ocorrem palestras das mais diversas sobre o arquipélago. Aquela noite era sobre a parte humano-geográfica, tratando um pouco da história, das características do arquipélago e da população, os projetos de preservação, aspectos sociais e eco-turismo.
A palestrante, uma (outra) paulixta que um dia se apaixonou pela Ilha e por um de seus moradores, deixando de lado a vida da selva de pedra pela tranquilidade noronhense, frisava bem o fato de Noronha ser um ecossistema fechado e portanto qualquer alteração do homem gera um impacto muito grande. Portanto, “nada de interagir com animais, não tocar, não alimentar...”
Opa, Paulixta! Tarde demais...
Curiosidades da Ilha
Em Noronha já não nascem mais crianças. Não, não se trata de controle populacional ou uma alteração genética que esterilizou toda a população. O que ocorre é que, se antigamente as mães tinham ajuda de parteiras na hora de dar à luz, hoje tudo é feito em hospitais. A Ilha conta apenas com um hospital, que exatamente para minimizar a invasão à natureza que já fazemos, conta apenas com o mínimo para atender a população. Não há, portanto, uma maternidade e unidade neo-natal.
O governo de Pernambuco é então responsável por prover transporte (sim, avião) para as futuras mamães se deslocarem até Recife e serem atendidas nos hospitais públicos da cidade. Porém as crianças, mesmo não nascendo na Ilha, recebem sua ‘carteira de morador’, sem a qual não se pode morar no local.
P.: Quem nasce em Noronha é?
R.: Sortudo
Depois da palestra seguimos para o que seria a ‘boa da night’: pizzaria com música ao vivo. As indicações eram simples e precisas: do lado da igreja, não tem como errar.
Peraí, do lado da Igreja?
Sim. E a banda só começa a tocar depois que o padre termina a missa. Pra não atrapalhar a celebração e também para dar ao pároco a chance de assistir ao show.
O dia seguinte foi o Ilha-Tour. Um passeio que se inicia por volta das sete da manhã e passa pelas praias mais conhecidas da Ilha, inclusive a Praia do Sancho, eleita 3 anos seguidos a mais bela do Brasil. Merecidamente.
Não é de se estranhar que o mirante que há próximo a esta praia se chama “Mirante do Ai que Lindo!”
Também se compreende porque a Noivinha ou Viuvinha, uma ave local, escolheu uma única árvore ali para se acocorar: com tanta paisagem bonita nos prendendo a atenção, só mesmo o medo de ser bombardeado por aquela artilharia anal para fazer alguém olhar pra cima.
E eis que ali estávamos no Ai Que Lindo quando alguém diz: “olha uma tartaruga lá!”
O lá era no mar que apreciávamos zentos metros abaixo de nós. E pra ver uma tartaruga daquela distância e com a hipermetropia que Deus me deu, só se fosse do tamanho de um T-Rex!
Do Sancho partimos pra Baía do Sueste, com mergulho apnéia e a certeza de ver tartarugas e peixes coloridos. E, com um pouco de sorte, até tubarões.
Bem, tenho a dizer-lhes que SIM, tubarões apareceram – mas eu fui a ÚNICA que conseguiu vê-los, passando sob mim, pertinho!
O momento foi tão emocionante que eu esqueci que estava na água e sozinha, e comecei a gritar "caraaaaaaaaca, não acredito! Um tubarão! Um tubarão!"
O que, com snorkel, soou como “crrrrrrrrrrrroooccccc! Numcrditu! Tufuroum! Tufuroum!”.
Sem contar que respirei pelo nariz. Água salgada entrando nas fossas nasais, uma diliça!
De lá fizemos uma pausa para almoço. E quando o resto da galera descobriu que eu havia sido a única que havia visto – e FOTOGRAFADO – tubarões, começou aquela história de pedir cópias das fotos.
A Paulixta, vinda do estado que impulsiona o país, da capital econômica do Brasil, nem pestanejou e já colocou preço: uma foto = duas cervejas.
E o dia ainda estava na metade...
Aguardem as Cenas dos Próximos Capítulos:
A intriga semeada pela Paulixta entre locais e ‘estrangeiros’
Conheça a lenda do buraco da Raquel
E emocione-se com a história de amor e ódio entre o snorkel e eu
Jaqueline Costa
Não é Tão Cega de Não Enxergar uma Ilha
domingo, 15 de maio de 2011
Ombreiras
segunda-feira, 9 de maio de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
Sr. Bolsonaro
Creio que pelo título, todos os seis gatos pingados que lêem este blog já sabem do que estou falando.
Bem, três deputados tiveram a iniciativa de fazer uma representação contra Bolsonaro. Para tanto, além das assinaturas de outros deputados, eles irão incluir todos os emails quem forem enviados à câmara sinalizando sua revolta/descontentamento/insatisfação contra este senhor.
O endereço para envio é cdh@camara.gov.br
Abaixo, segue o email que enviei.
============================================================================
Lamentável o episódio envolvendo o Sr. Bolsonaro e o programa de tv CQC.
Lamentável saber que existam pessoas assim, tão ignorantes sobre o que é ser alguém íntegro, humano, decente. E a despeito de toda sua ignorância, tão senhoras da verdade, tão seguras de seu saber, que se colocam acima do bem e do mal, auto-imputem o poder de decidir o que é moralmente certo, quem é socialmente aceitável.
Que raça é melhor.
Lamentável que pessoas assim tenham sido eleitas, sejam legítimos representantes do povo.
Um povo a quem desprezam, em quem escarram.
Por quanto tempo este senhor terá esse 'direito' de vir a público defender a violência contra pessoas, contra dignos cidadãos do país que representa, apenas porque estes mantêm relacionamentos afetivos com outros de mesmo sexo? Quantos mandatos mais terá este senhor para ofender mulheres, para arrotar sua suposta superioridade sobre os negros? Quantas vezes mais deixaremos este senhor vomitar sobre nós sua ideologia fascista? Quanto mais mancharemos a cultura lindamente diversificada de nosso país permitindo que este senhor de valores tão doentiamente invertidos se vanglorie de ser um representante de nosso povo? Quanto tempo mais ficaremos calados enquanto ele vocifera suas palavras de ódio e preconceito?
É lamentável, extremamente lamentável
Senhor Bolsonaro, é extremamente lamentável ver que o senhor tem razão.
Nós não somos iguais, não pertencemos a um mesmo grupo.
Senhor Bolsonaro, nós não somos da mesma raça sequer.
Eu, senhor Bolsonaro, sou da raça HUMANA.
Bem, três deputados tiveram a iniciativa de fazer uma representação contra Bolsonaro. Para tanto, além das assinaturas de outros deputados, eles irão incluir todos os emails quem forem enviados à câmara sinalizando sua revolta/descontentamento/insatisfação contra este senhor.
O endereço para envio é cdh@camara.gov.br
Abaixo, segue o email que enviei.
============================================================================
Lamentável o episódio envolvendo o Sr. Bolsonaro e o programa de tv CQC.
Lamentável saber que existam pessoas assim, tão ignorantes sobre o que é ser alguém íntegro, humano, decente. E a despeito de toda sua ignorância, tão senhoras da verdade, tão seguras de seu saber, que se colocam acima do bem e do mal, auto-imputem o poder de decidir o que é moralmente certo, quem é socialmente aceitável.
Que raça é melhor.
Lamentável que pessoas assim tenham sido eleitas, sejam legítimos representantes do povo.
Um povo a quem desprezam, em quem escarram.
Por quanto tempo este senhor terá esse 'direito' de vir a público defender a violência contra pessoas, contra dignos cidadãos do país que representa, apenas porque estes mantêm relacionamentos afetivos com outros de mesmo sexo? Quantos mandatos mais terá este senhor para ofender mulheres, para arrotar sua suposta superioridade sobre os negros? Quantas vezes mais deixaremos este senhor vomitar sobre nós sua ideologia fascista? Quanto mais mancharemos a cultura lindamente diversificada de nosso país permitindo que este senhor de valores tão doentiamente invertidos se vanglorie de ser um representante de nosso povo? Quanto tempo mais ficaremos calados enquanto ele vocifera suas palavras de ódio e preconceito?
É lamentável, extremamente lamentável
Senhor Bolsonaro, é extremamente lamentável ver que o senhor tem razão.
Nós não somos iguais, não pertencemos a um mesmo grupo.
Senhor Bolsonaro, nós não somos da mesma raça sequer.
Eu, senhor Bolsonaro, sou da raça HUMANA.
terça-feira, 15 de março de 2011
LEITURA OBRIGATÓRIA
Música de Hoje
No good with faces
And I'm bad with names
Gave me directions
But it's all the same
I'm lost
I'm too tired to try
Street lamps are broken
Black the way I came
Who broke the moonlight
Watch it wax and wane
I'm lost
I'm too tired to try
Let's not get ahead of ourselves now
There's no need for rain
Its our own parade
Let's not be afraid of our reflections
Its not only you
You're looking at now
Road signs were stolen
Left here holding this flame
Who stole my patience
Who stole my way
I'm lost
I'm too tired to try
Let's not get ahead of ourselves now
There's no need for rain
Its our own parade
Let's not be afraid of our reflections
Its not only you
You're looking at now
Let's not get ahead of ourselves now
There's no need for rain
Its our own parade
Let's not be afraid of our reflections
Its not only you
You're looking at now
Who you looking at now
Who you looking at now
No good with faces
And I'm bad with names
Gave me directions
But it's all the same
I'm lost
I'm too tired to try
sábado, 12 de março de 2011
Das bobeiras que já fiz na vida....
Certa vez vi uma mega-faixa num prédio que finalizava a construção:
VENDE-SE COBERTURA
Anotei o telefone. Liguei e perguntei se era de chocolate
VENDE-SE COBERTURA
Anotei o telefone. Liguei e perguntei se era de chocolate
sexta-feira, 11 de março de 2011
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei e bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada...
======
Sou daquela época em que o povo ainda estudava Literatura. Lia livros, decorava poesias - e, mais que isso, estudava o contexto em que as obras foram escritas.
Era uma boa época, em que Manuel Bandeira não era um nome estranho aos ouvidos de ninguém (hoje o povo nem sabe quem foi Napoleão... enfim).
Manuel Bandeira tinha tuberculose, e isso lhe tolhia de muitas coisas. E não podendo se arriscar em atividades tão corriqueiras para seus amigos, ele se tornou um observador da vida.
Uma vida que ele desejava, mas que só vivia em seus sonhos.
Seus sonhos, sua Pasárgada.
Lá onde tudo é possível.
Realidades alternativas. Versões melhores dos próprios dias.... quem não tem, levante a mão!
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei e bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada...
======
Sou daquela época em que o povo ainda estudava Literatura. Lia livros, decorava poesias - e, mais que isso, estudava o contexto em que as obras foram escritas.
Era uma boa época, em que Manuel Bandeira não era um nome estranho aos ouvidos de ninguém (hoje o povo nem sabe quem foi Napoleão... enfim).
Manuel Bandeira tinha tuberculose, e isso lhe tolhia de muitas coisas. E não podendo se arriscar em atividades tão corriqueiras para seus amigos, ele se tornou um observador da vida.
Uma vida que ele desejava, mas que só vivia em seus sonhos.
Seus sonhos, sua Pasárgada.
Lá onde tudo é possível.
Realidades alternativas. Versões melhores dos próprios dias.... quem não tem, levante a mão!
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
2011 – ANO NOVO, TUDO NOVO
Que No Próximo Ano Ninguém Mais Pergunte É Pavê ou Pacumê
2010 tá igual zero-2, pedindo pra sair. E 2011 tá logo ali, todo pimpão, querendo aparecer mais que ex-BBB no camarote da Globo.
Bom, como boa brasileira, o último dia do ano vem pra mim cheio de esperanças, resoluções para uma vida melhor, promessas de parar de beber...
Opa. Peraí, não.... promessa de parar de beber eu farei amanhã, durante a ressaca.
Enfim. Como toda boa brasileira, eu sei que o segredo para um bom ano não está em esforço pessoal, trabalho, dedicação, bons amigos, família por perto..... pra ter um ano porreta eu tenho é que fazer muita simpatia!
Então, já estou aqui com a lentilha cozida, as doze uvas separadas, meia noite vou lá pular sete ondinhas e ainda bem que não conheço nenhuma receita de simpatia de ano novo que leve arruda, porque eu não faço idéia de como se fala arruda em francês.
Uma parte muito importante do ano que se aproxima será definida logo depois do banho, quando nós inocentemente vestimos a roupa de baixo que estará ali grudadinha na pele à meia-noite (não tão grudada para os adeptos das calçolas e das cuecas samba-canção). A cor da roupa de baixo aparentemente realiza incríveis manobras cosmo-mediúnicas e se você escolher a cor errada, suas chances de ter um bom ano vão por cidra cereser abaixo.
Se você está na dúvida quanto à cor, uma opção é partir para o um por todos, todos por um, e vestir uma calcinha/cueca que tenha todo o espectro do arco-íris estampado.
Mas se você não quiser correr o risco de ver sua lógica opção de garantir boas energias para 2011 ser confundida com uma repentina decisão de deixar o armário, uma saída pode ser apelar para o orixá que governará o ano. Segundo os especialistas em umbanda, candomblé, babalorixás, oloxum, olodum, timbalada e é o tchan, o ano que se inicia será de Oxum, a rainha das águas doces.
Muita gente está se animando com este 2011 de Oxum, já que 2010 foi meio Shimbalayê. E a Bahia, de todos os santos, todos os orixás e todos as micaretas, já está preparada para receber o ano da melhor maneira, homenageando o orixá da sedução. De acordo com os estudiosos, a melhor maneira de entrar o ano é usando uma calcinha amarela, e roupas brancas com detalhes dourados.
Bom, eu não estou na Bahia. Estou na África. Não tenho calcinha amarela e me recuso a comprar uma calcinha africana porque dá azar. Se não der azar, dá cheiro. O que é praticamente a mesma coisa. O mais próximo que eu tenho é calcinha bege, mas um vidente me disse que calcinha bege embaranga sua aura e isso traz pra você um ano sem sexo - pra se fuder, só no trabalho!
Pensei em usar uma calcinha vermelha. Paixão, né? Sempre é bom. Ou de repente rosa, Amor. Ou branco, de paz... mas aí descobri que essas cores todas já tem seus respectivos donos, entre os orixás. E se eu ofendo Oxum por ter preterido sua cor em prol de outro?
Procurei uma cor que não pertencesse a nenhum dos santos. Uma cor neutra.
Adivinhem? Bege.
Resumindo: vou passar sem calcinha pra não correr risco de deixar ninguém zangado.
Mas o que importa é o que interessa. E o que interessa é que eu lhes desejo um... FELIZ ANO NOVO! ! !
Jaqueline Costa
Espera que em 2011 a gente tome mais cerveja e menos no cu
2010 tá igual zero-2, pedindo pra sair. E 2011 tá logo ali, todo pimpão, querendo aparecer mais que ex-BBB no camarote da Globo.
Bom, como boa brasileira, o último dia do ano vem pra mim cheio de esperanças, resoluções para uma vida melhor, promessas de parar de beber...
Opa. Peraí, não.... promessa de parar de beber eu farei amanhã, durante a ressaca.
Enfim. Como toda boa brasileira, eu sei que o segredo para um bom ano não está em esforço pessoal, trabalho, dedicação, bons amigos, família por perto..... pra ter um ano porreta eu tenho é que fazer muita simpatia!
Então, já estou aqui com a lentilha cozida, as doze uvas separadas, meia noite vou lá pular sete ondinhas e ainda bem que não conheço nenhuma receita de simpatia de ano novo que leve arruda, porque eu não faço idéia de como se fala arruda em francês.
Uma parte muito importante do ano que se aproxima será definida logo depois do banho, quando nós inocentemente vestimos a roupa de baixo que estará ali grudadinha na pele à meia-noite (não tão grudada para os adeptos das calçolas e das cuecas samba-canção). A cor da roupa de baixo aparentemente realiza incríveis manobras cosmo-mediúnicas e se você escolher a cor errada, suas chances de ter um bom ano vão por cidra cereser abaixo.
Se você está na dúvida quanto à cor, uma opção é partir para o um por todos, todos por um, e vestir uma calcinha/cueca que tenha todo o espectro do arco-íris estampado.
Mas se você não quiser correr o risco de ver sua lógica opção de garantir boas energias para 2011 ser confundida com uma repentina decisão de deixar o armário, uma saída pode ser apelar para o orixá que governará o ano. Segundo os especialistas em umbanda, candomblé, babalorixás, oloxum, olodum, timbalada e é o tchan, o ano que se inicia será de Oxum, a rainha das águas doces.
Muita gente está se animando com este 2011 de Oxum, já que 2010 foi meio Shimbalayê. E a Bahia, de todos os santos, todos os orixás e todos as micaretas, já está preparada para receber o ano da melhor maneira, homenageando o orixá da sedução. De acordo com os estudiosos, a melhor maneira de entrar o ano é usando uma calcinha amarela, e roupas brancas com detalhes dourados.
Bom, eu não estou na Bahia. Estou na África. Não tenho calcinha amarela e me recuso a comprar uma calcinha africana porque dá azar. Se não der azar, dá cheiro. O que é praticamente a mesma coisa. O mais próximo que eu tenho é calcinha bege, mas um vidente me disse que calcinha bege embaranga sua aura e isso traz pra você um ano sem sexo - pra se fuder, só no trabalho!
Pensei em usar uma calcinha vermelha. Paixão, né? Sempre é bom. Ou de repente rosa, Amor. Ou branco, de paz... mas aí descobri que essas cores todas já tem seus respectivos donos, entre os orixás. E se eu ofendo Oxum por ter preterido sua cor em prol de outro?
Procurei uma cor que não pertencesse a nenhum dos santos. Uma cor neutra.
Adivinhem? Bege.
Resumindo: vou passar sem calcinha pra não correr risco de deixar ninguém zangado.
Mas o que importa é o que interessa. E o que interessa é que eu lhes desejo um... FELIZ ANO NOVO! ! !
Jaqueline Costa
Espera que em 2011 a gente tome mais cerveja e menos no cu
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Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita
"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!