terça-feira, 23 de novembro de 2010

Axé pra Todo Mundo

Diário em Velocidade Bahiana

Afinal, quem nasce na Bahia é baiano ou é bahiano?
Enfim... deixo a dúvida gentílica com vocês.

Os dias transcorriam com a calma bahiana (baiana?) tradicional, visse painho? E foi num desses preguiçosos dias que, entre uma cerveja e um mergulho, vemos três pessoas escolherem uma mesa perto de nossas espreguiçadeiras, tomarem assento e chamarem o garçom. Mais um grupo familiar, nada a acrescentar, não fosse a recomendação da senhora entre eles para o garçom, logo após eles pedirem a esperada cerveja:
- Meu filho, eu quero que você traga uma cerveja assim canela de pedreiro!!!
A curiosidade foi maior que o fato descartável de não fazermos idéia de quem eram... olhei pra dona e falei:
- Eu gostaria muitíssimo de entender o que é uma cerveja canela de pedreiro...
Ela riu alto. E entre a explicação (é aquela que a garrafa está BRANCA de tão gelada. Tal como a canela do pedreiro, branca de tanto cimento...) e as apresentações, começou uma grande amizade entre os grupos. Passamos o resto da manhã e início da tarde ali tomando cerveja, e combinamos de nos encontrar no jantar.
Combinado e cumprido. Nos encontramos para mais uma rodada de gargalhadas regadas a cerveja. O jantar terminou mas a vontade de rir não, então seguimos para o bar ao lado. Que fechou, mas havia outro. E entramos. E fechamos.
E assim fizemos todo o caminho de volta à pousada, apagando uma a uma as luzes dos barzinhos. Já era hora de ir dormir. Mas eis que ao lado da pousada em que a Paulixta e eu relaxávamos nossos corpitchos havia um restaurante. Que já estava fechado, e cuja dona e seus amigos tomavam juntos uma última cerveja na varada.
Para azar da dona, Julia, a filósofa que nos ensinou a sabedoria da cerveja canela-de-pedreiro, havia já almoçado ali e lembrava seu nome. Sem a menor cerimônia ou bom-senso, perguntou da rua:
- JOELMA, MINHA FILHA, EU QUERO UM CALDINHO! TEM UM CALDINHO, TEM?
Joelma também já havia substituído o bom-senso pelo teor alcoólico, e disse:
- TEM SIM. SUBA.
Foi a deixa para todos subirem. E a portas fechadas, terminar com o que ainda havia de cerveja no freezer de Joelma. E renovar as gargalhadas.
Como nossa missão havia terminado (e as cervejas), seguimos para a pousada e combinamos o jantar na noite seguinte. Que seguiu basicamente o mesmo ritual, porém para o outro lado da ilha. Na volta, parando novamente em cada bar para uma última cerveja, Misael, marido de Júlia, com sua calma e tranquilidade características e impressionantes, falava a cada parada:
- Julia, minha filha, vamos embora... são duas da manhã...
- Julia, minha filha.... são duas e meia....
E assim caminhávamos. E já estávamos perto da pousada e do restaurante de Joelma quando Julia resolveu que queria tirar uma foto de Misael em frente à pousada:
- Misael, meu filho, páre aqui!
Misael continuou caminhando.
- Misael., NÃO ESTRAGUE MINHA FOTO!
Nisso, Misael se virou. Voltou para nós e com o dedo em riste começou a falar:
- Eu vou explicar uma vez só...
Pronto, imaginamos Paulixta e eu, ele agora vai dizer ‘tô indo dormir, quem quiser que fique aqui, essa palhaçada já deu!’. Mas em lugar de um esporro, ouvimos do calmo e tranquilo Misael o seguinte:
- ...eu vou contar até 3, assim: 1, 2, 3... e vocês vão cantar “JO-EL-MA! CADÊ VOCÊ? EU VIM AQUI SÓ PRA TE VER!’
Nunca confiem nos quietinhos....


Novidade no Diário
É tanta gente me pedindo informação dos passeios que já fiz, que resolvi acrescentar em minhas páginas uma sessão de dicas, bizus, informações e afins.
Afins dumas cervejas.

Dicas
Para chegar à ilha há dois métodos básicos, de avião ou de catamarã. As duas empresas aéreas que teco-tequeiam até lá são a Addey e a Aerostar. Vocês podem consultar datas, preços e reservar online para qualquer das empresas em http://www.morrodesaopaulobrasil.com.br/portugues/aereo.htm.

Para quem não quer se arriscar numa van de asas, então o negócio é ir de tud-tud-tud. Os catamarãs para Morro Terminal Marítimo do Mercado Modelo de Salvador, e enfrentar duas horas de travessia, ou ir para Valença e pegar a lancha, em torno de 30 minutos. Claro que pra chegar ATÉ VALENÇA vai ser chão...

Já em Morro, a grande, mega dica é mesmo se estirar numa das espreguiçadeiras da primeira praia, curtir o sol, o mar, a cerveja gelada e os atendentes das barraquinhas, que além de figuraças também oferecem um serviço ímpar: se você estiver com muita falta de coragem (porque preguiça é uma coisa muito feia de se sentir) de caminhar até a água para se refrescar, os meninos gentilmente trazem a água do mar até você, usando regadores!

Mas não deixe essa mordomia engessar você. Há também o passeio de barco até a vizinha Boipeba, com paradas para relaxar e até conhecer uma cultura de ostras.

Reserve o dia de céu mais limpo para terminar sua tarde na Toca do Morcego. O visual de lá é definitivamente inenarrável, e um por-do-sol naquele ponto da ilha, seguido da costumeira roda de MPB, vale a subida até lá.

Para as outras noites, há sempre uma ou outra festa rolando na praia – nunca compre seu ingresso com o primeiro vendedor ou nas primeiras horas da praia. Conforme a noite chega, chegam também os abatimentos nos preços. E não esqueça de passar na praça da cidade e tomar um belo copo da Batida do Joe. Além da batida ser deliciosa, Joe e Roberto são duas simpatias!

E é isso. Num futuro próximo compilarei em uma página as dicas das viagens passadas. E daqui pra frente, cada destino novo virá com suas dicas inclusas!

Jaqueline Costa
Não ganhou nada pelo merchan

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Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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