Como minha amiga Adris tinha cumprido sua promessa de me mostrar Bogotá e San Andres, cabia a mim cumprir minha parte no acordo e mostrar o Rio e o carnaval.
Logo eu, que desde que comecei esta vida de embarques, nunca mais soube o que era isso! Mas vamos lá, uma brasileira sambando mal já é bem melhor que um gringo sambando muito bem.
As aulas de português tinham começado ainda na Colômbia. Como obviamente eu falava em português com a Ivy, Adris, como bom papagaio, ficava prestando atenção e repetindo. O único problema é que ela tem uma memória muito volátil, e esquecia tudo. A única frase que ela conseguia guardar era “eu falo português também...”
E achava que estava ótimo!
Comecei a ensinar algumas palavras básicas para ela sobreviver no Rio:
“Adris, cerveza es GELADA. Chanclas es CHINELO. Hombre buenon es GOSTOSO...”
Ela, como boa trainee, gravou a lição. Mais tarde, arrumando a mala, me perguntou o que deveria levar de roupa. Eu falei pra ela, em português, qual o uniforme oficial do rio:
“Canga, chinelo e biquini. O que você precisa mais pra ser feliz?”
Ela, certeira: “Uma gelada!!!”
Estava pronta para o Rio.
Desembarcamos no mundialmente conhecido Aeroporto Antônio Carlos Jobim. Aquele que não é o Santos Dumont. E que você achava que era o Galeão. Pois. Ali mesmo.
Meus pais estavam nos esperando. Mal abracei minha mãe ela perguntou do meu irmão. HEIN?
Não, mãe... eu viajei com a Ivy, nào com o Leo...
Aí ela explicou – o Leo tinha vindo pro aeroporto também, ligou pra ela e perguntou em que terminal eu chegaria. Ela disse 2. Ele foi pro 2. Depois ligou pra ela e disse que não era 2, era 1. Ela insistiu que eu tinha dito 2. E foi pro 2.
E eu cheguei no 2.
Minha mãe ligou para o meu irmão, que estava – ora vivas! – no 1.
O divertido foi, depois, saber da Josie, que estava na dela, curtindo o carnaval em Olinda-PE, que meu irmão ligou pro seu celular, em plena manhã, quando a coitada ainda estava curando a ressaca da noite anterior, e disse:
- Josie, a Jaque tá chegando!
“Chegando onde? Em Olinda???” deve ter pensado a pequena infante... mas como reconheceu a voz do Leo, e sabendo que lógica nem sempre permeia suas conversas, ela perguntou:
- E?
- Então... eu tô no aeroporto.
- E??
- Qual o terminal que ela chega???
Você não precisa de exposições de Salvador Dali quando tem o Leo em sua vida.
Seguimos para Pet, para o famoso churrasco de boas-vindas, piscina e uma gelada. Descansar os esqueletos para se preparar para o carnaval carioca.
Minha amiga colombiana, totalmente inocente do jeito Costa de receber visitas, aceitava tudo que ofereciam. Depois de provar a picanha na brasa, queijo coalho, pão de alho, coraçãozinho, farofa, e um mega-prato de feijão tropeiro, me pediu quase de joelhos:
- Por favor, Jacky.... diga a tus papas que parem de me ofrecer comida.... porque la como! ! ! !
Isso, Shakira, é problema seu...
Jaqueline Costa
Ô Lê Lê! Ô Lá Lá!
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