terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Whiskuse Me

Como Soltar uma Paulixta na Escócia

A proposta era ousada: curso intensivo de inglês para a Paulixta durante toda a semana, e pé na estrada de sexta a domingo. Além de minha amiga ter que lutar contra o sono e o cansaço, nós duas tivemos que acender 50 mil velas de 7 dias para São Juba & Lula, padroeiros da Armação Ilimitada, pedindo que eu não embarcasse durante o mês de Junho.
No primeiro dia de aula dela, eu, anfitriã inigualável, insuperável, irretocável e insuportável, a levei até o curso para que ela não se sentisse mais perdida que já estava – afinal, qualquer pessoa que se digne a ir pra Escócia pra estudar inglês não pode ser tomada como exemplo de bom senso. Fora que se faz parte do meu círculo torto de amizades, aí que nem sabe o significado da expressão!
Hora do almoço e eu, amiga sem par (nem ímpar), resolvi fazer um intervalo um pouquinho maior para comer com ela. Por pura bondade em meu coração, porque eu jamais faria isso apenas para matar trabalho. Magiiiiiina!
Perguntei como estava sendo o curso, e a surpresa: mal ela chegou, teve uma prova. Isso porque para a inscrição no curso, que foi feita via email, ela já havia feito um teste, que a colocou na classe intermediária. Mas enfim, a Paulixta entrou na turma e o teacher super simpático: bem vinda, senta a bunda e faz a prova.
Tá, não foi com essas palavras. Mas a idéia era essa.
Tranquila e calma como qualquer pessoa que se encontra totalmente na merda, minha amiga sentou e fez a prova. Entregou, esperou o resto da galera terminar. E assim a aula começou.
No fim da aula, o professor veio com outra novidade: ela estava transferida para a classe avançada. Segundo ele, se quando chegou chegando ela já tinha tido um aproveitamento entre o muito bom e o ótimo na prova, se ela seguisse na turma intermediária no final da outra semana já não teria mais nada pra aprender.
Pessoalmente acho que ele ficou com medo de que no final da 3ª semana ela estivesse dando aula no lugar do pobre.
Ou seja, num breve resumo, teacher TRUCO, Paulixta RETRUCO.
O primeiro fim-de-semana veio, e até então nosso trato com os santos das baladas estava sendo cumprido. Nenhum embarque se anunciava no horizonte, então partimos para as cidades escocesas.
Primeira parada, Stonehaven.
Meu nobre amigo Maracucho, da República Democrática de Maracaibo, região menor que o Vaticano que luta bravamente até a última arepa para se emancipar da Venezuela, nos acompanhou. Dispensamos o rádio na viagem, já que com ele por perto é impossível ouvir outra coisa que suas histórias hilárias.
E foi assim, chorando de rir, qiue chegamos ao castelo de Dunnotar. Lugar excelente para fotos, e o dia ensolarado ajudava. Entre uma pose e outra, os momentos culturais, lendo nas placas afixadas nas pedras o que exatamente era cada espaço – cozinha, quartos principais, o local em que os grãos eram estocados, o forno em pedra para assar pão...
Subindo mais um andar no castelo, um curioso barril pintado de preto encostado na parede. Paulixta pergunta o que seria, e o Maracucho, com sua lógica própria, diz que deveria ser outro forno antigo. Eu, que estava um pouco afastada fotografando a dupla, comento que me parecia estranho, já que o castelo é de antes de 700dC e o barril não se via tão antigo.
El Maracucho se aproxima pra investigar. E num acesso fala (numa tradução livre): PUTA QUE PARIU, ESSA MERDA TEM ATÉ CÓDIGO DE BARRAS!
O dia seguinte seria mais longo. Uma visita à Capela Rosslyn, e depois a capital escocesa, Edinburgh.
Não, eu não estava pagando meus pecados nem fazendo novena. Eu sei que falando assim, Rosslyn não diz nada a ninguém. E não dizia mesmo. Mas aí um tal Dan Brown resolveu ambientar o último capítulo de seu livro ali, e por casualidade o livro virou best seller...
Jaqueline Costa
Parece que Não Reza

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Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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