quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Brasileirinhas

Uma Pausa Africana para Um Passeio Brazuca

Novamente eu quebro a linha espaço-tempo das histórias. Desta vez foi de caso pensado – como 22 de Setembro é o Dia Mundial Sem Carro, resolvi que seria o dia ideal para contar de meu passeio a Morro de São Paulo.
Quem me conhece sabe que há um ano eu ativamente participo do “Dia Mundial Sem Carro”, todo dia cotidianamente no meu dia-a-dia diário. Na verdade eu também contribuo para o “Dia Mundial Sem Saco”, o “Dia Mundial Sem Sexo”, e o “Dia Mundial Sem o Brad Pitt Te Chamando de Gostosa”. Mas nada disso vem ao caso. Nem vai a Morro.

A idéia veio da Paulixta – dez dias em Morro de São Paulo. Que é uma sacanagem já começando no nome, porque não é um morro, é uma ilha, e fica na Bahia. Mas os pontos importantes estão todos lá – as praias lindas e as brejas geladas.
Para chegar a Morro partindo de Salvador há duas opções: de barquinho tud-tud-tud, ou de monoplano. Com o estômago sensível da Paulixta e a ansiedade cavalar desta figura que lhes escreve, teco-tecar até a ilha foi a escolha. Assim, após algo próximo de uma hora de vôo num modelo da Lego, aterrissamos em Morro de São Paulo, e imediatamente um táxi de acercou de nós oferecendo seus serviços.
Como um táxi entrou numa pista de pouso, vocês se perguntam. Bem, digamos que os táxis de Morro são especiais, totalmente eco-friendly e também ativistas do “Dia Sem Carro”. Melhor ilustrar o que digo:

Toda a ilha segue essa ‘filosofia’, e há apenas 3 carros motorizados em todo o local. Um é da polícia.
Também não se ouve celular tocando nem se vê pessoas passando apressadas a caminho sabe-se lá de que forca. Se preguiça não fosse considerada um pecado (injustamente a meu ver), eu até diria que ali era o tal do Paraíso.
Nos hospedamos numa das pousadas mais simpáticas que já estive. E com uma vista para o mar que era um desbunde.
Claro que estando numa ilha que deve caber em um bairro pequeno do Rio, difícil seria não ter uma vista para o mar. Mas acreditem, essa era realmente linda.
Já no primeiro dia, a Paulixta me vem com a Missão Impossível da viagem: encontrar manteiga de garrafa. Por alguma razão troncha ela achou que procurar ingredientes dum prato nortista numa ilha bahiana seria uma coisa muito divertida. Mas enfim, descarregamos nossas malas, vestimos a indumentária apropriada para nossa difícil tarefa – leia biquinis – e partimos para a praia.
Foram dias muito difíceis, devo dizer. Iniciávamos à base de água de côco, para hidratar e fingir que éramos saudáveis. Então estiradas nas espreguiçadeiras começávamos nosso duelo particular de tom de bronzeado. Isso até que uma esquecesse a proposta saudável e pedisse uma cerveja.
Entre uma cerveja e outra, a pesquisa sobre onde comprar manteiga de garrafa seguia. Em toda a ilha ninguém soube dizer onde poderíamos encontrar a tal manteiga. Mas ainda havia esperanças, afinal faríamos um passeio de barco visitando outras ilhas próximas, quem sabe numa delas não houvesse essa tal manteiga amiga número um das nossas artérias?
O passeio seguia pelas ilhas de Tinharé e Boipeba, visitando fazendas aquáticas de ostras, aquários naturais, atravessando o rio que separa as ilhas e fazendo uma pequena parada em Cairu, município do arquipélago ao qual é ligada a Vila de Morro de São Paulo. Em Cairu resolvemos dar um incentivo à população local, contratando um pequeno guia para contar a história da cidade. Foi o guia mais fajuto que já tive, apenas cinco minutos de conversa e no fim ele ainda jurava de pés juntos que Cairu fazia parte do continente!
E claro, o guia não sabia onde poderíamos comprar manteiga de garrafa.
Ainda estávamos a meio caminho das férias, mas eu já estava quase dando leite pra ver se isso acabava com a busca!

Jaqueline Costa
Foi no Tororó beber água e não achou

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Descontraindo o ambiente bloguino

Os papos de política e afins estavam meio sérios, e o povo achou que alguém tinha roubado meu blog ou, pior, que eu havia sido abduzida por aliens tarados.
Não, galera, eu ainda sou eu e Pé na Jac ainda é meu e o petróleo ainda é nosso.
Pra descontrair, além do texto anterior, algumas foticas...


Animalzinho de estimação que o supervisor em meu último trabalho, no Gabão, tinha em seu escritório


Emprestando o quad do supervisor. Moçambique

Vida de Filha Expatriada

As maioria das pessoas pode apenas imaginar que a vida de expatriados, longe de seu país, seus amigos e sua família, seja difícil. Mas a cruel verdade é que só quem realmente vive essa realidade sabe quão complicado é.
Sobretudo para nós, mulheres.
O relacionamento mãe-filha expatriada é complicado e às vezes tenso. A comunicação nem sempre é clara. Afinal, como é que a gente vai conseguir falar da novela se nem passa aqui?
E não, mãe, eu não ouvi a trovoada que deu essa noite.
Um dos tópicos prediletos das mães, e que também é impossível ser acompanhando por nós, figuras ciganas, são as promoções do supermercado. Diálogos como o que vou escrever aqui são muito comuns entre minha progenitora e eu:
- Oi mãe, tudo bem?
- Tudo, e você?
- Comigo tudo legal. E o pai, como vai?
- Seu pai vai bem. Ontem ele... JAQUE, sabe quanto tá o arroz no ABC?
- Não, mãe, eu não faço idéia de quanto esteja o arroz no ABC...
Nesse momento qualquer tentativa minha de saber sobre meu pai, meus irmãos ou meus cachorros será em vão. Minha mãe acha esses assuntos secundários, enquanto o preço do arroz no ABC é algo de vital importância, capaz de determinar os rumos da história da humanidade.
No mesmo tom de alarme com que me fez a pergunta, ela me informa o valor do arroz. Claro que ela ignora o fato de que eu não moro no Brasil há quase 3 anos, que não recebo em reais, que não faço compras em reais, e pra falar a verdade eu não sou capaz nem de dizer quanto custa o arroz no país que eu moro. Ela diz o preço do arroz no ABC e espera de mim uma reação, mas eu não tenho idéia do que lhe dizer: “nossa mãe, que caro!” ou “nossa, mãe, que barato!” ou “nossa, mãe, que número randômico!”
Como mãe é tudo igual, não seria apenas a minha a me presentear com seus longos monólogos entoando a lista do supermercado. Eu conversava com a Paulixta por msn enquanto ela pacientemente ouvia de sua mãe todas as promoções do mercadinho de Diadema. Claro que eu estou simplificando aqui a situação, apenas falando do preço de um produto em um mercado. Mas nessas conversas as mães nos presenteam também com as variadas marcas, em diferentes mercados, que poderiam gerar infinitas combinações para serem usadas nas aulas de Estatística das faculdades de Engenharia.
Foi quando eu pensei – por que os mercados não fazem algo para ajudar este já complicado relacionamento?
Senhores donos de mercado que têm mães, ajudem a esta pobre criatura a manter um diálogo plausível com sua genitora.
Em lugar de variar os preços nas promoções, variem peso ou volume!
Afinal, moeda muda, câmbio flutua, governo se mete... mas unidade de massa e de volume ficam!
Já imagino como será fácil conversar com minha mãe se os donos de supermercados ouvirem meu singelo pedido...
- Oi mãe, tudo bem?
- Tudo, e você?
- Comigo tudo legal. E o pai, como vai?
- Seu pai vai bem. Ontem ele... JAQUE, sabe qual a promoção do arroz esta semana no ABC? 1.3kg!!!!
- Caraca, mãe! Que barato! Comprou estoque até o Natal, né?
- Claro! Uma promoção assim não se desperdiça! Mas olha o absurdo... o leite baixou 200ml!!!
- Mas mãe, meu pai nem toma leite....

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Sistema Penitenciário Revisto

Gente, é sério, pra que serve o sistema penitenciário no Brasil?
Vamos lá, passo-a-passo. O malandro...
1. Comete o crime
2. É preso
3. Vai a julgamento
4. Recebe a punição
5. Paga sua ‘dívida com a sociedade’
6. Está pronto para ser reintegrado a esta

Mas o que acontece hoje no Brasil entre os números 3 e 6? Em que parte de ser colocado no meio de outros criminosos durante alguns anos, sem ter que trabalhar, sem estudar, sem fazer nada diferente de “dormir-acordar-comer-banho de sol-visitas conjugais”, o sujeito está sendo reintegrado à sociedade? Em que ponto exatamente nosso sistema penitenciário está atuando para que, quando saia, esse sujeito não volte a cometer crimes, ainda piores?

Tem uma boa galera no Brasil a favor da pena de morte. Bem, eu sou contra. E antes que os radicais venham me chamar de ‘defensora dos direitos humanos que não enxerga a realidade’ e venham desejar que algo de ruim aconteça a alguém da minha família para que eu ‘sinta na pele’, ou que os defensores dos direitos humanos queiram me adotar, me deixem explicar....

Bandido não tem medo de morte. Aliás eles são muito mais íntimos da morte que de um professor de geografia ou de concordância em gênero, número e grau.
Qualquer um que resolva ganhar a vida usando uma escopeta sabe que sua vida tem chances muito grandes de ser curta. Não pela atuação da polícia ou da justiça, mas pelas guerras de tráfico, tomadas de comando e coisas do tipo.

Bandido não tem medo de morrer.
Bandido tem é medo de trabalhar.

Então, vai aqui minha proposta para renovar o Sistema Penitenciário do Brasil.

Construir presídios de segurança máxima no Acre, Roraima e Rondônia. Bem ali na linha do Equador. Grandes presídios-fazenda na parte menos habitada do país. Bloquear sinal de celular não será um problema.
Horários pré-estabelecidos para todas as atividades, que serão obedecidos.
Seis da manhã os malandros são levados para o roçado.... e passam o dia arando, plantando e colhendo sua própria comida. Uma parte dessa comida será enviada para a família do detento.
O que for plantado a mais será distribuído gratuitamente às populações carentes da região. E assim também o Governo não precisará mais se “preocupar” em criar programas como bolsa-família e afins.
Os defensores dos direitos humanos estarão livres para ajudar na reintegração destas pessoas à sociedade, oferecendo aulas gratuitas dentro do presídio para que quando saiam possam eles trabalhar em alguma coisa.

Quero ver se a ameaça de passar 6 meses roçando terra sob o calor úmido da nossa Região Norte não vai desencorajar de maneira muito mais efetiva aquele moleque que pensa em roubar seu par de tênis.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sistema Penitenciário - Ame-o ou Deixe-o

No próximo post, uma visita ao sistema penitenciário do Brasil. Visita só em texto mesmo que eu não tô louca de entrar num lugar desses!

Uma Experiência Própria

Devido ao trabalho que tenho, minha visão do mundo é muito mais baseada em prática que em teoria. Já trabalhei com gente de meio mundo, podem nomear aí: brasileiros, argentinos, bolivianos, colombianos, equatorianos, venezuelanos. Filipinos, mexicanos, jamaicanos, americanos, canadenses. Ingleses, franceses, escoceses, portugueses, noruegueses, espanhóis. Nigerianos, sul-africanos, gaboneses, moçambicanos, angolanos, tunisianos, argelinos, sauditas. Chineses, tailandeses, australianos, japoneses, neozelandeses. Até uma mongoliana já conheci.
A lista segue, quem não vai seguir sou eu que afinal o objetivo deste post não é mostrar que eu conheço gentílicos.
Apenas queria dizer que podem criticar minha visão por qualquer coisa, até de ser de uma capitalista barata (o que não é verdade, eu sou uma capitalista carérrima), mas não de ser limitada e fechada a uma realidade puntual.

Atualmente eu vivo na República do Congo. Uma ex-colônia francesa que celebrou este ano, 2010, seus 50 anos de independência.
É definitivamente muito pouco, e eles ainda pensam como colônia. O sentimento de nação na África é algo que ainda não foi desenvolvido. Mas isso será assunto para uma página do Diário, não agora.

Antes do Congo, falando apenas de petróleo, foram quatro anos trabalhando no Brasil (com eventuais operações em outros países da américa latina), e dois anos vivendo e trabalhando no Reino Unido.

Quando então cheguei ao Congo o choque de realidade era inevitável. Porém eu já estava preparada para ver diferenças gritantes no cotidiano, nas horas livres. No trabalho, visto que eu estaria na mesma empresa cujo sistema de avaliação de qualidade de serviço é uma política mundial, e também os procedimentos para cada tipo de trabalho, imaginei que a diferença não seria tão grande. Menos organização, sim, mas nada mais que isso.
Claro que me enganei redondamente, senão vocês nem teriam lido o parágrafo acima.
Além da falta de organização generalizada, no Congo eu me deparei com situações que jamais imaginei ver nesta companhia – ou, pelo menos, se visse seria um caso isolado, não regra geral.
Procedimentos não são seguidos, trabalhos nunca são terminados, funcionários “desaparecem” logo no início do dia para só reaparecerem, tranquilamente, quinze minutos antes de terminar o horário de trabalho. Equipamentos sem manutenção são enviados para trabalho, testes de equipamentos são ignorados ou, pior, falsificados. Incidentes e acidentes são ocultados.
Ninguém nunca é responsabilizado por problemas, por maiores que sejam.

Se você mora em Marte e não tem uma boa recepção de TV, então talvez seja novidade ler que exploração de petróleo é um trabalho arriscado que, se executado de maneira irresponsável e sem planejamento, pode resultar em acidentes catastróficos não apenas para quem está no trabalho, como para toda a sociedade.
Preciso escrever Deepsea Horizon pra que faça sentido o que eu disse acima?
Façam depois pesquisas sobre Piper Alpha e Exxon Valdez, ou, se quiserem exemplos brazucas, plataforma P-36 e plataforma de Enchova.

Para evitar estar em jornais pelos motivos errados, ou numa entrevista com São Pedro antes da hora, respeito a procedimentos e planejamentos é vital. Também é muitas vezes chato, mas não deixa de ser vital. E cada incidente e acidente, por pequeno que seja, deve ser relatado e investigado, para descobrir causas e evitar novos.

O que acontece no Congo, então?
Acontece uma perigosa mistura de preguiça generalizada com gerência conivente. Então se alguém não trabalha, não aparece, não faz o teste como deveria ser feito, não realiza a manutenção de um equipamento... nada lhe passa.
Se isto resultar num incidente ou mesmo um acidente, nada é relatado. Nada é investigado.
E não há nenhuma espécie de punição para isto, nem sequer uma reunião a portas fechadas para discutir o problema.

Qual é o efeito disso?
Todos se portam da mesma maneira. Mesmo entre os que não são do Congo, a maioria adotou esta filosofia de não trabalhar e não assumir suas responsabilidades.
E por que seria diferente?
Ao final do mês, todos têm seus salários. Independente de terem ou não trabalhado, feito ou não as coisas da maneira como deve ser. E para os que fizeram corretamente sua parte, a única coisa que receberão a mais será.... mais trabalho!
Não é assim no socialismo?
Os esforços são para o ‘bem comum’. O que é muito bonito de se falar, só não funciona. Em muito pouco tempo os esforços terão se reduzido ao mínimo.

Riqueza é criada no setor privado através de produtividade. O Governo não pode criar riqueza, assim ele a confisca, consome, e redistribui. Porém quanto mais o Governo confisca de quem produz, mais desencoraja a produção.

E o que temos hoje no Brasil? Os ‘injustiçados’ recebem promessas do Governo de grandes recompensas através de seus programas. Em lugar de serem motivados a produzir, a ajudarem a si mesmos, são encorajados a esperar em suas casas pela ajuda governamental.

O Governo de um país não deveria ser uma empresa de caridade. Como a gerência de uma empresa não pode ser como a avó boazinha que sempre dá balas para seus netos travessos.

Socialismo no dos Outros é Refresco

Há um texto que circula pela net e trata de um certo experimento socialista que se deu em uma classe de economia na Universidade Texas Tech. Não sei se isso realmente aconteceu, mas vamos supor que sim... Leiam:
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Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira. Essa classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e "justo".
O professor então disse: "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas. Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe e, portanto, seriam "justas". Com isso ele quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significava que ninguém seria reprovado. Isso também queria dizer, claro, que ninguém receberia um "A".
Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do "trem da alegria" das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como resultado, a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou.
Depois da terceira prova, a média geral foi um "F". As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, a busca por culpados, e os palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca dos alunos por "justiça" tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades, e o senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Assim, todos os alunos repetiram o ano.
O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado. "Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando se eliminam todas as recompensas ao tirar coisas de uns sem seu consentimento para dar a outrem que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável"

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Claro, o fato de eu ter colocado um ‘vamos supor que sim’ vai ser a munição para eventuais socialistas que dirão que estou usando uma história fictícia para confirmar uma tese só minha. Então tá... no próximo post, uma experiência real, vivida por mim.

Até lá!

Politicando

Os próximos textos não farão parte do Diário, são apenas textos sobre políticas e idéias já que as eleições estão próximas mas eu estou longe.

domingo, 5 de setembro de 2010

Waka Waka

Is Time for Africa

Meus dias na África do Sul se extendiam graças a atrasos nos trabalhos em Moçambique. E certamente não seria eu a reclamar do assunto!
Um fim-de-semana a mais, e tantas possibilidades! Eu já havia feito o tour pela cidade e visto tubarões, mas ainda havia safáris, praias, visitar uma ilha de focas...
Peraí, eu disse ilha de focas? Disse, disse sim. Afinal, por que pensam vocês que há tantos tubarões-brancos aqui? Porque este lugar é como um grande self-service para essas amáveis criaturas, que adoram um sushi de foca fresquinho.
Meu destino: Hout Bay, onde simpáticos barquinhos de fundo de vidro levam serelepes turistas até o que é conhecida como Seal Island. E não é do cantor que estou falando!
À espera da partida do barco que me ajudaria a tirar mais fotos para minha National Geographic particular, eu observava os patos que mergulhavam na baía. E vou dizer uma coisa: ou os patos da África do Sul são os melhores praticantes de apnéia do Universo, ou formam uma comunidade maníaco-depressiva que se desloca até Hout Bay para cometer suicídio! No espaço de 30 minutos eu vi uma dezena mergulhar, e nenhum voltando.
A viagem até a ilha não dura mais que vinte minutos – mas são vinte minutos de muita água entrando no barco, graças à velocidade deste e às ondas à entrada da baía. Eu achei um barato, mas a tia que tava do meu lado e tomou uma jatada de água na cara não concordou...
A ilha é tudo que se pode esperar de um lugar habitado apenas por focas. Focas tomando sol, focas nadando sozinhas, focas nadando em pares, focas mergulhando, saltando. Teve uma que tentou um duplo twist carpado e estou certa que só não ganhou o 10 dos juízes porque ninguém teve a decência de tocar Brasileirinho na hora!
Confesso que continuo na dúvida se as focas são os animais mais fofuxos do planeta ou apenas cães d’água fanhos. Mas as fotos e vídeos pagaram toda a viagem!
Claro que se alguém aí quiser comprar as fotos e vídeos eu também não vou me fazer de ofendida...

Voltamos a terra firme próximo da hora do almoço, e agora eu vou pedir licença aos relatos estilo Animal Planet para falar um pouco sobre como é comer fora de casa quando você é vegetariana e brasileira.

Muitas pessoas me perguntam como eu conseguia ser vegetariana no Brasil. Suas mentes condicionadas pelas centenas de churrascarias-rodízio espalhadas pelo mundo estampando em seus outdoors Cozinha Brasileira os faz pensar que quando o jornaleiro não tem moedinhas à mão ele nos dá um pedaço de picanha de troco quando compramos O Globo.
Na verdade, não há a menor dificuldade em ser vegetariana no Brasil e acompanhar seus amigos em um almoço no Porcão. Sempre há uma grande variedade de saladas, sem contar o queijo na brasa e o pão-de-alho.
Difícil mesmo é encontrar uma opção que seja em restaurantes de frutos-do-mar que não leve pelo menos um camarãozinho!
Eu até entendo o pensamento deles. Por que diabos alguém vai se sentar num lugar cheirando a peixaria, se não for pra comer peixe?

O problema é que em Hout Bay há apenas um restaurante.
Adivinhem do quê?

Jaqueline Costa

Fruto-do-mar só Banana-D’água

Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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