domingo, 10 de janeiro de 2010

Edinburgh e a Maldição do Castelo

Como visitar várias vezes a mesma cidade sem nunca ir ao seu principal ponto turístico

De acordo com a programação feita na véspera, iríamos sair bem cedo naquele domingo. Seguir até Rosslyn e visitar a capela que serviu de cenário final para O Código Da Vinci, e, depois das fotos de praxe, procurar um lugar para fazer um piquenique. Depois, satisfeitos e bem alimentados, voltaríamos para Edinburgh, para uma passada no Hard Rock Cafe e visitar o Castelo de Edinburgh.
Como todo mundo sabe (quem não sabe é sinal de que não anda lendo as páginas do Diário), a Escócia é lotada de castelos. Pra onde se olha, há um castelo. E um cemitério, mas estes últimos eu não visito, não estou aí para ficar chiando I see dead people no ouvido da galera.
Alguns castelos não são mais que grandes casas de famílias ricas, e suas construções são nada mais que uma ode ao dinheiro sobrando. Outros, como o Castelo de Dunottar, foram importantes durante as guerras internas do Reino Juntim, e hoje suas ruínas servem para contar um pouco da história do local. Mas poucos nesta classe se encontram inteiros como o castelo da capital escocesa, e com todas as acomodações abertas à apreciação pública.
Bem, isso tudo eu apenas presumia. Nas duas vezes que havia estado na cidade, encontrei o castelo fechado, por motivos diferentes – na primeira vez, graças a uma apresentação que estava acontecendo em frente ao dito, e na segunda devido ao Military Tattoo Festival da cidade. Má sorte, fazer o que.
Saímos em dois carros – comigo viajavam El Maracucho e minha Paulixta preferida. No outro, uma família de amigos venezuelanos, e também Dago, o cachorro mais simpático da Escócia. A viagem foi super tranquila, apenas fazendo uma ou duas paradas para o cachorro esticar as pernas e pra gente fazer xixi no poste.
Depois de algumas entradas erradas graças a esta maravilha da tecnologia chamada GPS, sem a qual não poderíamos nos perder com tanta facilidade, finalmente subíamos o monte onde se encontra a capela. Confesso que olhava frequentemente para o lado, procurando o Tom Hanks. Vai que estavam filmando uma sequencia? Eu seria uma papagaia de pirata hollywoodiana!
Para minha desilusão, aparentemente Forrest Gump estava correndo em outras bandas. Enfim.
A capela, como toda igreja que se preza, estava em obras. Que ganharam um bom empurrão com essa propaganda bem-vinda feita, imagino que de graça, pelo Dan Brown. Não vejo motivos para que a igreja fosse visitada antes do livro e do filme. Agora, ela é chamariz de turistas. Que devem ficar um tanto frustrados (eu fiquei, pelo menos) quando não encontram a paisagem exatamente como aparece no filme. Mas as esculturas internas compensam.
Depois da visita e da obrigatória passagem pela lojinha de souvenirs (porque lembrancinha é pra quem não fala francês!), fomos procurar um lugar para o planejado piquenique. Confesso que planejar um piquenique na Escócia foi uma das atitudes mais otimistas que eu já tomei: afinal, era esperar ter pelo menos 2 horas sem chuva nas Highlândias o que não é exatamente comum, pode perguntar para qualquer McMoça do Tempo. Mas os planos tinha sido feitos e, caso uma chuva nos pegasse de sopetão, criaríamos um novo estilo de piquenique, o in-car. Mas nós fomos realmente sortudos e além de um dia bem agradável (não ensolarado, que aí já seria milagre), encontramos um belo espaço para relaxar, comer e dar boas risadas.
Dago, o super-cão, teve seu momento de glória, quando mostrou que seu dono é totalmente inapto a pegar a bolinha antes dele. BOLINHA DE TÊNIS, suas mentes sujas!
Já tendo feito a refeição, e a digestão em ritmo de moda de viola venezuelana, nos despedimos da família e seguimos, El Maracucho, Paulixta e eu, para Edimburgh. Como não era dia de apresentação alguma em frente ao castelo, nem época de Military Tattoo, estámos tranquilos. Assim, curtimos um chopp no Hard Rock, e um passeio pela cidade, que, diga-se de passagem, é bem interessante. Vale a pena a visita para qualquer brazuca que esteja perdido na terra dos McChatos.
Uma última parada para um café, já que calor interno ali a gente só consegue à base de bebida mesmo, e seguimos para o castelo.
Finalmente, eu disse a meus amigos, vou ver esse castelo por dentro. Já estava ficando frustrada de nunca conseguir entrar nele.
Carro estacionado, subinhos o morrinho para o castelo. Turistas passando por nós, e os gualdinhas na porta para manter a ordem e dar um ar de autoridade.
Qual não foi minha surpresa quando um dos puliça me párou. Não podia entrar!
O horário de visitas estava terminando....

Pra quem acha que foi burrice minha, antes de aceitar o singelo elogio tenho a dizer que era um domingo, antes das cinco da tarde, e no verão escocês, que faz as noites começarem apenas às dez, onze da noite. Praticamente TODAS as atrações aproveitam esse período de pseudo-calor e férias escolares para alargar o horário de visitas, e fazer uma graninha extra (que provavelmente compensa o numero reduzido de loucos que saem de casa durante o rigoroso inverno pra fazer turismo). Praticamente todas, mas não o Castelo de Edinburgh.

Jaqueline Costa
É brasileira e não desiste nunca, mas cogita abrir exceção pro Castelo de Edinburgh

3 comentários:

Eu disse...

Tem problema não! Vamos nós duas assim q eu arrumar tempo e dinheiro pra fazer uma excursão ao Reino Juntim, rs.

Beijos!

Carmen disse...

Jacqueline, cadê vc mulé (imitando o salsicha)????

Jackie, Jaque, Jaquinha disse...

hahahah Olá menina Carmen...
TIve uns problemas com o meu laptop... agora tá resolvido, já vou publicar mais umas páginas...

Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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