domingo, 12 de julho de 2009

Rio Com Sotaque

O Dia que Shakira Conheceu o Cacique

Bem descansadas da viagem, e já devidamente alimentadas, seguimos para o Rio. Primeira parada, Barra da Tijuca, casa de meus compadres Flávio e Doc Joy. Coisa básica – conhecer a casa, pegar uma piscina e fazer fofoca. Dali fomos para a praia, para um mítico encontro com meu amigo Maumau.
Mítico MESMO. Nem os Deuses do Olimpo iriam conseguir encontrar o ponto em que ele estava.
Desecanei, curtimos a praia, e depois de novo pit-stop na pousada Doc para amigos e amigos de amigos, fomos expor nossas figuras na Medina.
Objetivo: Bloco Cacique de Ramos.

No caminho minha excitada amiga colombiana me perguntava se iríamos aparecer na TV.
“Considerando que eu esqueci minha roupa de Valéria Valenssa em Aberdeen, acho pouco provável...”
E daí se ela não sabia quem era Valéria Valenssa? A Globeleza também não sabe quem sou eu. Empate técnico.

Já chegamos no bloco comprando as populares três latinhas de cerveja pelo preço de duas. Entreguei uma pra Adris, abri a minha e arquivei a outra para uso futuro. O povo sambando como se a Paz Mundial dependensse disso – e se dependesse, ninguém nunca teria sequer ouvido falar em guerra. Adris olhou a massa pululante e voltou a olhar pra mim, qual criança pedindo permissão pra brincar no balanço. Achei graça da situação e num movimento de mão dei a deixa: Vai que é tua, Taffarel! ! !
O samba seguia, a cerveja descia, os caras chegavam junto.... carnaval normal. Pelo menos pra mim.
Adris estava embasbacada: “Nena, nunca en mi vida yo fui tán asediada!!!”
Simpatia é quase amor, Shakira, simpatia é quase amor...

Eis que, entre um batuque e outro, Adris me puxa o braço e aponta – uma câmera de TV despontava entre as cabeças!!!
Ok, ok. Entendi o que queria a bogotana. Nos acercamos do repórter, que perguntava aqui e acolá o básico, de onde você é, o que está achando do carnaval no Rio, e outras questões da mais alta relevância para o futuro da humanidade. Me acerquei dele, que virou o microfone e lançou a pergunta:

- E você, de onde é?
- Eu sou daqui do Rio mesmo... mas a minha amiga é da Colômbia!!!
Câmera na menina, o repórter:
- E então, está gostando do carnaval?
- Si! Si!
- E já aprendeu a sambar?
Considerando que ela treinava havia mais de um ano comigo, se achou no direito de dizer
- Pues claro!!!!

A galera deu espaço na medida do possível. Adris quase uma mulata Sargentelli, se ela tivesse idéia de quem foram as mulatas do Sargentelli. Ou o Sargentelli.
Não preciso dizer que eu ria adoidado.

Depois de seus 15 segundos de fama (fama só ali, pra galera que estava em volta. Eu nem sei dizer de que emissora era o cara), a pequena perdida era só alegria. O que foi particularmente providencial, pois me poupou de convencê-la a ficar até de manhã na folia.
Chegamos de volta à Flavio e Joyce Pousada Feliz já às sete da manhã. Um banho necessário, um expresso que fez meus neurônios cantarem “O Flavio é um bom companheeeeiroooooo.... ninguém pode negar”, e um cochilo. Nada demais, afinal ainda tínhamos o circuito turista a cumprir.

E dormir, a gente deixa pra quando estiver na cadeia.

Jaqueline Costa
Próxima Página: Cristo, Pão-de-Açúcar. Garota de Ipanema. O Rio Continua Lindo

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Uma Emocionante Saga em Busca da Piada Perfeita

"As Páginas do Díário" surgiram meio por acaso, da união de minha paixão por escrever com a necessidade de responder a meus vários muitos amigos a eterna pergunta que não raro pululava em minha mailbox: "onde é que você tá, mulher?"
Pra não responder um por um, os relatos das viagens foram iniciados, e enviados para uma lista de amigos. Um interessante efeito bola-de-neve começou, com amigos mandando os textos para outros amigos, e a lista foi aumentando. Com tanta gente que nem me conhece querendo ler as besteiras que escrevo, só posso concluir uma coisa: como tem gente boba neste mundo! ! !
Para não correr o risco de perder os textos, resolvi colocar tudo na net, para referências futuras, que não serão aceitas como prova por nenhum juiz.
Claro que isto não significa que vou deixar de mandar as páginas do diário por email para meus diletos, seletos, concretos e infelizes leitores!

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