sábado, 9 de fevereiro de 2008

Diário Escocês – Página 9

Whisquisitos


Sueca Peituda começa a reclamar que seu namorado anda em crise. Ele se sente culpado por achar que não lhe dá o suporte necessário, que deveria ser mais presente, fazer mais por ela, blablablá, whiskas sachê...
Dizer isso pra uma mulher que comprou o primeiro perfume da sua vida aos 27 anos, sabe trocar pneu de carro e tem mais bigode que meu pai é assinar o próprio óbito. Menino tolinho. Pra Sueca Peituda, suporte é coisa que ela só precisa quando dá zica no laptop. Do fofo ela só quer ação.

Dei um pulo na praia... uma caminhada de quase uma hora e meia, pra ser sincera. Ida e volta, quase três horas andando em ruas aberdeenenses. Considerando que com este agradável friozinho (agradável para meus amigos pingüins, deixo claro) a gente não sua, a volta pra casa foi naquele ritmo de marcha atlética, apertadíssima.
Mas não era isso que iria contar, era da praia. Cheguei a ela, desci até a areia, caminhei uns duzentos metros até finalmente chegar à água. Não, eu não estava pensando em mergulhar, a menos que quisesse preservar meu corpo para a posteridade sem ter que pagar os absurdos que as clínicas de criogenia cobram. Era só uma coisinha básica, sentir a areia, molhar rapidamente os pés, saudar Iemanjá, sabem como é... mó tempão que a gente não conversa, ela poderia estar chateada. Tudo bem que a culpa é dela, século 21 e nem um celular ela carrega, não tem email nem orkut! Fica difícil, nêga!
Bem, lá fui eu... caminhando pela areia, um pouco mais próximo à água descalço tênis e meias e, corajosa (Valentina não é à toa), vou até as ondas.
Não demorei nem dez segundos. Conversa com Iemanjá o caramba! Duvido que ela tenha a ousadia de aparecer aqui com aquele vestidinho azul! Com a temperatura daquela água, ela iria ficar TODA azul. E nunca mais ia conseguir dar pinta em Copacabana.
Já vi que se eu quisesse mesmo conversar com ela, teria que colocar um recadinho na garrafa e dar uma de náufraga. Entrar na água, nem se eu estivesse tomando coca-cola com trombeta!

A galera do trabalho fica me pedindo para ensinar algumas palavras em português. Só ensino expressões polidas, “como vai?”, “tudo bem?”, “obrigada”. Apesar das insistências, não ensino palavrões. Afinal, eu sou fina pra caralho. Diante dos pedidos alego sempre: sou uma dama.
Eles realmente acham que vou dar esse mole pros malandros? Ha! Nem fudendo.

Recebo uma mensagem no meu celular, número desconhecido: “Happy Chinese New Year! May all your wishes come true in the year of Rat 2008”.
Ano do rato? Alguém tá de sacanagem… Não faço por menos e respondo imediatamente: “Have a mice year”.


Jaqueline Costa
Que está ficando sem subtítulos

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Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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