quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Grito de Carnaval

Dicas de Como Soltar uma Colombiana no Rio sem Perder a Pobre

Como minha amiga Adris tinha cumprido sua promessa de me mostrar Bogotá e San Andres, cabia a mim cumprir minha parte no acordo e mostrar o Rio e o carnaval.
Logo eu, que desde que comecei esta vida de embarques, nunca mais soube o que era isso! Mas vamos lá, uma brasileira sambando mal já é bem melhor que um gringo sambando muito bem.

As aulas de português tinham começado ainda na Colômbia. Como obviamente eu falava em português com a Ivy, Adris, como bom papagaio, ficava prestando atenção e repetindo. O único problema é que ela tem uma memória muito volátil, e esquecia tudo. A única frase que ela conseguia guardar era “eu falo português também...”
E achava que estava ótimo!

Comecei a ensinar algumas palavras básicas para ela sobreviver no Rio:
“Adris, cerveza es GELADA. Chanclas es CHINELO. Hombre buenon es GOSTOSO...”
Ela, como boa trainee, gravou a lição. Mais tarde, arrumando a mala, me perguntou o que deveria levar de roupa. Eu falei pra ela, em português, qual o uniforme oficial do rio:
“Canga, chinelo e biquini. O que você precisa mais pra ser feliz?”
Ela, certeira: “Uma gelada!!!”
Estava pronta para o Rio.

Desembarcamos no mundialmente conhecido Aeroporto Antônio Carlos Jobim. Aquele que não é o Santos Dumont. E que você achava que era o Galeão. Pois. Ali mesmo.
Meus pais estavam nos esperando. Mal abracei minha mãe ela perguntou do meu irmão. HEIN?
Não, mãe... eu viajei com a Ivy, nào com o Leo...
Aí ela explicou – o Leo tinha vindo pro aeroporto também, ligou pra ela e perguntou em que terminal eu chegaria. Ela disse 2. Ele foi pro 2. Depois ligou pra ela e disse que não era 2, era 1. Ela insistiu que eu tinha dito 2. E foi pro 2.
E eu cheguei no 2.
Minha mãe ligou para o meu irmão, que estava – ora vivas! – no 1.

O divertido foi, depois, saber da Josie, que estava na dela, curtindo o carnaval em Olinda-PE, que meu irmão ligou pro seu celular, em plena manhã, quando a coitada ainda estava curando a ressaca da noite anterior, e disse:
- Josie, a Jaque tá chegando!
“Chegando onde? Em Olinda???” deve ter pensado a pequena infante... mas como reconheceu a voz do Leo, e sabendo que lógica nem sempre permeia suas conversas, ela perguntou:
- E?
- Então... eu tô no aeroporto.
- E??
- Qual o terminal que ela chega???

Você não precisa de exposições de Salvador Dali quando tem o Leo em sua vida.

Seguimos para Pet, para o famoso churrasco de boas-vindas, piscina e uma gelada. Descansar os esqueletos para se preparar para o carnaval carioca.
Minha amiga colombiana, totalmente inocente do jeito Costa de receber visitas, aceitava tudo que ofereciam. Depois de provar a picanha na brasa, queijo coalho, pão de alho, coraçãozinho, farofa, e um mega-prato de feijão tropeiro, me pediu quase de joelhos:
- Por favor, Jacky.... diga a tus papas que parem de me ofrecer comida.... porque la como! ! ! !
Isso, Shakira, é problema seu...

Jaqueline Costa
Ô Lê Lê! Ô Lá Lá!

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Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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