quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Pede pra Sair, Número 2!

Humor escatológico. Tá com nojinho, Aspira?

Devo pedir desculpas a quem tem uma alma sensível, mas este página está na merda. Literalmente.
Peço aos mais afetados que virem a cara pro lado até eu terminar de contar. Se fizer biquinho não ganha bala.

A pequena Josie há muito tem dificuldades em seu relacionamento com Sir Toilet Seat. Ainda não descobrimos se é por timidez ou a diferença de culturas que impede um diálogo mais, digamos, profundo. O fato é que já se conhecem há anos (com trocadalho), mas não evoluem da paquera para algo mais estável.
Embora para alguns casais uma viagem de férias ajude a quebrar o gelo, no caso deste estranho par é exatamente o contrário, e a menina trava. Trava meeeeesmo.
Não foi diferente em Santiago.

Os dias passavam e as risadas se multiplicavam feito gremlins no climinha chuvoso de Aperteen, e Josie não engatava uma conversa mais próxima com Señor Latrina. Claro que ela tentava nos fazer entender sua preocupação com o rumo que a relação tomava, receosa de um divórcio litigioso, e claro que nós, tão amiguinhos que somos de Monsieur Toilette, não dávamos a mínima.
Com o desespero batendo, ela veio pedir socorro pra mim, eleita a tradutora oficial da turma:
- Jaque, se eu não conseguir hoje, você vai ter que comprar um remédio pra mim.
- Josie, deixa eu te explicar uma coisa: eu aprendi espanhol com Shakira e Juanes. E a colombiana nunca cantou pra prisão de ventre!
Não teve jeito. Com a menina inchando e sem uma válvula de escape para tudo aquilo – quer dizer, válvula tinha, mas emperrada – tive que encontrar uma maneira de explicar pra moça da farmácia que a gente precisava dum Roto-Rooter. Laxante comprado, leio a bula pra ela – 20 gotas, uma vez por dia, dá descarga e alegria!
Ela tomou 40 de manhã, mais 30 de noite.

Nessa mesma noite resolvemos não sair para jantar, já que nos dias anteriores tínhamos andado mais que carteiro de Caxias, e PC e eu já havíamos chegado a Santiago em situações precárias – eu com o tornozelo torcido, ele com uma unha – quase uma garra de gavião – encravada, encalacrada e entubada. Aquela noite o quarto do BBB estava mais pra ambulatório do SUS, e pedimos uma pizza gigante para acompanhar aquele joguinho maroto de sueca.

Meu caro amigo PC não gosta de pimentão. Por 4 vezes eu pedi à tia da pizzaria pra não colocar pimentão na pizza.
Que, obviamente, veio com pimentão.

Inicialmente, achávamos que a aversão de PC ao vegetal fosse por seu sabor com, digamos, personalidade. No decorrer da noite, e com a verborragia do menino aumentando e aumentando, em quantidade e não em qualidade, chegamos à conclusão que ele tem é medo dos efeitos alucinógenos que a hortaliça lhe causa.
PC ficou doidão.

Entre uma partida e outra de baralho, Josie entrou no banheiro. Afinal vai, pensamos. Claro que o besteirol continuou enquanto a menina estava na casinha. E, no meio de qualquer besteira, ela de lá sai com um comentário. PC, possesso:
- Gente, ela quer interagir! CAGA EM PAZ, JOSEANE!
Porém, para nossa decepção, não seria daquela vez que ela faria as pazes com o troninho.

E como nada se passava sem que tirássemos um duplo sentido, ou, neste caso, um duplo sentado do assunto, Josie comentava com Tati:
- Hoje eu não tomei o remédio
Tati:
- Ah, mas não é bom mesmo tomar todo dia! Quer dizer... às vezes é...
Depois da risada inicial, PC quis saber porque ela tinha abdicado do laxantinho que vale por um bifinho. E ela resolveu explicar a ciência para PC, ignorante destas situações, este menino para quem basta um belo prato de sucrilhos para transmutar-se em pato. Josie, esta PhD da constipação intestinal:
- Laxante funciona, mas você fica dependente...
PC, pensativo:
- Tem gente que é viciado em cocaína, a Josie é viciada em laxante!
Josie, desfiando seu expertise:
- Mas é! Eu conheço todas as marcas do mercado!

O assunto ainda renderia, e a gente já estava até pensando em comprar um bolo pra comemorar quando ela finalmente conseguisse expor a sua obra. Foram ainda uns bons dias à base de purgante para que ela finalmente se aliviasse.
Celebramos com pisco sour.

Jaqueline Costa
E as páginas seguem! Próximo capítulo, El Colorado!

Nenhum comentário:

Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

Cookie é bom, ninguém quer dar!